Os exploradores e missionários da época do descobrimento fizeram
vários relatos sobre antropofagia entre os tupis, etnia que ocupava todo
o litoral brasileiro. Eles se dividiam em duas culturas rivais, os
tupinambás e tupiniquins. Os primeiros eram aliados dos franceses, os
segundos, dos portugueses. Viviam em guerra e tratavam os cativos
europeus da mesma maneira que seus adversários indígenas: como alimento
para corpo e espírito, em sua interpretação de que, ao comer um
guerreiro, se absorvia sua força.
O ritual antropofágico foi
descrito em detalhes pelo mercenário alemão Hans Staden, que naufragou
na costa de São Paulo em 1550, foi pego pelos tupinambás, e presenciou
todo o processo.
O próprio Staden estava destinado a virar
almoço, mas conseguiu, a muito custo, convencer os tupinambás de que não
era um português e até ficar amigo deles. Ele é a fonte principal desta
matéria.
Um parêntesis importante aqui: alguns historiadores questionam toda a narrativa da antropofagia como
uma construção colonialista. Ou ao menos alguns detalhes dela, como
toda essa parte do sexo. Não há ritual semelhante em nenhum grupo
indígena atual - o mais perto são os ianomâmis, que consomem seus entes
queridos na forma de cinzas.
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