Quase trinta anos após o fim da ditadura militar no Chile, um
tribunal do país condenou à prisão vinte ex-agentes da polícia secreta
do ex-ditador Augusto Pinochet, por crimes cometidos durante o período.
As penas imputadas variam entre 100 dias e 17 anos de detenção.
Os
réus foram condenados pelo sequestro e assassinato de 12 pessoas entre
1975 e 1977, no âmbito da chamada Operação Condor, uma campanha conjunta
de repressão política promovida por ditaduras de direita na América do
Sul com apoio dos Estados Unidos.
A maioria das vítimas era
militante de esquerda e foi sequestrada na Argentina, no Paraguai ou na
Bolívia. Acredita-se que elas foram levadas à força ao Chile para depois
serem torturadas e mortas. Algumas ainda listam oficialmente como
desaparecidas.
O Chile e esses outros três países "não só
concordaram em deter as vítimas, mas também criaram as condições para
aprisionar e trazê-las para o nosso país sob um plano sinistro de
confiná-las em locais secretos para interrogar, torturar e, com
crueldade extrema, eliminá-las", diz o juiz Mario Carroza na decisão
proferida nesta sexta-feira (21/09).
Dois dos ex-agentes,
Christoph Willike Floel e Raúl Iturriaga Neumann, foram condenados a 17
anos de prisão. Outros cinco réus receberam a pena de 15 anos; dois
foram sentenciados a 10 anos; três ex-agentes, a sete anos; e outros
quatro, a cinco anos de prisão.
Os quatro acusados restantes
foram condenados a apenas 100 ou 300 dias de cárcere, por terem sido
identificados como cúmplices dos crimes.
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