Durante uma visita a um mercado de Myitkyina, em Mianmar, chamou a
atenção do cientista Lida Xing uma peça de âmbar – resina fossilizada
proveniente de árvores e outros vegetais – contendo um material peculiar
em seu interior.
O objeto, vendido para se tornar parte de uma joia ou ornamento,
continha na verdade um pedaço de cauda de dinossauro com penas
totalmente preservadas. A conclusão foi possível depois que Xing,
pesquisador da Universidade de Geociências da China, convenceu o
Instituto de Paleontologia Dexu a comprar a peça para que ela fosse
estudada em profundidade.
A identificação do fóssil levou à publicação de um artigo na revista
especializada "Current Biology" nesta quinta-feira (8), do qual Xing é o
principal autor.
"O novo material preserva uma cauda que consiste em oito vértebras de
um espécime jovem; elas são envoltas por penas que estão preservadas em
3D e com detalhes microscópicos", disse Ryan McKellar, do Museu Real
Saskatchewan, no Canadá.
Ilustração representa um pequeno coelurossauro se aproximando de um
tronco coberto de resina em uma floresta — Foto: Chung-tat
Cheung/Divulgação
A certeza de que se trata de um dinossauro, e não um pássaro
pré-histórico, é que as vértebras não estão fundidas em uma haste. Em
vez disso, a cauda é longa e flexível, com penas descendo pelos dois
lados.
99 milhões de anos
Os cientistas conseguiram identificar, por meio de tomografia
computadorizada e observações com microscópio, que o dinossauro em
questão era um terópode que viveu há 99 milhões de anos.
Além disso, uma análise química do material, feita na região em que a
cauda atinge a superfície do âmbar, revelou traços de ferro proveniente
de hemoglobina também preservada na peça.

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