Com o fim da escravidão, os escravos recém-libertos foram abandonados á própria sorte. Nenhum projeto que promovesse a integração social da população negra foi aprovado ou sequer discutido pelo governo. Nem mesmo a proposta de distribuir terras aos ex-cativos, como defendiam muitos abolicionista, foi discutida.
Após a Abolição, permaneceram a desigualdade social e o preconceito étnico numa sociedade que esfor por excluir e marginalizar os negros.
Um exemplo dessa exclusão foi no acesso àeducação. Antes da Abolição, a quase totalidade dos negros não acesso às escolas. Nos primeiros anos após a Lei Áurea, as escolas continuaram praticamente inacessíveis à população negra. Issodificultava seu ingresso no mercado de trabalho e impedia seu acesso a profissões que exigiam escolaridade. Além disso, muitos afrodescendentes continuavam impedidos de participar da vida política, pois para ser eleitor era preciso ser alfabetizado.
Essa desigualdade de oportunidades ainda é sentida no Brasil dos nossos dias, embora em menor escala. Pesquisas recentes revelam que o desemprego é maior entre os negros do que entre os brancos; os dados mostram ainda que os negros recebem salários inferiores aos dos brancos e são as principais vítimas da violência urbana, entre outros exemplos.
Isso não significa que não tenha ocorrido mudanças. Pelo contrário: a mobilização da população afrodescendente em diferentes momentos possibilitou conquistas que contribuíram de maneira significativa para diminuir a desigualdade entre brancos e negros no país. Apesar disso, a sociedade brasileira ainda não garante aos negros uma situação de igualdade étnica e social com os brancos.
A comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra em 20 de novembro é uma forma de recuperar as antigas lutas dos africanos e afrodescendentes no Brasil, e de lembrar a importância de continuar a combater o preconceito e a discriminação contra a população negra.
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