sábado, 17 de novembro de 2018

O Império Bizantino ou Império Romano do Oriente .

O Império Bizantino ou Império Romano do Oriente

I -  Fundação de Constantinopla - capital do Império Romano (330 a 395 d.C.)



O império romano desde o governo de Diocleciano, vinha sendo governado por uma tetrarquia de dois Augustos e dois Césares. O pai de Constantino foi nomeado um dos Césares, por Diocleciano em 293, com controle sobre a Gália, Britânia, Germânia e Hispânia. Constantino sucedeu o seu pai em 306 e partir de então começou a suas batalhas e manobras políticas  para a unificação do império em uma única dinastia. 

Mosaico de Constantino

Em 312, Constantino derrotou Magêncio, o outro imperador de Roma Ocidental. Segundo a tradição, na noite anterior à batalha, Constantino sonhou com uma cruz onde estava escrito em latim "in hoc signo vincis" que significa: "Sob este símbolo vencerás". A partir dessa data Constantino passou a professar o cristianismo e liberou em seguida a prática da religião no império.


No ano de 324, Constantino derrotou o seu cunhado Licínio, imperador romano do oriente e unificou o império romano em uma única dinastia.

Para resolver o problema de logística entre a sede do império e as frentes de batalhas e também para ter uma cidade onde reinasse absoluto, Constantino decide reconstruir a cidade de Bizâncio tornando-a a capital do império romano em 330. Constantino chamou-a de "Nova Roma", mas na prática todos a chamavam de Constantinopla, o que acabou tornando-se o seu nome definitivo. 


Cidade Grega de Bizâncio  (600 ac a 165 dc)



A cidade era chamada de Bizâncio pois foi iniciada pelos gregos a partir do reinado de Bizas, em 600 a.c., e por isso chamada de Bizâncio, essa colônia já tinha uma  importância comercial devido a sua localização. Foi destruída pelos romanos em 165 d.c.


Divisões e reunificações pós-Constantino


Após a morte de Constantino,  em 337, o império romano passou por um processo de divisão,  unificação e divisão novamente. 

Foi o Imperador  Teodósio I, quem, à beira da morte (em 395), dividiu para sempre o Império Romano em duas partes: o Ocidente (que legou ao seu filho Honório) e o Oriente (que ficou com Arcádio). 

Com  Justiniano o Império chegou a ser reunificado apenas temporariamente e posteriormente se separou definitivamente.



II. - Império Romano do Oriente ou Império Bizantino (395 d.C. a 1450 d.C.)



Após a separação dos impérios, Constantinopla passou a ser conhecida como capital do império romano do oriente, chamado então de Império Bizantino, devido às origens de sua capital. O império Bizantino foi bastante duradouro e sua influência se deu por mais de  1.000 anos, desde 350 a 1450, quando foi então dominado pelos turcos. 


O apogeu do Império Bizantino ocorreu no governo de Justiniano (483-565) que, a partir de 527, estabeleceu a paz com os persas e concentrou suas forças na reconquista dos territórios dos bárbaros no Ocidente. Justiniano construiu fortalezas e castelos para firmar as fronteiras e também obras monumentais, como a Catedral de Santa Sofia. 

Ocupou o norte da África, derrotou os vândalos e tomou posse da Itália. No sul da Espanha submeteu os lombardos e os visigodos. Estimulou a arte bizantina na produção de mosaicos e o desenvolvimento da arquitetura de igrejas, que combina elementos orientais e romanos.

De uma forma resumida a História do Império Bizantino constuma ser dividida em 03 partes:


A civilização Bizantina


As premissas de Bizâncio a partir dos séculos VI e VII foram: um império cristão e grego, com cultura e língua grega, dirigido por um basileu, marcado por uma organização social e administrativa muito particular.


A Virgem com o Menino, Igreja de Santa Sophia, Istambul


Divisão Histórica


i)  Antiguidade Tardia, que engloba a proto-história bizantina (de Constantino a Zenão), o notável principado de Justiniano (527-565) e o governo dos seus sucessores imediatos;




ii) Época médio-bizantina, situada entre a crise do século vii (incursões dos Persas, dos Árabes e dos Lombardos) e a insólita conquista de Constantinopla pela Quarta Cruzada, em 1204, incluindo portanto a dinastia macedónica (867- 1057), a mais brilhantes de todas, e a famosa dinastia dos Comnenos (1081-1185); 



iii) Época tardia, que inclui a resistência no exílio de Niceia, a restauração de 1261 e, por fim, a prolongada decadência política que acompanha a longa dinastia dos Paleólogos, até à conquista de Constantinopla pelos Otomanos de Mehmet II, em 1453. 


