Cem anos após a derrubada da
monarquia absolutista dos czares russos, substituída pela União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), ainda há novas leituras e
divergências brotando entre os historiadores e estudiosos da Revolução
Russa de 1917. Em celebração a esse centenário, o Serviço Social do
Comércio (Sesc) realiza um ciclo de palestras a partir de fevereiro para
antecipar um seminário internacional que ocorrerá em setembro. A
primeira delas será no dia 23 de fevereiro, às 19h30, no Centro de
Pesquisa e Formação (CPF) do Sesc, com o tema História e Historiografia da Revolução Russa, ministrada pelo professor Angelo de Oliveira Segrillo, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
Entre 1985 e 1992, Segrillo esteve na
então URSS, onde obteve seu mestrado pelo Instituto de Moscou e teve a
chance de presenciar a derrocada do regime socialista in loco. Com essa experiência, o professor baseia sua palestra no artigo Historiografia da Revolução Russa: Antigas e novas abordagens, que escreveu em 2010 para a revista História, Historiadores, Historiografia, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.
“Há muito poucos trabalhos que reúnam
a perspectiva dos próprios historiadores russos em relação à Revolução
de 1917”, diz o professor. “Tem muita coisa sobre os textos dos
historiadores ingleses, norte-americanos, mas, para ler sobre a
perspectiva dos russos sem ser na língua russa, é muito difícil. Então
eu fiz, nesse artigo, um apanhado bem completo da visão ocidental e
também da visão soviética, em seus vários momentos e tendências,
tratando da revolução no sentido stricto sensu, isto é, especificamente dos acontecimentos de 1917.”
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