quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Uma farmácia com a folha da Cannabis estampando a frente do estabelecimento, antes da proibição definitiva. Estados Unidos, Virginia, final do Século XIX.

A conturbada história da proibição da erva nos Estados Unidos e no mundo perpassa também pela proibição de medicamentos provenientes do Canabidiol e THC, componentes da Cannabis Sativa, que eram vendidos em farmácia até o inicio do Século XX.
Nos Estados Unidos a maconha foi proibida por duas principais questões, uma econômica e outra ligada ao controle social de imigrantes. A primeira tem a ver com questões econômicas ligadas ao mercado de tecido e papel. O Canhamo, uma espécie de cannabis, era usada para confecção de roupas e papel, principalmente por pequenos produtores, o que atrapalhava os interesses de grandes fazendeiros plantadores e produtores do algodão e celulose, após forte pressão sobre congressistas, leis proibicionistas começaram a brotas em vários Estados. O outro fator preponderante para entender a proibição tem a ver com imigração Mexicana nos Estados do Sul, muitos mexicanos fumavam a erva e a usavam para diferentes tratamentos médicos, com a criminalização dessa população a maconha passou a ser mal vista pelos cidadãos conservadores do Sul. No inicio do Século XX até os produtos farmacêuticos que possuíam em sua composição elementos extraídos da planta foram proibidos, e muitas farmácias, como essa da fotografia, que comercializavam vários tipos de medicamentos com base de Canabidiol tiveram que alterar suas vendas ou fecharam as portas.
O Brasil foi um dos primeiros países a proibir a Cannabis, a primeira lei proibicionista que se tem noticia foi aprovada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em 1830. A justificativa para a proibição era que escravos se revoltavam a partir do uso, partindo dessa questão os vereadores e a mídia da época começaram a chamar a maconha de Charuto do Capeta, Erva do Diabo e Pito do Pango.

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