III. - Antiguidade Tardia


III.1 - Os cuidados de Constantino (306 d.C a 337 d.C)


Constantino assim que construiu a nova cidade, cuidou de construir uma muralha que cobria uma área de cerca de 750 hectares. Isso aliado a posição geográfica protegida pelo mar, tornou Constantinopla uma área segura e de difícil invasão.

As fortificações de Constantino consistiam de um único muro, com torres colocadas a distâncias regulares, que começou a ser construído em 324 e foi concluído no reinado de seu filho, Constâncio II.

Hipódromo


O Hipódromo de Constantinopla foi o centro esportivo e social da cidade, que no século V chegou a ser a maior cidade do mundo. Atualmente é uma praça chamada Sultanahmet Meydanı (Praça Sultão Ahmet) na cidade turca de Istambul, sobrevivendo unicamente alguns fragmentos da estrutura original.



A hípica e as corrida de bigas eram passatempos muito populares no mundo antigo e os hipódromos foram bastante comuns nas cidades gregas durante os períodos helenístico, romano e bizantino.


Local do Hipódromo, atual praça Sultahnamet, com o obelisco colocado na época

III.2 - Aquedutos / Aqueduto de Valens (364 a 378 d.c)


Aquedutos



O suprimento de água era uma questão fundamental para o estabelecimento das cidades. Constantinopla, diferentemente das outras grandes cidades medievais, não se assentou na beira de grandes rios. Por isso, Constantino I e seus sucessores construíram uma enorme rede de aquedutos e cisternas para suprir a cidade de água. O sistema de aquedutos coletava água de lugares que eram até 200 km de distância de Constantinopla. Um exemplo é o aqueduto de Valens. (fonte: https://imperiobizantino.com.br/)



Aqueduto de Valens

O Aqueduto de Valens é um aqueduto romano que era o principal sistema fornecedor de água para a capital romana oriental de Constantinopla. Concluído pelo imperador romano Valens no final do século IV dC, foi mantido e usado pelos bizantinos e mais tarde Otomanos, e continua a ser um dos marcos mais importantes da cidade.
O aqueduto de Valens, que originalmente obtinha sua água das encostas das colinas entre Kağıthane e o Mar de Mármara , era apenas um dos pontos terminais desse novo sistema amplo de aquedutos e canais - que chegou a mais de 250 quilômetros ( 160 mi) em extensão total, o sistema mais antigo da Antiguidade - que se estendia por toda a região montanhosa da Trácia e fornecia água à capital. 





Uma vez na cidade, a água era armazenada em três reservatórios abertos e mais de cem cisternas subterrâneas , como a Cisterna da Basílica , com capacidade combinada de mais de um milhão de metros cúbicos.

O Aqueduto de Valens está situado na parte europeia de Istambul.

Tem 64 m de altura desde o nível do mar e 20 m desde sua base. Em sua origem, somente esse aqueduto propriamente dito,  tinha 1 km de comprimento, mas atualmente apenas se conservam 600 m no bairro de Unkapani e 200 m em Beyazıt.


III.2 - Investimentos de Teodósio II (408 d.C a 450 d.C) 


Devido a um crescimento populacional espetacular, que depressa conduziu ao número exorbitante de 500 000 habitantes, Teodósio II (408-450) seria obrigado a ampliar a área fortificada, tanto na parte terrestre como na zona ribeirinha; 

Quando Átila ameaçou Constantinopla, já a muralha (com doze a quinze metros de altura) se estendia por oito quilômetros junto ao mar de Mármara, por sete quilômetros no Corno de Ouro e por seis quilómetros e meio na parte terrestre, achando-se reforçada, ao longo de todo este percurso, por 394 torres capazes de impor respeito aos mais audazes dos conquistadores. A história do Império Bizantino dificilmente se compreende se não tivermos isto presente. (fonte: história concisa do império bizantino)

foto da muralha restuarada de Constantinopla (Istambul) / foto de Bigdaddy1204 em wikipedia


III.3 - Justiniano (527 d.C. a 565 d.C.)



