quarta-feira, 18 de julho de 2018

18 de julho - Dia de Ísis* e Dia de Nephthys** (Mitologia egípcia)

* Festa em honra de Ísis, da deusa da maternidade e da fertilidade, cuja adoração se estendeu por todas as partes do mundo greco-romano, cultuada como modelo da mãe e da esposa ideal, protetora da natureza e da magia, amiga dos escravos, pescadores, artesãos, oprimidos, além de ouvinte das preces das donzelas, opulentos, aristocratas e governantes.
** Festa em hora de Nephthys, deusa que representava as terras áridas e secas do deserto e a morte, tida como quem ajudou Ísis a recolher os pedaços de Osíris quando Seth o destruiu, cujo nome significa "Senhora da Casa" ou "Senhora do Castelo" (entendendo-se como casa o lugar onde Hórus vive).
.....
É reconhecido que os cristãos primitivos se apropriaram de muito da iconografia de Ísis para a Virgem Maria. Por exemplo, foram-lhe atribuídos vários títulos de Ísis – como «Estrela do Mar» (Stella Maris) e «Rainha do Céu». Tradicionalmente, Ísis era representada de pé sobre a Lua em quarto-crescente ou com estrelas nos cabelos ou em volta da cabeça; a Virgem Maria também é assim representada.
Mas a imagem mais notavelmente semelhante é a da mãe e filho. Os cristãos podem pensar que as estátuas de Maria e o menino Jesus representam iconografia exclusivamente cristã, mas, de fato, todo o conceito da Madona e o menino já estava firmemente presente no culto de Ísis.
Também Ísis era venerada como uma virgem sagrada. Mas, apesar de também ser a mãe de Hórus, isso não constituía problema para as mentes dos seus milhões de adeptos. Enquanto se espera que os cristãos modernos aceitem o nascimento virginal como artigo de fé e como verdadeiro acontecimento histórico, os adoradores de Ísis e outros pagãos não enfrentavam este dilema intelectual. Para eles, Zeus, Vênus ou Maat podiam, ou não, ter descido à Terra; o importante era o que eles personificavam.
Cada um dos deuses do panteão reinava sobre a sua área própria da vida humana; por exemplo, a deusa egípcia Maat estava relacionada com o conceito de justiça no mundo material e quando as almas dos mortos erampesadas na balança. Os deuses eram interpretados como arquétipos vivos, não como figuras históricas. Os adoradores de Ísis não perdiam tempo a procurar roupas que podiam ter envolvido o corpo de Osíris nem consideravam importante encontrar uma lasca do caixão em que esteve confinado.
Longe de ser uma religião simples e ignorante, a religião dos adoradores de Ísis parece ter tido uma profunda compreensão da psique humana. Ísis era venerada como Virgem e como Mãe – mas não como Virgem Mãe. Os adoradores de Ísis teriam considerado o conceito de nascimento virginal francamente ridículo: os deuses podem fazer maravilhas, mas não exigem que os seus fiéis suspendam tanto a sua descrença. O culto das deusas mais importantes acentuava a sua feminilidade essencial, ao dividi-la em três aspectos principais, cada um deles representando o ciclo de vida das verdadeiras mulheres. Primeiro a Virgem, depois a Mãe, em seguida a Velha, todas três ligadas à Lua nova, à Lua cheia e ao obscurecimento da Lua.
Cada deusa, incluindo Ísis, era interpretada como representação de toda a experiência feminina, incluindo o amor sexual – e, portanto, podia ser invocada para ajudar uma mulher com qualquer tipo de problema-, ao contrário da Virgem Maria, cuja suposta pureza é uma barreira impenetrável para os que gostariam de compartilhar com ela os seus problemas sexuais. Ísis era uma verdadeira mulher, que representa um ciclo de vida feminino completo...
.....
FONTE: "A Revelação dos dos Templários - Os Guardiões Secretos da Verdadeira Identidade de Cristo", por Lynn Picknett e Clive Prince - Editora Planeta, 2007
MONTAGEM: acima, "Deusa Nephthys, Guardiã dos Mortos" - por Emily Balivet. Embaixo: "Deusa Isis", por Vladimir Zadvinskii

Nenhum comentário:

Postar um comentário