domingo, 2 de setembro de 2018

A ancestral do ser humano, conhecida por andar ereta mas também por sua habilidade de subir em árvores, pode ter morrido justamente após cair de uma.

Desde que foi descoberta em 1974, Lucy, um hominídeo bípede que viveu há 3,2 milhões anos, é alvo de vários estudos. Como ela vivia? Como andava? Como se comportava?  Já se sabia, por exemplo, que Lucy - assim como os macacos que a antecederam - usava suas longas pernas para subir em árvores; porém também andava de forma ereta. O que não se sabia é que sua habilidade com as árvores pode não ter sido tão grande assim: ela pode ter morrido após cair de uma!
É o que mostra pesquisa divulgada esta semana por John Kappelman, antropólogo da Universidade do Texas, que publicou seu trabalho na revista Nature. A equipe examinou os ossos de Lucy e usou scanners capazes de captar imagens em altíssima resolução que revelaram vários ossos quebrados e nenhum sinal de calcificação deles - o que indica que os ferimentos ocorreram próximos ao momento de sua morte.

Fraturas
Uma análise do esqueleto de Lucy - além do crânio, os cientistas localizaram cerca de 40% do corpo desta Australopithecus afarensis - revelou “fraturas recentes” em seu braço direito, no ombro esquerdo, no tornozelo direito e no joelho esquerdo que, segundo pesquisadores, resultam da queda de uma árvore alta, com algo em torno de 12 metros. Kappelman disse que, provavelmente, Lucy morreu rapidamente, sem sofrer.
Descoberta na Etiópia, Lucy morreu quando era jovem e ativa. Demais cientistas que a estudam pelo mundo classificaram os trabalhos de Kappelman como importantes, porém inconclusivos. Segundo eles, o esqueleto de Lucy - assim como o de demais hominídeos - são difíceis de serem estudados por estarem bem incompletos. Além disso, alguns pesquisadores apontam a hipótese de que os ossos de Lucy podem ter sofrido fraturas ao longo dos anos em pedras e rochas.

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