Também conhecido como Justiniano, o Grande e São Justiniano, o Grande na Igreja Ortodoxa, foi imperador bizantino de 527 a 565. Em seu reinado, procurou reviver a grandeza do Estado e reconquistar o Império Romano Ocidental perdido aos bárbaros. Seu governo constituiu uma época distintiva na história do Império Romano Tardio.


Mosaico de Justiniano, Igreja de Ravena

Apesar de pertencer a uma família de origem humilde, que se crê ser de origem Ilírica ou Trácia foi nomeado cônsul ligado ao trono por seu tio Justino I, a quem sucedeu, após a morte deste (527) sendo o cognome Justinianus, que este adoptou mais tarde, um indicativo da sua adopção pelo seu Tio Justino. 



Culto, ambicioso, dotado de grande inteligência, o jovem Justiniano parecia talhado para o cargo. O Império Bizantino brilhou durante o seu governo. Na Páscoa de 527, ele e a sua esposa, Teodora, foram solenemente coroados. Sobre Teodora, sabe-se que era filha de um tratador de ursos do hipódromo e que tivera uma juventude desregrada, escandalizando a cidade com as suas aventuras de atriz e dançarina. Não se sabe exatamente como Justiniano a conheceu. 



Segundo Procópio, um escritor daquele tempo, Justiniano aspirava a restabelecer o antigo esplendor de Roma, motivo pelo qual concretizou toda a ampla série de campanhas posteriores.


III.3.1 - Mapa do Império, antes e depois de Justiniano


No mapa abaixo ressaltamos que o Império Romano do Oriente dominava a área da Grécia, a área de Éfeso até Arbela e Antioquia, Jerusalém, Alexandria e todo o Egito. Com Justiniano acrescentou Tripoli, Catargo, Cesareia, Cartagena e a área da Itália, desde Sicília até Milão.


Mapa do Império Bizantino na época de Justiniano, fonte: coladaweb.com
Enquanto o Império Romano do Ocidente definhava com as invasões bárbaras, o império bizantino crescia e florescia. Constantinopla na época de Justiniano chegou a cerca de 500.000 habitantes.



III.3.2 As construções de Justiniano


a) A Igreja de Hagia Sophia


A Igreja de Hagia Sophia é um imponente edifício construído entre 532 e 537 pelo Império Bizantino para ser a catedral de Constantinopla. Da data em que foi edificada, em 537, até 1453, ela serviu nesta função, com exceção do período entre 1204 e 1261, quando ela foi convertida para uma catedral católica romana durante o Patriarcado Latino de Constantinopla que se seguiu ao saque da capital imperial pela Quarta Cruzada. 



O edifício foi uma mesquita entre 29 de maio de 1453 e 1931, quando foi secularizada. Ela reabriu como um museu em 1 de fevereiro de 1935. 



A igreja foi dedicada ao Logos, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, com a festa de dedicação tendo sido realizada em 25 de dezembro, a data em que se comemora o Nascimento de Jesus, a encarnação do Logos em Cristo.


Embora ela seja chamada de "Santa Sofia" (como se tivesse sido dedicada em homenagem a Santa Sofia), sophia é a transliteração fonética em latim da palavra grega para "sabedoria" — o nome completo da igreja em grego é Ναός τῆς Ἁγίας τοῦ Θεοῦ Σοφίας, "Igreja da Santa Sabedoria de Deus". 



Famosa principalmente por sua enorme cúpula, ela é considerada a epítome da arquitetura bizantina e é tida como tendo "mudado a história da arquitetura". Ela foi a maior catedral do mundo por quase mil anos, até que a Catedral de Sevilha fosse completada em 1520.



b) A cisterna da Basílica


Cisterna de Basílica, é a maior das dezenas ou centenas de cisternas construídas em Istambul durante a época bizantina e se encontra perto da Basílica de Santa Sofia. Construída em poucos meses, no ano 532, utilizando 336 colunas romanas procedentes de templos pagãos da Anatólia. Ocupa uma área de 10.000 m², tem 8 metros de altura e capacidade para 30 milhões de litros. Foi utilizada até finais do século XIV como cisterna de água e em meados do século XIX foi restaurada depois de ser usada como armazém de madeira.







