quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Racismo? Tô fora! Somos todos iguais.




Secretaria Estadual de Educação
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Senador José Gaudêncio.
Projeto
RELATÓRIO DE ATIVIDADES

Professor Orientador: Juarez Ribeiro[1]

Serra Branca
2014



RELATÓRIO DE EXPERIÊNCIAS
INTRODUÇÃO
            As informações aqui expostas referem-se às atividades desenvolvidas no projeto “Racismo? Tô fora! Somos todos iguais”.A dinâmica das aulas escolares nos condiciona a necessidade de inovar, de pensar em solucionar vários problemas existentes no nosso cotidiano. A escola, por exemplo, é um dos espaços ideais para estimular reflexões referentes aos problemas sociais como o racismo, as relações de gênero, problemas ambientais e os direitos humanos. Temática geradora que vem sendo trabalhado em todo o ano letivo 2014 como a seguinte tema: DIREITOS HUMANOS: Escola Senador José Gaudêncio caminhando em busca da igualdade. Neste leque de temáticas que vem sendo debatidos e trabalhados nos projetos pedagógico, apresentamos neste momento as ações desenvolvidas no sub projeto “Racismo? Tô fora! Somos todos iguais”.
O presente relatório busca apresentar o desenvolvimento das aços do projeto que visou mitigar e combater de forma continua o racismo na Escola Senador José Gaudêncio, transformando os educandos e educadores em agentes multiplicadores da percepção que nós seres humanos somos todos iguais, independente da cor de nossa pele.
O mesmo contempla ações a serem desenvolvidas ao longo das quatro unidades do ano letivo de 2014através do componente curricular de história e do macrocampo Produção e Fruição das Artes. O mesmo objetivou o estudo e pesquisas relacionadas à cultura africana e afro-brasileira, fazendo pesquisas diversas, releituras de obras de artistas famosos e debates sobre o contexto histórico da obra juntamente com o conteúdo das aulas e do livro didático para apresentar o resultado das pesquisas em forma de mural, pinturas ou atividades lúdicas que melhor se apliquem ao contexto.
O projeto surge das ações iniciadas no ano de 2013 e parte da confirmada existência de racismo não apenas na escola, mas em nossa sociedade, sendo este um processo continuo de investigar de como se dá a sua produção e reprodução no cotidiano escolar, através de observações sistemáticas, debates, diálogos e exposições das causas do racismo em nosso país e no mundo.
Buscaremos abordando o racismo numa perspectiva micro social e micropolítica, percorre o cotidiano escolar, destacando práticas e discussões que veiculam o racismo, percebendo,contudo, que a maior parte das pessoas do universo escolar não são vistas, nem se vêem como racistas.
Nesta perspectiva o projeto busca uma visão interdisciplinar sobre os desafios de combater o racismo, buscando novos significados para o ensino da história e do macrocampo Produção e Fruição da arte, com o intuito de proporcionar reflexões sobre um tema tão complexo e atual como este.

RESUMO DO PROJETO
O mito da democracia racial, ainda presente no imaginário da população brasileira[2], foi um avanço sociológico na época de sua criação, nos anos de 1930, quando se consolidava um “racismo científico” e com características eugênicas. Contudo, ao mesmo tempo em que incorpora a presença da contribuição negra na formação nacional, naturaliza os espaços subordinados que negros e negras ocupam na sociedade e invisibiliza as relações de poder entre as populações negra e branca. O resultado é uma sociedade em que o racismo e as desigualdades sociais dele resultante não se revelam, não se debatem, parecem não existir. O problema, dizem, não é o racismo, é a pobreza; as desigualdades não são raciais, são sociais. Essa invisibilidade começa a mudar, com o processo de (re)significação de ser negro, que tenta vencer os diversos estereótipos negativos associados à negritude e reproduzidos nas relações sociais e nos meios de comunicação de massa. A valorização da negritude tem como conseqüência o questionamento dos lugares sociais de subordinação em que a população negra está inserida: no mercado de trabalho, no território, nas representações simbólicas da sociedade brasileira, dentre outros espaços. Isso vem gerando uma mudança na auto-estima da população negra e uma maior consciência das desigualdades raciais alimentadas pelo racismo.
No presente projeto, buscaremos despertar nos educandos a necessidade de que os mesmos entendam que mesmo com abolição da escravidão, a massa negra continuou a mercê da sociedade, ou seja, acreditava-se que seriam incorporados como mão de obra livre para atuar no setor industrial. Mas não foi bem assim, pois continuaram sendo excluídos de toda benfeitoria e a única alternativa encontrada foi se dirigir para as periferias onde foram exercer trabalhos autônomos.

