A África é o berço da humanidade. Foi lá que evoluiu o homem moderno,
que depois se espalhou pelo globo. No entanto, algumas civilizações
cheias de riqueza e cultura são pouco conhecidas para a maioria de nós
Natasha Romanzoti, Hypescience
A África é o berço da humanidade. Foi lá que evoluiu o homem moderno, que depois se espalhou pelo globo.
Centenas de pequenos reinos surgiram ao longo da história do continente,
com alguns eventualmente se transformando em impérios poderosos. Estas
vastas civilizações africanas cheias de riqueza e cultura são pouco
conhecidas para a maioria de nós. Está na hora de mudar isso:
1. Civilização cartaginesa
Um assentamento fenício, a antiga cidade-estado de Cartago ficava
localizada na atual Tunísia e cobria boa parte do Mediterrâneo. Sua
colocação estratégica e abundância de comércio permitiram que fosse
bastante rica.
A civilização cartaginesa era extremamente qualificada na elaboração de
móveis, almofadas e colchões, e suas camas eram um luxo caro. Em um
ponto da história, seus rivais romanos tentaram copiar seus designs sem
sucesso.
Cartago também criou um intrincado sistema governamental, escreveu uma
constituição e possuía uma extensa biblioteca. Infelizmente, a maioria
de sua literatura foi destruída ou dada de presente aos reis da Numídia.
Apenas um livro ainda existe – um manual sobre a técnica agrícola,
traduzida para o grego.
Eventualmente, Cartago foi queimada e saqueada pela expansão do Império
Romano. No entanto, a cidade-estado deixou uma marca indelével como um
império comercial rico e uma força poderosa na África.
2. Império Zulu
A ascensão do Império Zulu não teria acontecido sem uma pulada de cerca.
O início do reino foi estimulado por Shaka Zulu, filho ilegítimo do
chefe Senzanganoka. Após ter evitado várias tentativas de assassinato e
disputas familiares sangrentas, Shaka se tornou chefe dos Zulus.
Usando suas inovadoras táticas militares, Shaka deixou o império rico e
famoso, além de torná-lo uma das civilizações africanas mais temidas
durante o período colonial. Ele treinou seus guerreiros tão bem que
acabou derrotando a invasão britânica.
Depois de um período de poder e violência, por volta de 1900, os Zulus
foram absorvidos pela Colônia do Cabo. Hoje, partes do império formam o
país moderno da África do Sul.
3. Reino de Punt
Provavelmente localizado na atual Somália, o Reino de Punt foi
considerado a “Atlantis” da África. Ao contrário da maioria das
civilizações africanas, as pessoas desta “terra dos deuses” eram
descritas como tendo tez vermelha escura e cabelos longos, e seus
cidadãos viviam em cabanas de junco suspensas sobre palafitas acima da
água.
O comércio entre Egito e Punt era comum, incluindo a primeira troca
documentada de flora, quando a rainha Hatshepsut negociou árvores
durante sua famosa expedição a Punt. Vários tipos de produtos eram
trocados com Punt, de incenso a marfim a anões.
Embora a localização exata de Punt ainda seja debatida, o reino foi
descrito como sendo exuberante e verde. Marinheiros supostamente podiam
alcançá-lo viajando através do Mar Vermelho ou navegando o Nilo em
pequenos barcos à vela.
Muitas pessoas acreditam que Punt tinha uma enorme influência sobre a
cultura egípcia, da literatura à religião. Apesar disso, alguns
historiadores questionam se Punt sequer existiu.
4. Império Songai
O Império Songai ocupava milhares de quilômetros em grande parte da
África Ocidental. Com duração de quase 800 anos, foi considerado um dos
maiores impérios do mundo nos séculos 15 a 16.
Tal como acontecia com outras civilizações africanas, Songai derivava a
maior parte de sua riqueza a partir da negociação com outros povos,
assegurada por seu exército de 200.000 pessoas posicionadas ao longo de
suas províncias.
Milhares de culturas estavam sob seu controle, mantidas juntas pela
burocracia de um governo centralizado. Uma nova moeda também foi criada,
o que permitiu que as diversas culturas se misturassem e unissem.
O tamanho deste império foi sua queda, com o seu enorme território se
provando muito difícil de controlar. Songai passou por uma guerra civil
e, lá pelo final do século 16, o império outrora poderoso se fraturou em
pequenos reinos.
5. Reino de Cuche
Relativamente desconhecido fora da África, o Reino de Cuche ficava
localizado no atual Sudão. Esta civilização era muito semelhante ao
Egito e governava como os faraós. Eles também mumificavam seus mortos,
construíram pirâmides como cemitérios e adoravam vários deuses.
No entanto, havia várias diferenças importantes entre as duas culturas.
Ferro havia se tornado um grande recurso para os cuches, enquanto os
egípcios ainda estavam descobrindo as maravilhas deste metal. As
mulheres também desempenhavam um papel muito maior na sociedade Cuche –
rainhas muitas vezes sucediam os reis. Na verdade, uma das maiores
pirâmides do reino foi construído para honrar uma governante mulher.
