Era o caso do cardeal Virginio Orsini, que, segundo o boletim escrito
por Teodoro Amayden em 1647, “era espanhol e exibia em seu palácio o
brasão do rei católico. Depois que seu filho morreu, ele se tornou
partidário dos franceses e, logo depois, dos espanhóis; no momento, é
francês novamente — mas ninguém sabe até quando”.
Certo dia, o cardeal Mario Teodoli visitou Amayden e se queixou de que nunca recebia nada da Espanha, e tinha muitas dívidas a pagar. A França estava lhe oferecendo generosos subsídios, caso ele se posicionasse do lado francês. Amayden, ferozmente pró-espanhol, reuniu-se com o principal cardeal espanhol, Gil Alvarez Carillo de Albornoz, para saber se alguma coisa poderia ser feita. Mas a Espanha, segundo o cardeal Albornoz, não poderia fazer nada. Então o cardeal Teodoli disse: “Já que os espanhóis não querem me ajudar, fui para o lado dos franceses, embora com relutância”.
A rivalidade entre França e Espanha se infiltrou tanto na sociedade romana que até as roupas refletiam as preferências de alguém. As mulheres demostravam seu apoio conforme o lado em que usavam fitas nos cabelos — se fosse no lado direito, torciam pela Espanha, no esquerdo, pela França. Os homens demonstravam seu apoio conforme a cor de suas meias — vermelhas para a França, brancas, para a Espanha. A posição das plumas de seus chapéus era também indicativa das preferências políticas — lado direito para a Espanha, esquerdo para a França. Até o corte da barda tinha enorme significado político. O cardeal Teodoli sinalizava sua iminente mudança para o lado da França usando a barba no estilo curto e pontudo adotado pelos franceses. Poucos dias depois, seu palácio ostentava o brasão francês.
Anunciar as preferências abertamente, através das cores das meias e do corte das barbas, muitas vezes resultava em tumultos nas ruas. Homens usando meias vermelhas, por exemplo, poderiam atacar um grupo que usasse meias brancas, o que às vezes culminava em assassinatos e vários dias de distúrbios. Alguns homens escolhiam meias pretas, apenas para não serem atacados quando saíssem de casa.
Senhora do Vaticano, de Eleanor Herman
Certo dia, o cardeal Mario Teodoli visitou Amayden e se queixou de que nunca recebia nada da Espanha, e tinha muitas dívidas a pagar. A França estava lhe oferecendo generosos subsídios, caso ele se posicionasse do lado francês. Amayden, ferozmente pró-espanhol, reuniu-se com o principal cardeal espanhol, Gil Alvarez Carillo de Albornoz, para saber se alguma coisa poderia ser feita. Mas a Espanha, segundo o cardeal Albornoz, não poderia fazer nada. Então o cardeal Teodoli disse: “Já que os espanhóis não querem me ajudar, fui para o lado dos franceses, embora com relutância”.
A rivalidade entre França e Espanha se infiltrou tanto na sociedade romana que até as roupas refletiam as preferências de alguém. As mulheres demostravam seu apoio conforme o lado em que usavam fitas nos cabelos — se fosse no lado direito, torciam pela Espanha, no esquerdo, pela França. Os homens demonstravam seu apoio conforme a cor de suas meias — vermelhas para a França, brancas, para a Espanha. A posição das plumas de seus chapéus era também indicativa das preferências políticas — lado direito para a Espanha, esquerdo para a França. Até o corte da barda tinha enorme significado político. O cardeal Teodoli sinalizava sua iminente mudança para o lado da França usando a barba no estilo curto e pontudo adotado pelos franceses. Poucos dias depois, seu palácio ostentava o brasão francês.
Anunciar as preferências abertamente, através das cores das meias e do corte das barbas, muitas vezes resultava em tumultos nas ruas. Homens usando meias vermelhas, por exemplo, poderiam atacar um grupo que usasse meias brancas, o que às vezes culminava em assassinatos e vários dias de distúrbios. Alguns homens escolhiam meias pretas, apenas para não serem atacados quando saíssem de casa.
Senhora do Vaticano, de Eleanor Herman
Nenhum comentário:
Postar um comentário