O cavalo-marinho é um folguedo de traição popular do Nordeste. É apresentado principalmente na Zona Norte de Pernambuco durante o ciclo das festas natalinas. Alguns focloristas acreditam que o cavalo-marinho é de origem portuguesa. Outros acreditam que ele veio da África e estaria associado ao povo ioruba. Porém, na brincadeira também existem elementos indígenas, como o cocar, o arco e a flecha. O mais provável é que o cavalo-marinho seja uma mistura de povos e culturas.
Quando completo, o cavalo-marinho tem 76 personagens (humanas e animais) e, apresentado de 63 atos, sua duração pode ser de até oito horas. A maior parte das personagens faz referências aos engenhos de açúcar: são escravizados, capitães do mato e outros empregados do engenho. Mas há também os animais, como a onça, o bode, o boi e a cobra. E seres fantásticos, como a caipora.
O espetáculo é coordenado pelo Capitão Marinho, de quem se origina o nome do folguedo, que chega montado em seu cavalo e é seguido por dançarinos que brincam com a plateia. A apresentação é acompanhada por uma banda que, sentada em um banco, toca e canta o tempo todo. A história se desenrola até o final, quando um falso boi é dividido entre os participantes numa grande farra, da qual o público também participa.
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