Na época da colonização portuguesa,
diversos grupos indígenas que ocupavam as regiões onde hoje se encontram
os estados de Minas Gerais e Espírito Santo receberam o nome genérico
de “botocudos”, em referência aos botoques que utilizavam para
ornamentar o rosto – aqueles grandes discos de madeira que alargavam a
boca e as orelhas. Apesar de terem sido muito numerosos naquela época,
hoje estão praticamente extintos.
"As versões de apostila dos eventos da colonização humana precisam ser reavaliadas utilizando dados genômicos"
Anna-Sapfo Malaspinas, autora da pesquisa
Um
artigo publicado na última quinta-feira (23/10) na revista
Current Biology
revelou os resultados obtidos a partir de testes genéticos realizados
nos crânios de dois índios botocudos, que viveram por volta de 1800. Os
pesquisadores não encontraram no DNA nenhum traço de ancestralidade de
americanos nativos, mas sim de grupos originários da Polinésia.
“As populações humanas primitivas exploraram extensivamente o planeta”, disse a autora Anna-Sapfo Malaspinas
ao site EurekAlert.
“As versões de apostila dos eventos da colonização humana – o
povoamento das Américas, por exemplo – precisam ser reavaliadas
utilizando dados genômicos”, afirmou. A pesquisadora também colaborou
com
outro artigo
publicado na mesma edição do periódico que oferece uma explicação
embasada na genética e na arqueologia ao mistério dos genes polinésios
dos botocudos do Brasil.
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