Em meados do século XIX, as fronteiras dos países do sul da América do sul não estavam plenamente resolvidas. Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, que haviam conquistado a independência poucas décadas antes, temiam que um único país, ao consolidar suas fronteiras, controlasse sozinho a navegação dos rios Paraná e Paraguai, além do estuário do rio da Prata.
Isso provocaaria sérios problemas para as demais nações, já que todas precisavam desses rios para exportar seus produtos e para controlar seus territórios. No caso brasileiro, por exemplo, a possibilidade de ser impedido de navegar nos rios Paraná e Paraguai poderia significar o isolamento completo de Mato Grosso, que na época era alcançado basicamente por meio desses rios.
Além disso, tanto o Brasil quanto a Argentina procuravam influênciar a política interna do Uruguai. Em agosto de 1864, tropas brasileiras invadiram o Uruguai. Seu objetivo era derrubar o governo uruguaio e ajudar um grupo de oposição a chegar ao poder.
O governo do Paraguai apoiava o presidente Uruguai que, com a ajuda do exército brasileiro, foi deposto. Para os paraguios, a intervenção do Brasil nos assuntos internos do Uruguai rompia o equilíbrio entre os países da região e ameaçava diretamente os interesses do Paraguai.
Como resposta á intervenção no Uruguai, os paraguaios capturaram um navio brasileiro no rio Paraná. Em dezembro de 1864, o governo do Paraguai declarou guerra ao Brasil e tropas paraguais invadiram Mato Grosso. Era o começo de um conflito que duraria seis anos.
Em janeiro de 1865, o governo paraguaio solicitou autorização ao governo da Argentina para suas tropas cruzassem o território argentinno e marchassem até o Uruguai. O objetivo era restabelecer no poder o governo uruguaio deposto. Os argentinos, porém, recusaram o pedido. A resposta do governo do Paraguai foi declarar guerra à Argentina.
Diante desses fatos, o governo brasileiro firmou um acordo com os governos da Argentina e do Uruguai. Esse acordo, conhecido como Trato da Tríplice Aliança, tinha como objetivo tirar do poder o presidente paraguaio, Solano López, e proteger o livre acesso dos três países aos rios da região.
A guerra envolvia agora quatro países: de um lado, a Tríplice Aliança; do outro, o Paraguai. Seria um conflito longo e sangrento do qual participariam homens, mulheres e até mesmo crianças. A lenta conquista de posições, tomada de fortalezas e ocupação de povoados e cidades seriam acompanhadas por um número significativo de mortos e feridos.
Os acampamentos militares, com problemas sanitários e soldados com subnutrição, foram assolados por epidemias de cólera, varíola, entre outras. Muitos soldados morreram por causa dessas doenças. Isso contribuiu para tornar a guerra cada vez mais impopular entre a população brasileira, além de provocar duras críticas em relação ao governo imperial e suas lideranças militares.
A Guerra do Paraguai só terminou em 1870, quando as tropas aliadas conseguiram cercar e matar Solano López. O Paraguai saiu dela arrasado. Suas cidades e sua economia estavam destruídas. A população masculina foi dizimada e o país perdeu parte de seu território para os adversários.
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