IV. - Época Médio-Bizantina (600 a 1261)

IV.1 - Invasões Persas


A guerra bizantino-sassânida de 602-628 foi a última e mais devastadora de uma série de guerras travadas entre o Império Bizantino e o Império Sassânida.


A guerra anterior entre estas potências havia terminado em 591 após o imperador Maurício I (r. 582–602) ajudar o xá sassânida Cosroes II(r. 590–628) a recuperar seu trono. 



Em 602, Maurício foi assassinado por seu rival político Focas (r. 602–610), e Cosroes II, como consequência, declarou guerra, aparentemente para vingar sua morte. Isto tornou-se um conflito de décadas, o mais logo de uma série, e foi travado em todo o Oriente Médio e partes da Europa Oriental: no Egito, Levante, Mesopotâmia, Cáucaso, Anatólia, e mesmo diante das próprias muralhas de Constantinopla.








Enquanto os persas mostraram considerável sucesso durante o primeiro estágio da guerra, de 602 a 622, conquistando muito do Levante, Egito e partes da Anatólia, a ascensão do imperador Heráclio (r. 610–641) em 610 levou, apesar dos contratempos iniciais, à derrota persa. 

A campanha de Heráclio em territórios inimigos entre 622 e 626 forçou-os a manter-se na defensiva permitindo que suas forças recuperassem o momentum. Aliados com os ávaros, os persas fizeram uma tentativa final de tomar Constantinopla em 626, mas foram derrotados. Em 627, Heráclio invadiu o coração da Pérsia o que os levou a pedir paz no ano seguinte.
Até o final do conflito ambos os lados tinham esgotado seus recursos humanos e materiais. Consequentemente, estavam vulneráveis ao surgimento repentino do Califado Ortodoxo, cujas forças invadiram-nos poucos anos após a guerra, em 632. 
As forças muçulmanas rapidamente conquistaram o Império Sassânida por completo e privaram o Império Bizantino de seus territórios no Levante, Cáucaso, Egito e Magrebe. Ao longo dos séculos seguintes, metade do Império Bizantino e o Império Sassânida ficaram sob domínio muçulmano.


IV.2 - A Onda Árabe (Guerras Bizantinas x Arábes)


As guerras bizantino-árabes foram uma série de conflitos armados entre os califados árabes e o Império Bizantino (ou Império Romano do Oriente) que ocorreram entre os séculos VII e XII. Foram iniciadas durante as primeiras conquistas muçulmanas do expansionismo dos califados Ortodoxo e Omíada e continuaram na forma de disputas fronteiriças persistentes até ao início das Cruzadas.


representação da utilização do fogo grego nas batalhas navais





Em consequência destas guerras, os Bizantinos, a quem os Árabes chamavam Rûm ou Rumes (Romanos), perderam uma parte considerável do seu império, nomeadamente todos os territórios do Levante e Norte de África e inclusivamente uma parte considerável da Anatólia. A capital bizantina, Constantinopla chegou a ser cercada em duas ocasiões, a primeira em 674 e a segunda em 717.



O conflito inicial ocorreu entre 634 e 718, terminando no segundo cerco árabe à Constantinopla, que marcou a rápida expansão árabe na Anatólia. No entanto, a região continuou a ser ocasionalmente fustigada por razias árabes e os conflitos reacenderam-se no final do século VIII, continuando nos séculos seguintes e só terminando em 1169. A ocupação do sul de Itália pelos Abássidas no século IX e X não teve tanto êxito como a da ocupação da Sicília.





Português: Era dos Califas
   Expansão durante a época de Maomé, 622-632
   Expansão durante o Califado Rashidun, 632-661
   Expansão durante o Califado Omíada, 661-750

Durante a dinastia macedônica, entre os séculos IX e XI, os Bizantinos recuperaram territórios no Levante, chegando os exércitos bizantinos a ameaçar a reconquista de Jerusalém. O Emirado de Alepo e os estados vizinhos tornaram-se nessa altura vassalos dos Bizantinos. A maior ameaça a leste era então o Califado Fatímida do Egito, o que só mudaria com a ascensão dos Turcos seljúcidas e da criação do Sultanato de Rum por estes, que conquistou os territórios que tinham sido recuperados e expandiu os territórios abássidas até interior da Anatólia.

