Os vikings foram um povo que habitava o norte da Europa (na
Escandinávia), em um período conhecido como Era Viking, o qual abrangia
do século VIII ao século XI. Essa época foi marcada pelas incursões dos
vikings em diversas regiões do continente europeu, com diferentes
propósitos: desde obtenção de terras para colonização e cultivo,
passando pela realização de comércio, até saques e pilhagens.
A
existência dos vikings resumiu-se a um período cronológico conhecido
como Era Viking, que se iniciou em 793, com o ataque viking ao mosteiro
de Lindisfarne. Esse evento principiou o período das navegações desse
povo pela Europa. O término da Era Viking ocorreu em 1066, quando os
normandos (vikings que haviam se estabelecido na Normandia) atacaram e
conquistaram a Inglaterra sob a liderança de Guilherme, o conquistador.
Segundo o historiador Johnni Langer, o termo viking é originário do
nórdico antigo “vikingr”, que era utilizado para referir-se a
mercenários e piratas. Contudo, essa não era uma expressão utilizada
pelos vikings para referir-se a si mesmos como povo, e seu uso em
referência aos nórdicos desse período somente foi popularizado na Europa
a partir do século XVIII.
Os vikings habitavam, a princípio, as
regiões que correspondem à atual Escandinávia: Noruega, Suécia e
Dinamarca. No entanto, com o domínio das técnicas de navegação, os
vikings espalharam-se por diversos locais, como no leste europeu (atual
Rússia e Ucrânia), Normandia, Britânia (atual Inglaterra), Escócia,
Islândia, Groenlândia e, por volta do ano 1000, alcançaram a América do
Norte (atual Canadá).
Os historiadores especulam que a causa das
expedições dos escandinavos fosse o crescimento populacional da região, o
que teria gerado falta de alimentos e iniciado um processo de disputa e
procura por melhores terras. Além disso, disputas pelo poder e o desejo
de promover a expansão comercial foram levantados pelos historiadores
como outros motivos que nos ajudam a entender essas expedições marítimas
dos vikings.
A sociedade viking era caracterizada por sua
hierarquização, ou seja, sua divisão social em classes sociais muito bem
definidas. Apesar das divisões existentes, todos os homens livres (e
isso inclui ricos e pobres) tinham direitos de cidadãos e, portanto,
podiam participar das tomadas de decisões nas assembleias (things).
O topo da hierarquia social dos vikings era ocupado pelo rei, chefe
militar e religioso do território que controlava. A centralização do
poder aconteceu ao longo da Era Viking na Escandinávia e contribuiu para
o fortalecimento da posição dos reis. Seu poder era hereditário, mas
essa hereditariedade não era necessariamente de pai para filho.
Nessa hierarquia, abaixo dos reis estavam os nobres, popularmente
conhecidos como jarls. Eles eram possuidores de grande riqueza e vasta
quantidade de propriedades e possuíam um poderio militar considerável.
Em determinados locais da Escandinávia, o poder dos jarls era tão grande
que rivalizava com o poder real.
Em uma posição abaixo dos
nobres, estavam os “nórdicos livres”, que basicamente eram todo
escandinavo que não fosse nobre nem escravo. Esse era o maior grupo da
sociedade viking e era composto por camponeses, pescadores,
comerciantes, artesãos etc. Por fim, os escravos eram a base da
sociedade viking. Considerados propriedades dos cidadãos, os escravos
poderiam ser criminosos condenados, pessoas endividadas ou estrangeiros.
A religião dos vikings não possui um termo específico que a nomeie,
portanto, os historiadores utilizam a expressão paganismo nórdico. A
religião dos nórdicos possuía elementos de xamanismo (prática religiosa
que possui magia e transe como elementos) e era formada pela crença em
diferentes deuses, isto é, era politeísta.
Dos principais deuses
nos quais os nórdicos acreditavam, destacavam-se Odin e Thor. Odin era
para os vikings o deus mais poderoso e sábio, considerado o criador de
tudo e referido como o “Pai de Todos”. Thor era o deus trovão e o mais
adorado de toda a Escandinávia. Os vikings acreditavam que parte de seus
deuses morava em Asgard, um dos nove mundos existentes em sua crença.
Esses nove mundos, segundo essa crença, estavam interligados entre si a
partir da Yggdrasil, o freixo da vida. A conexão de Midgard (terra do
meio, mundo dos humanos) com Asgard (morada de parte dos deuses)
acontecia pela Bifrost, a ponte arco-íris protegida pelo deus Heimdall.
Os nórdicos acreditavam ainda que o universo teria um final
catastrófico conhecido como Ragnarök, no qual os deuses antigos
morreriam e um universo surgiria em seguida. Essa concepção, no entanto,
é questionada em relação à sua veracidade pelos historiadores, pois,
afirma-se, seria baseada no cristianismo e, portanto, não possuía base
real na religiosidade nórdica. Os vikings sofreram um intenso processo
de cristianização a partir do século X.
Fonte: História do Mundo
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