Maior liderança da história política da África do Sul, Nelson
Mandela, ou “Madiba” (como era conhecido em seu clã), nasceu em uma
aldeia nativa do povo Thembu, no interior do país. Com 23 anos, abandona
a chance de ocupar a chefia de seu clã para viajar para Joanesburgo
estudar Direito. Iniciou suas atividades políticas na universidade,
protestando contra as más condições dos estudantes negros. Criou o
primeiro escritório advocatício negro do país
e passa a integrar o Conselho Executivo do Congresso Nacional Africano
(CNA), partido político que defendia os direitos da população negra do
país.
Com a vitória da
extrema-direita nas eleições presidenciais de 1948, é aprovada a
instauração de um regime legal segregacionista entre brancos e negros – o
Apartheid. No início dos anos 50, Mandela se torna porta-voz da
Campanha de Desafio contra Leis Injustas, movimento de resistência
nacional antirracista promovido pelo CNA. É preso diversas vezes com
base na Lei de Repressão ao Comunismo. Em 1960, o CNA é ilegalizado, e
Mandela entra para a clandestinidade, quando passa a dirigir o Lança de
uma Nação, braço armado do partido.
Em 1963, Mandela foi preso
pela polícia sul-africana e condenado à prisão perpétua. Na prisão,
tornou-se símbolo internacional de luta contra o Apartheid, mobilizando
campanhas de solidariedade ao redor do mundo contra o regime de
segregação racial e a favor da sua libertação. Passou 27 anos na prisão
da África do Sul, conquistando a liberdade em 1990 para se tornar o
primeiro presidente negro do país em 1994, cargo que só deixaria em
1999, com amplo apoio popular. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1993,
por sua trajetória em defesa dos oprimidos, tendo sua luta transcendido
fronteiras sul-africanas e frutificado pelo planeta.
(Selo da União Soviética com rosto de Mandela como parte da campanha em favor de sua libertação, em 1988)
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