Cuche era famoso por seus arqueiros, muitas vezes representados nas
obras de arte. Teoriza-se que o reino tenha enfraquecido após ser
invadido pelo povo de Axum e, em seguida, tomado por uma nova sociedade
chamada de Grupo-X ou cultura Ballana.
6. Cultura Nok
Os primeiros vestígios dessa misteriosa civilização foram descobertos em
1928 por um grupo de mineiros de estanho nigerianos. Conforme os
arqueólogos descobriram fragmentos de cerâmica, pinturas e ferramentas,
ficaram chocados ao perceber quão avançada esta cultura previamente
desconhecida era.
Durante sua existência, de 900 aC até 200 dC, a cultura Nok criou um
complexo sistema judicial séculos antes dos modernos serem inventados.
Usando várias classes diferentes de tribunais, eles tratavam de assuntos
como roubo, assassinato, adultério e disputas familiares.
O povo Nok também foi o primeiro fabricante de estátuas de terracota em
tamanho real. Suas obras representavam pessoas com cabeças longas, olhos
amendoados e lábios separados.
Os Nok também eram avançados no manuseio de metais, forjando pequenas facas, pontas de lança e braceletes.
No ano 200, a população diminuiu rapidamente, sem motivo aparente. Fome,
dependência excessiva de recursos e mudanças climáticas foram propostas
como explicações para seu desaparecimento.
7. Império do Mali
O Império do Mali foi uma grande civilização africana que prosperou
entre os séculos 13 e 16. Fundado por um homem chamado Sundiata Keita
(também conhecido como Rei Leão), o império estava localizado na região
do atual Oeste Africano.
Enquanto o Rei Leão foi um governante impressionante, o império
floresceu mais sob o comando de Mansa Musa, que detém o título de homem
mais rico da história. Sua fortuna era estimada em gritantes US$ 400
bilhões, um montante que envergonha até Bill Gates.
Musa criou Timbuktu, a capital do Mali, e principal centro de educação e
cultura da África, permitindo que estudiosos de todo o continente
aprendessem ali.
Como Benin, Mali foi bem-sucedida no comércio devido à sua localização
junto ao rio Níger. No entanto, foi saqueado por invasores do Marrocos
em 1593. Isso enfraqueceu o império, e Mali logo deixou de ser uma
entidade política importante.
8. Império do Gana
Na Gana antiga, assentada sobre uma imensa mina de ouro, havia um reino
tão rico que até mesmo seus cães usavam colares feitos de metal
precioso.
Com planejamento estratégico, líderes poderosos e uma abundância de
recursos naturais, o Império do Gana tinha grande influência. Negociava
com europeus e norte-africanos, importando livros, tecidos e cavalos em
troca de ouro e marfim. Comerciantes árabes muitas vezes passavam meses
tentando chegar ao reino para fazer negócios.
Se alguém fosse acusado de violar a lei no Gana, essa pessoa era forçada
a beber uma mistura acre de madeira e água. Se vomitasse a mistura, era
considerada inocente. Caso contrário, era considerada culpada e punida
pelo rei.
Apesar de impedir muitas invasões, o império eventualmente entrou em
colapso em 1240. Isolado do comércio e enfraquecido por seus rivais,
Gana foi absorvido pelo crescimento do Império do Mali.
9. Império do Benin
No que é hoje a Nigéria, o Império do Benin começou quando o povo Edo
cortou árvores na floresta tropical do Oeste Africano. Por volta de
1400, o pequeno povoado se desenvolveu em um poderoso reino.
Com um gosto incomum para bronze nos seus palácios deslumbrantes, Benin
também utilizava cobre em suas obras de arte, estátuas e placas que
descrevem cenas de batalha sangrentas. Quanto à negociação, Benin
encontrou sua riqueza no comércio com reinos africanos do norte devido à
sua localização próxima ao rio Níger. No extremo sul do império ficava o
Oceano Atlântico, o que permitiu que seus navios trocassem mercadorias
com outros povos, tais como pedras de coral, pimenta e pele de leopardo.
A civilização chegou ao fim quando os britânicos invadiram a região,
tomaram os recursos de Benin e queimaram o império até o chão.
10. Império de Axum
Enquanto uma revolução cristã estava ocorrendo na Europa, um poderoso
reino surgiu no continente africano. Na atual Etiópia, o Império de Axum
se tornou um dos maiores mercados do nordeste da África, com grande
força naval.
Axum dominou a costa do Mar Vermelho até o século VII. Além de
influenciar outras superpotências na África, Europa e Ásia, este império
criou o Ge’ez, única língua escrita com um conjunto de sinais
utilizados para representar fonemas original da África.
O império tinha uma multidão de visitantes estrangeiros. Um escritor
persa saudou Axum como “uma das quatro maiores potências do mundo”.
Ainda assim, pouco se sabe sobre esta impressionante civilização
africana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário