quarta-feira, 18 de julho de 2018

18 de julho de 64 d.C. - Roma é assolada por um incêndio que muitos atribuem a Nero.

Em 19 de julho de 64 d.C., Roma é assolada por um incêndio. Em meio à noite, um fogo imenso prorrompe perto do "Circo Máximo" e devasta toda a cidade de Roma. O incêndio é de tal amplitude que levou seis dias para controlá-lo.
O imperador Nero passeava no campo e retorna precipitadamente à capital de seu império. Nas alturas de Roma observa a cidade em chamas recitando versos e dedilhando a lira. Após esse terrível incêndio, faria construir um novo palácio real de dimensões bastante superiores ao precedente. A plebe o acusa de ele próprio ter provocado o incêndio para poder reconstruir Roma segundo seu gosto e visão artística.
O imperador déspota rejeitou enfaticamente a responsabilidade pelo desastre jogando a culpa sobre a minoria cristã. A partir do mês de outubro, empreenderia perseguições religiosas sem precedentes, criando um clima de terror entre aquela comunidade. Em contrapartida, os complôs começam a se fomentar contra o déspota cruel. A conjuração de Pison em 65 d.C. é descoberta e atrozmente reprimida.
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Finalmente, o exército se subleva na Gália com Vindex e na Espanha com Galba. Nero é julgado inimigo público pelo Senado e foge antes de ter sido morto em Roma em 9 de junho de 68. Segundo Suetônio e Dião Cássio, o povo de Roma celebrou a morte de Nero.
Tácito, porém, fala nos seus escritos de um panorama político muito mais complicado, segundo o qual a morte de Nero foi bem recebida entre os senadores, a nobreza e a classe alta, mas que, ao contrário, a classe baixa, os escravos e os assíduos do teatro, que foram os beneficiários dos excessos do imperador, receberam a notícia com pesar. O exército, entretanto, estava na encruzilhada entre o dever obediência a Nero como seu imperador e os subornos oferecidos para derrubá-lo.
Filóstrato e Apolônio de Tiana mencionam a morte de Nero como um duro golpe para o povo em geral, que a chorou com amargura devido a que "restabeleceu e respeitou as liberdades com uma sabedoria e moderação das quais o seu caráter carecia".
Os historiadores modernos defendem a teoria de que, enquanto o Senado e a classe alta receberam com regozijo a notícia, o povo "foi fiel até o final".
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FONTE: Revista de História da Biblioteca Nacional
ARTE: "O Grande Incêndio de Roma" - por Robert Hubert (1733-1808), pintor e desenhista francês

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