quinta-feira, 8 de março de 2018

A PRINCESA BEATA QUE PERDEU A CABEÇA

Retrato da princesa Isabel da França, irmã mais nova e querida do rei Luís XVI da França. Ela, assim como o irmão, cunhada, e vários outros aristocratas, clérigos e pessoas do povo, foi executada na revolução, em 1794.
Ela era uma católica devota, com uma natureza caridosa. Mesmo assim, foi acusada, sem provas concretas, de trocar correspondência com inimigos internos e externos do governo revolucionário. O próprio Robespierre, um dos líderes da revolução, achava a execução da princesa desnecessária, mas seguindo o clamor de outros revolucionários, "em nome da igualdade", seu julgamento foi adiante. Após a execução da rainha, Isabel foi deixada com sua sobrinha, Maria Teresa, que sobreviveu à revolução, escrevendo no futuro que "ela me considerava como sua filha, e eu, como minha segunda mãe".
No dia de sua execução, estava calma, e encorajou as outras 23 pessoas que seriam executadas com ela. Isabel foi a última a ser executada, tendo presenciado a morte de todos os outros, sendo suas últimas palavras, dirigidas ao carrasco, ao deixar o lenço que lhe cobria a cabeça cair: "Em nome de vossa mãe, senhor, cubra-me". Ao ter a cabeça cortada, é reportado que não houve o tradicional grito de "Viva a República", pois ela possuía notável respeito entre o público. Foi enterrada em um cemitério comum, e seu irmão, o posterior Luís XVIII, descobriu que os restos mortais haviam se tornado impossíveis de se identificar, tendo ele colocado um medalhão na Catedral de Saint Denis em homenagem a ela. Isabel é considerada pela Igreja Católica como uma mártir e beata.

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