sábado, 19 de maio de 2018

Em maio de 325 DC, teve início na cidade de Nicéia, perto de Constantinopla, o primeiro evento ecumênico que daria origem à religião católica.

Em maio de 325 DC, teve início na cidade de Nicéia, perto de Constantinopla, o primeiro evento ecumênico que daria origem à religião católica.  Na época, Constantino, o imperador de Roma, viu que uma aliança com os cristãos aumentaria seu poder e decidiu fazer do cristianismo a religião oficial do império. Em 313 DC, ele promulgou o Édito de Milão ou Édito da Tolerância, onde acabou com a perseguição religiosa aos cristãos. Mais adiante, em 325 DC, ele convocou e presidiu o 1º. Concílio Ecumênico, para criar regras únicas para a Igreja Romana, desde que estas fossem de seus interesses. Ele chamou representantes religiosos de todas as províncias para o palácio de Nicéia e deu toda mordomia aos participantes.
O Concílio se iniciou em 20 de maio com perto de 318 representantes da igreja e terminou em 19 de junho. Tudo foi discutido como questões de Estado e controvérsias não eram aceitas. Ali foi definida a divindade de Cristo e da Santíssima Trindade, e os bispos que se opuseram foram exilados. Foi oficializado o domingo como o dia de descanso semanal, ao invés do sábado, como era anteriormente, e mudaram a data de comemoração da Páscoa, que era na mesma data da Páscoa dos judeus. Uma das mais importantes mudanças foi criar um cânone novo, somente com os evangelhos aceitos como verdadeiros.
Aí nasceu o Novo Testamento, com somente quatro evangelhos, ou seja, Marcos, Lucas, Mateus e João. Consta que, como os bispos não chegavam a um acordo, Constantino ordenou que deixassem no chão todos os evangelhos, se recolhessem aos seus aposentos e ficassem em orações até o dia seguinte, pedindo pela interferência divina. A sala foi trancada e somente o imperador ficou com a chave. No dia seguinte, os quatro evangelhos já mencionados apareceram “milagrosamente” em cima do altar e ninguém podia questionar a vontade divina ou a palavra do imperador.
Os outros evangelhos foram considerados apócrifos, hereges, queimados e banidos de todo reino. Quem fosse pego com um exemplar, seria condenado à morte e seus bens confiscados para a nova Igreja-Estado. Em 1945, foram encontrados, nos Manuscritos do Mar Morto, vários desses evangelhos apócrifos produzidos entre os anos 100 e 200 DC, que mostram outras versões sobre este período da História, como os evangelhos de Tiago, Tomé, Judas e outros. Neles, Madalena é uma grande líder e Judas não é um traidor.  
Um ano após o Concílio, o imperador mandou matar sua mulher, seu filho, o marido e o filho de sua irmã. Ele retardou o seu batismo até as vésperas de sua morte, pois diziam que o batismo o salvaria de todos os pecados cometidos. Após sua morte, em 337 DC, foi enterrado com honras de quem se tornara o 13º. apóstolo e foi representado, na iconografia eclesiástica, recebendo a coroa de imperador, diretamente das mãos de Deus.

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