A expansão islâmica do final do século XI, então protagonizada pelos povos turcos levou o imperador Aleixo I Comneno (r. 1081–1118) a pedir desesperadamente ajuda militar ao Papa Urbano II (r. 1088–1099) no Concílio de Placência que decorreu em 1095, um dos eventos frequentemente apontado como precursor da Primeira Cruzada.

O império Bizantino em 1180




IV.3 -  A quarta cruzada e o Império Latino do Oriente  (1203 a 1261)




Partindo de Veneza, com o propósito declarado da reconquista de Jerusalém, cerca de 10 mil cruzados cristãos, após já terem conquistado a cidade de Zara, também cristã, aportaram pela primeira vez, em final de junho de 1203, à vista da capital bizantina. Com o império passando por várias divisões internas sobre o controle do poder, os venezianos, negociaram a conquista da cidade para colocar no trono Aleixo IV, um soberano fantoche, filho de um ex-imperador destronado antes. Aleixo IV foi logo deposto e um outro soberano foi coroado como Aleixo V. Como os novos soberanos não satisfizeram as exigências dos cruzados, uma rebelião surgiu em 1204 com os cruzados tomando a cidade para si e a saqueando. A devastação produzida na cidade pelos cruzados foi enorme. O saque durou três dias e três noites. Ao final os cruzados fundaram o Império Latino do Oriente. 



V. A época Tardia



Liderados pelo imperador Miguel VIII Paleólogo, os bizantinos se organizaram e retomaram Constantinopla em 1261.



Império Bizantino em 1245 




Ascenção dos sérvios e otomanos 




A situação piorou para o império durante as guerras civis a partir de 1341. Uma guerra civil de seis anos devastou o império, possibilitando que o governante Sérvio Estêvão Uresis IV (r. 1331–1346) invadisse a maioria dos territórios bizantinos restantes nos Bálcãs e criasse um Império Sérvio de curta duração.


Otomanos x Sérvios
Em 1354, um terremoto em Galípoli devastou a fortaleza, permitindo aos otomanos, que tinham sido contratados como mercenários durante a guerra por João VI Cantacuzeno (r. 1347–1354), se instalassem na Europa. Quando as guerras civis terminaram, os otomanos haviam derrotado os sérvios e os subjugado como vassalos e, depois da Batalha do Cosovo, grande parte dos Bálcãs estava nas mãos dos otomanos. 
Os imperadores bizantinos pediram ajuda ao Ocidente, mas o papa só enviaria ajuda em troca de uma reunião da Igreja Ortodoxa com a Sé de Roma. Essa união foi considerada e finalmente realizada por decreto imperial, mas os cidadãos e clero ortodoxos ressentiram-se intensamente da autoridade de Roma e da Igreja latina. Algumas tropas ocidentais chegaram para reforçar a defesa da capital, mas a maioria dos governantes ocidentais, distraídos com seus próprios assuntos, nada fez em relação aos avanços dos otomanos, que foram tomando os territórios bizantinos que restavam. 
A Queda de Constantinopla e o final do Império
Nessa época, a cidade de Constantinopla estava despovoada e em ruínas.  A população havia se reduzido de tal forma que a cidade não passava de um aglomerado de vilas separadas por campos. Em 1402, o império experimentou algum desafogo da ameaça otomana quando Tamerlão (r. 1370–1405) derrotou os otomanos na Batalha de Ancara. Porém, isso não impediu que, em 2 de abril de 1453, o sultão Maomé II, o Conquistador (r. 1451–1481) lançasse um ataque contra Constantinopla com um exército de 80 000 homens.  Apesar da defesa desesperada de última hora pelas tropas cristãs (cerca de 7 000 homens, dos quais 2 000 eram estrangeiros), 
Constantinopla finalmente caiu em 29 de maio de 1453, depois de dois meses de cerco. As muralhas da cidade, poderosas e inexpugnáveis por séculos, não conseguiram deter o avanço otomano. O último imperador bizantino, Constantino XI Paleólogo (r. 1449–1453), foi visto pela última vez despojando-se de suas insígnias imperiais, antes de lançar-se em combate corpo a corpo depois de as muralhas da cidade terem sido tomadas.



