Chico Rei
foi um monarca africano, nascido no Reino do Congo, e chamava-se
originalmente Galanga. Sua história é contada pela tradição oral de
Minas Gerais. E não se tem certeza de se ele é uma figura histórica ou
uma lenda.
Segundo a história contada, comerciantes portugueses traficantes de
escravos invadiram seu reino escravizando seu povo e sua família. Chegou
ao Brasil em 1740 no navio negreiro ‘Madalena’, mas, entre os membros
da família, somente ele e seu filho sobreviveram à viagem. A rainha
Djalô e a filha, a princesa Itulo, foram jogadas no oceano pelos marujos
do navio, para “aplacar a ira dos deuses” durante uma tempestade que
quase afundou o navio.
Todo o lote de escravos foi comprado pelo major Augusto, proprietário
da mina da Encardideira. Logo que chegavam para o Brasil, os escravos
recebiam outros nomes (João, Francisco, Maria…) combinados com sua
origem. Galanga recebeu o nome de Francisco (apelidado de Chico) e, como
era rei em sua terra de origem, ficou conhecido como Chico Rei.
Trabalhando como escravo em uma mina, escondia pepitas de ouro em seu
cabelo e, assim, conseguiu comprar sua liberdade e a de seu filho.
Depois, adquiriu a mina da Encardideira e, aos poucos, foi comprando a
alforria de seus compatriotas. Os escravos libertos por Chico o
consideravam rei.
Este grupo associou-se em uma irmandade em honra de Santa Ifigênia,
que teria sido a primeira irmandade de negros livres de Vila Rica.
Ergueram a Igreja de Nossa Senhora do Rosário.
Chico Rei conseguiu virar monarca em Ouro Preto, antiga Vila Rica, em
Minas Gerais, no século XVIII, com a anuência do governador-geral Gomes
Freire de Andrada, o conde de Bobadela.
No dia de Nossa Senhora do Rosário, ocorriam as solenidades da
irmandade, denominadas Reinado de Nossa Senhora do Rosário. Durante
estas solenidades, Chico, coroado como rei, aparecia em ricas
indumentárias, seguido por músicos e dançarinos, ao som de caxambus,
pandeiros, marimbas e ganzás. A história de superação de Chico Rei
serviu de exemplo para muitos escravos lutarem por sua liberdade. Sua
história foi contada e passada de geração para geração para nunca ser
esquecida. Alguns historiadores consideram lenda por não ter provas
documentais. Mas para outros é mais uma história de superação de um povo
que nunca desistiu de sua liberdade.
Em 1964, o GRES Acadêmicos do Salgueiro disputou o Carnaval carioca
com enredo sobre Chico Rei do carnavalesco Joãozinho Trinta. O
samba-enredo, de autoria de Djalma Sabiá, Geraldo Babão e Binha, é até
hoje considerado um dos mais belos já feitos. No desfile, porém, o
Salgueiro foi apenas o 2º colocado
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