sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Professor da USP mostra as diferentes leituras da Revolução Russa

Cem anos após a derrubada da monarquia absolutista dos czares russos, substituída pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), ainda há novas leituras e divergências brotando entre os historiadores e estudiosos da Revolução Russa de 1917. Em celebração a esse centenário, o Serviço Social do Comércio (Sesc) realiza um ciclo de palestras a partir de fevereiro para antecipar um seminário internacional que ocorrerá em setembro. A primeira delas será no dia 23 de fevereiro, às 19h30, no Centro de Pesquisa e Formação (CPF) do Sesc, com o tema História e Historiografia da Revolução Russa, ministrada pelo professor Angelo de Oliveira Segrillo, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Entre 1985 e 1992, Segrillo esteve na então URSS, onde obteve seu mestrado pelo Instituto de Moscou e teve a chance de presenciar a derrocada do regime socialista in loco. Com essa experiência, o professor baseia sua palestra no artigo Historiografia da Revolução Russa: Antigas e novas abordagens, que escreveu em 2010 para a revista História, Historiadores, Historiografia, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.
“Há muito poucos trabalhos que reúnam a perspectiva dos próprios historiadores russos em relação à Revolução de 1917”, diz o professor. “Tem muita coisa sobre os textos dos historiadores ingleses, norte-americanos, mas, para ler sobre a perspectiva dos russos sem ser na língua russa, é muito difícil. Então eu fiz, nesse artigo, um apanhado bem completo da visão ocidental e também da visão soviética, em seus vários momentos e tendências, tratando da revolução no sentido stricto sensu, isto é, especificamente dos acontecimentos de 1917.”


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