OBJETIVOS:
Geral
·         Valorizar a diversidade étnico-racial e combater o racismo sobre os negros no espaço escolar e na sociedade de forma geral. Conscientizando a comunidade escolar sobre a importância do debate para o respeito ao próximo, e a valorização do outro, em especial dentro da temática de Direitos Humanos, a fim de que, efetivamente, a escola passe a trabalhar a diversidade de raça, gênero e todas as diferenças, e dar as mesmas condições e oportunidades para todos.

Específicos
·         Refletir, com toda a comunidade escolar, sobre as suas ações diárias em relação à questão racial;
·         Valorizar as atitudes relacionadas com o bem estar individual e coletivo;
·         Discutir as formas de combate ao racismo e a questão crime;
·         Estimular a prática correta adquirindo métodos preventivos do racismo na sociedade;
·         Buscar, com os alunos, importantes métodos em busca de soluções para o problema ao buscar uma ação reparadora e repressora, como denúncias e encaminhamentos.
·         Debater sobre a problemática e desconstruir os discursos racistas arraigados em nossa cultura;
·         Transformar educandos e educadores em multiplicadores da política de combate aos racismo de cor.

DESENVOLVIMENTO DAS AÇÕES
Março/ Abril e Maio:
            Neste período realizamos estudos dirigidos sobre a temática do racismo no Brasil e de como a população brasileira negra passa desapercebida pelas “franjas” da sociedade, sendo descriminadas, marginalizadas e debatemos sobre as políticas afirmativas que buscam a inclusão no negro na sociedade.
            Nesta perspectiva definimos como ação trabalharmos com releitura de imagens, fazendo a transversalidade com a disciplina de artes, e o auxilio da professora Socorro Alcântara, visto ser esta uma das ideologias do ensino médio inovador.
.Demos inicio a leitura das imagens de obras de arte, abrimos para um debate entre os alunos e sobre o professor, sobre como a imagem em todos os âmbitos vem sendo apresentadas no Brasil.
Depois da percepção da realidade do negro através da interpretação de obras de arte, fizemos releitura de forma interpretativa trazendo a realidade para o cotidiano de cada aluno.

Junho/Julho
            Neste período realizamos exibição de filmes e documentários sobre o combate ao racismo como: Mandela um sonho de liberdade, que trata da vida de Nelson Mandela. Também foi um período destinado a confecção de charges pelos próprios alunos, que utilizando sua criatividade expressaram com vêem o lugar do negro na sociedade.
            Esta atividade foi uma oportunidade de percebermos os inúmeros talentos de nossos alunos, pois não foram atividades de forma individual, mas em sintonia com todos das salas de aula, trocando ideias de experiências> Outra questão é perceber como a sociedade é dura com pessoas que não se enquadram nos padrões esteriotipados da sociedadeeuropocentrícas.




Agosto e Setembro
            Iniciamos os preparativos para a exposição dos trabalhos que foram produzidos no projeto, a meta é que possamos construir um espaço onde todos os alunos do educandário possam perceber a beleza negra.


Outubro/2014
            Após a organização de nosso material, distribuimos o mesmo em todos os espaços da escola, buscando debater com cada aluno sobre a necessidade de entrentarmos e exterminarmos essa mazela social. O mês de outubro foi dedicado a socializaçao das ações de nosso projeto junto a comunidade escolar, que ocorreu no dia 08 de outubro de 2014.

RESULTADOS ALCANÇADOS:
Ao término do projeto podemos perceber que os objetivos dos mesmos foram alcançados com louvor, visto que neste período pudemos debater de forma incessante a necessidade de combate ao racismo.Os alunos tiveram a oportunidade de discutir sobre o conceito de racismo, e reconhecer que ele é a idéianegativa que uma pessoa ou um grupo de pessoas tem sobre outra pessoa ou grupo diferente.O racismo é um dos principais fatores estruturantes das injustiças sociais que acometem a sociedade brasileira e, consequentemente, é a chave para entender as desigualdades sociais que ainda envergonham o país. Expressão esta que já devia ter sido banido da sociedade brasileira, visto que metade de nossa população é negra. Ao termino de nosso projeto esperamoster contribuído de forma definitiva para o fim do racismo em nossa escola, e que esta ideias e todos os debates aqui travados seja reproduzidos nos quatro cantos de nossa cidade.












REFERÊNCIAS:

GOFFMAN, Erving. Estigma Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. (tradução de Márcia Bandeira de Melo leite Nunes) editora: LCT, Rio de Janeiro 2008.

PEREIRA .. Amauri M. Movimento negro. Rio de Janeiro, s/d (Mimeo).

SANTOS, Joel Rutino. O movimento negro e a crise brasileira. Rio de Janeiro: CLAA,
1987.
http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/26355/cota-nao-garante-aluno-de-escola-publica-em-vestibular/




[1] Professor de História no Ensino Médio na Escola Senador José Gaudêncio.

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