No dia 11 de setembro de 1836 foi proclamada a República
Rio-Grandense, um estado-nação clandestino formado na região sul do
Brasil, dando origem ao que seria o atual Rio Grande do Sul. Foi a mais
longa revolta brasileira e a mais longa do Império do Brasil
(1822-1889). A República Rio-Grandense foi proclamada pelo general
Antônio de Sousa Neto, como consequência direta da vitória obtida por
forças oligárquicas gaúchas na Batalha do Seival (1836), durante a
Revolução Farroupilha (1835-1845).
O Uruguai, através de tratado de cooperação mútua,
reconheceu a legitimidade desta república. Os principais líderes
sul-rio-grandenses eram estancieiros insatisfeitos com os altos impostos
sobre o charque e o couro, de modo que os mesmos produtos estrangeiros
fossem mais baratos que os nacionais. A Constituição da República
Rio-grandense foi aprovada em 1843, em Alegrete. Uma das únicas cidades
que não aderiu aos revoltosos foi Porto Alegre, que por esse motivo
recebeu do Império o título de "Leal e Valerosa Cidade de Porto Alegre",
seu lema oficial até hoje. A primeira capital da nova república foi a
cidade de Piratini. Em 1839, forças lideradas pelo revolucionário
italiano Giuseppe Garibaldi e pelo gaúcho Davi Canabarro proclamaram a
República Juliana na província de Santa Catarina, tomando a cidade de
Laguna. A nova república formou uma confederação com a Rio-Grandense mas
não durou muito, pois não conseguiu tomar a capital provincial de Nossa
Senhora do Desterro.
A República Rio-Grandense foi dissolvida em 1 de março de
1845, pelo Tratado de Poncho Verde, que manteve em vigor algumas leis
derivadas da constituição Rio-Grandense. Teve ao todo cinco capitais
durante os seus nove anos de existência: Piratini, Caçapava do Sul,
Alegrete e São Gabriel (capitais oficiais), Bagé (somente por duas
semanas) e São Borja. Os seus presidentes foram Bento Gonçalves e Gomes
Jardim.
Imagem: Guilherme Litran [Domínio público], via Wikimedia Commons

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