* Festa em honra de Ísis, da deusa da maternidade e da fertilidade,
cuja adoração se estendeu por todas as partes do mundo greco-romano,
cultuada como modelo da mãe e da esposa ideal, protetora da natureza e
da magia, amiga dos escravos, pescadores, artesãos, oprimidos, além de
ouvinte das preces das donzelas, opulentos, aristocratas e governantes.
** Festa em hora de Nephthys, deusa que representava as terras áridas e
secas do deserto e a morte, tida como quem ajudou Ísis a recolher os
pedaços de Osíris quando Seth o destruiu, cujo nome significa "Senhora
da Casa" ou "Senhora do Castelo" (entendendo-se como casa o lugar onde
Hórus vive).
.....
É reconhecido que os cristãos
primitivos se apropriaram de muito da iconografia de Ísis para a Virgem
Maria. Por exemplo, foram-lhe atribuídos vários títulos de Ísis – como
«Estrela do Mar» (Stella Maris) e «Rainha do Céu». Tradicionalmente,
Ísis era representada de pé sobre a Lua em quarto-crescente ou com
estrelas nos cabelos ou em volta da cabeça; a Virgem Maria também é
assim representada.
Mas a imagem mais notavelmente semelhante é a
da mãe e filho. Os cristãos podem pensar que as estátuas de Maria e o
menino Jesus representam iconografia exclusivamente cristã, mas, de
fato, todo o conceito da Madona e o menino já estava firmemente presente
no culto de Ísis.
Também Ísis era venerada como uma virgem
sagrada. Mas, apesar de também ser a mãe de Hórus, isso não constituía
problema para as mentes dos seus milhões de adeptos. Enquanto se espera
que os cristãos modernos aceitem o nascimento virginal como artigo de fé
e como verdadeiro acontecimento histórico, os adoradores de Ísis e
outros pagãos não enfrentavam este dilema intelectual. Para eles, Zeus,
Vênus ou Maat podiam, ou não, ter descido à Terra; o importante era o
que eles personificavam.
Cada um dos deuses do panteão reinava
sobre a sua área própria da vida humana; por exemplo, a deusa egípcia
Maat estava relacionada com o conceito de justiça no mundo material e
quando as almas dos mortos erampesadas na balança. Os deuses eram
interpretados como arquétipos vivos, não como figuras históricas. Os
adoradores de Ísis não perdiam tempo a procurar roupas que podiam ter
envolvido o corpo de Osíris nem consideravam importante encontrar uma
lasca do caixão em que esteve confinado.
Longe de ser uma
religião simples e ignorante, a religião dos adoradores de Ísis parece
ter tido uma profunda compreensão da psique humana. Ísis era venerada
como Virgem e como Mãe – mas não como Virgem Mãe. Os adoradores de Ísis
teriam considerado o conceito de nascimento virginal francamente
ridículo: os deuses podem fazer maravilhas, mas não exigem que os seus
fiéis suspendam tanto a sua descrença. O culto das deusas mais
importantes acentuava a sua feminilidade essencial, ao dividi-la em três
aspectos principais, cada um deles representando o ciclo de vida das
verdadeiras mulheres. Primeiro a Virgem, depois a Mãe, em seguida a
Velha, todas três ligadas à Lua nova, à Lua cheia e ao obscurecimento da
Lua.
Cada deusa, incluindo Ísis, era interpretada como
representação de toda a experiência feminina, incluindo o amor sexual –
e, portanto, podia ser invocada para ajudar uma mulher com qualquer tipo
de problema-, ao contrário da Virgem Maria, cuja suposta pureza é uma
barreira impenetrável para os que gostariam de compartilhar com ela os
seus problemas sexuais. Ísis era uma verdadeira mulher, que representa
um ciclo de vida feminino completo...
.....
FONTE: "A
Revelação dos dos Templários - Os Guardiões Secretos da Verdadeira
Identidade de Cristo", por Lynn Picknett e Clive Prince - Editora
Planeta, 2007
MONTAGEM: acima, "Deusa Nephthys, Guardiã dos Mortos" - por Emily Balivet. Embaixo: "Deusa Isis", por Vladimir Zadvinskii
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