VI. - A arte no império Bizantino

Com a proclamação do cristianismo como religião oficial do império, a arte cristã primitiva que era popular e simples foi substituída na região por uma arte cristã de caráter majestoso, que exprimia o poder e a riqueza do império. 
   Uma das características da arte bizantina era a expressão da autoridade do imperador como o representante de Deus, com poderes temporais e espirituais. Uma das convenções adotadas foi a da representação sempre frontal das figuras para que o observador se sinta protegido pelos representados. A maior parte das expressões de arte no período acontecem na forma dos mosaicos.

a) mosaicos


O mosaico consiste na colocação, lado a lado,  de pequenos pedaços de pedras de cores diferentes sobre uma superfície de gesso ou argamassa. Essas pedrinhas coloridas são dispostas de acordo com um desenho previamente definido. A seguir, a superfície recebe uma solução de cal, areia e óleo que preenche os espaços vazios, aderindo melhor os pedacinhos de pedra. Como resultado obtém-se uma obra semelhante à pintura. 

b) ícones

Historia de Istambul Turquia - Ícone Bizantino
Além de trabalhar nos mosaicos, os artistas bizantinos criaram os ícones, que são quadros que representam figuras sagradas. Em geral, os artistas revestiam a superfície de madeira ou da placa de metal com uma camada dourada, sobre a qual pintavam a imagem. Para fazer as dobras das vestimentas e os bordados, retiravam com um estilete a película de tinta da pintura. Essas áreas, adquiriam então a cor de ouro do fundo.








OBS: textos acima retirados do livro "História da Arte" de Graça Proença.

c) afrescos

Istambul Turquia - Afrescos
Os afrescos são técnicas de pintura mural, executada sobre uma base de gesso ou nata de cal ainda úmida - por isso o nome derivado da expressão italiana fresco - na qual o artista deve aplicar pigmentos puros diluídos somente em água. Dessa forma, as cores penetram no revestimento e, ao secarem, passam a integrar a superfície em que foram aplicadas.
(fonte: Wikipedia - afrescos)


Essa técnica já era conhecida e utilizada pelos gregos e romanos desde o  século V a.c.,. Nós a incluímos na arte bizantina, devido aos maravilhosos afrescos da igreja de São Salvador in Chora (Chora Church).


VII. - Literatura no Império Bizantino


"A literatura bizantina é a literatura grega da Idade Média, seja escrita em território do Império Bizantino ou fora de suas fronteiras. Constituiu o segundo período da história da literatura grega, embora a literatura popular bizantina e literatura grega moderna inicial, que começou no século XI, são indistinguíveis.


A literatura bizantina possui influência de quatro elementos culturais: grego, romano, cristão e oriental. 

Ela é frequentemente classificada em cinco grupos: historiadores e analistasenciclopedistas e ensaístas, e escritores de poesia secular. Os dois grupos restantes incluem novas espécies literárias: literatura eclesiástica e teológica e poesia popular. Dos cerca de três mil volumes da literatura bizantina que sobrevivem, apenas trezentos e trinta consistem de poesia secular, história, ciência e pseudo-ciência. Na literatura religiosa bizantina (sermões, livros litúrgicos e poesia, teologia, tratados devocionais etc.), Romano, o Melodista foi seu representante mais proeminente. 


Os bizantinos tiveram interesse na literatura clássica, especialmente para a poesia lírica e/ou satírica. Ela teve uma grande influência na literatura bizantina até o século VI, no entanto a partir deste momento, quando o império havia entrado em um período de declínio decorrente de crises econômicas e dos ataques constantes de árabes e depois de búlgaros, a língua clássica declinou. 

Durante os séculos IX e século X, durante o chamada Renascimento bizantino da dinastia macedônica, ocorreu a recriação da cultura helênico-cristã da antiguidade clássica, na medida em que a língua popular deixou de ser utilizada e a hagiografia (biografia de santos) foi escrita em língua e estilo clássico. 

Durante o Renascimento do século XII novos gêneros literários foram desenvolvidos com ênfase no romance de ficção e a sátira. No entanto, durante o período entre a Quarta Cruzada (1204) e a Queda de Constantinopla (1453) houve um novo ressurgimento da literatura clássica." fonte (Wikipédia)


Um das coisas importantes dos bizantinos foi a cópia dos documentos antigos gregos que permitiu a difusão desses pela Europa.


VIII. - Referências


Wikipédia - Império Bizantino

Nenhum comentário:

Postar um comentário