O conde Claus Philip Maria Schenk von Stauffenberg é um dos
principais personagens da conspiração que culminou no fracassado
atentado contra Adolf Hitler em 20 de julho de 1944. Nascido na Suábia
em 15 de novembro de 1907, Stauffenberg foi um patriota alemão
conservador, que a princípio simpatizou com os aspectos nacionalistas e
militaristas do regime nazista.
Mas, desde cedo, começou a
questionar não só o genocídio de judeus, poloneses, russos e outros
grupos da população estigmatizados pelo regime de Hitler, como também a
forma, em sua opinião "inadequada", de comando militar alemão. Mesmo
assim, como muitos outros militares, preferiu no começo manter-se fiel
ao regime.
Em 1942, junto com seu irmão Berthold e outros membros
da resistência, ele ajudou a elaborar uma declaração de governo
pós-queda de Hitler. Os conspiradores defendiam a volta das liberdades e
direitos previstos na Constituição de 1933, mas rejeitavam o
restabelecimento da democracia parlamentar.
Ferimentos na África
Em
março de 1942, Stauffenberg havia sido promovido a oficial do Estado
Maior da 10ª Divisão de Tanques, com a incumbência de proteger as tropas
do general Erwin Rommel, após o desembarque dos Aliados no norte da
África. Num ataque aéreo em 7 de abril de 1943, Stauffenberg perdeu um
olho, a mão direita e dois dedos da mão esquerda.
Após
recuperar-se dos ferimentos, aliou-se ao general Friedrich Olbricht,
Alfred Mertz von Quinheim e Henning von Treskow na conspiração, que
passaram a chamar de Operação Valquíria. Oficialmente, a operação
pretendia combater inquietações internas, mas, na realidade, preparava
tudo para o período posterior ao planejado golpe de Estado.
Os
planos do atentado que mataria Hitler foram elaborados com a
participação de Carl-Friedrich Goerdeler e de Ludwig Beck. Os
conspiradores mantinham, além disso, contatos com a resistência civil.
Os planos visavam a eliminação de Hitler e seus sucessores potenciais –
Hermann Göring e Heinrich Himmler. A primeira tentativa de atentado em
Rastenburg (hoje Polônia), no dia 15 de julho, fracassou.
Explosão causou quatro mortes
Na
manhã de 20 de julho de 1944, Stauffenberg voou até o quartel-general
do Führer "Wolfsschanze", na Prússia Oriental. Com seu ajudante Werner
von Haeften, ele conseguiu ativar apenas um dos dois explosivos
previstos para detonar. Mais tarde, usou uma desculpa para entrar na
sala de conferências, onde depositou a bolsa com explosivos ao lado do
ditador. Incomodado pela bolsa, Hitler a colocou mais longe de si. A
explosão, às 12h42, matou quatro das 24 pessoas na sala. Hitler
sobreviveu.
Na capital alemã, os conspiradores comunicaram, por
telefone, por volta das 15 horas, convencidos do êxito da missão:
"Hitler morreu!" Duas horas mais tarde, a notícia foi desmentida. Na
mesma noite, Stauffenberg, Haeften, Quirnheim e Friedrich Olbricht foram
executados. No dia 21 de julho, os mortos foram enterrados em seus
uniformes e condecorações militares. Mais tarde, Himmler mandou
desenterrá-los e ordenou sua cremação. As cinzas foram espalhadas pelos
campos.
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