quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

“Uma brasileira mulata indo passar o Natal no campo”, Debret, 1826.

“Uma brasileira mulata indo passar o Natal no campo”, Debret, 1826. Repare que a mulher usa chinelas: não é escrava, talvez uma liberta, e está acompanhada de escravos. Leia abaixo descrição de Debret para sua aquarela.
“A mulata aqui representada é da classe dos artífices abastados. Sua filhinha abre a marcha conduzindo pela mão o pequeno negrinho, seu bode expiatório a seu serviço particular; vem em seguida a pesada mulata, em lindo traje de viagem, que se dirige a pé para o sítio situado num dos arrabaldes da cidade. Sua negra escrava de quarto, a segue carregando seu passarinho predileto.
(...) Logo em seguida vem uma negra de serviço, com o gongá, cesto que contém todo resto do guarda-roupa da senhora. A terceira escrava, um pouco menos cuidada, carrega o leito da senhora, elegante colchão enrolado numa esteira fabricada em Angola (muito bem imitada na Bahia). A quarta, encarregada de trabalhos mais pesados, uma lavadeira quase sempre grávida, carrega os pertences de suas companheiras. A negra jovem que segue humildemente o cortejo, carrega a provisão de café torrado e a coberta de algodão com que se cobre à noite para dormir”.
Fonte: BANDEIRA, Júlio & LAGO, Pedro Corrêa do. Debret e o Brasil. Obra completa. Rio de Janeiro: Capivara, 2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário