Secretaria Estadual de Educação
Escola
Estadual de Ensino Fundamental e Médio Senador José Gaudêncio.
Projeto
RELATÓRIO DE ATIVIDADES
Professor Orientador: Juarez
Ribeiro[1]
Serra Branca
2014
INTRODUÇÃO
As
informações aqui expostas referem-se às atividades desenvolvidas no projeto “Racismo?
Tô fora! Somos todos iguais”.A dinâmica das aulas escolares nos condiciona a
necessidade de inovar, de pensar em solucionar vários problemas existentes no
nosso cotidiano. A escola, por exemplo, é um dos espaços ideais para estimular
reflexões referentes aos problemas sociais como o racismo, as relações de
gênero, problemas ambientais e os direitos humanos. Temática geradora que vem
sendo trabalhado em todo o ano letivo 2014 como a seguinte tema: DIREITOS
HUMANOS: Escola Senador José Gaudêncio caminhando em busca da igualdade. Neste
leque de temáticas que vem sendo debatidos e trabalhados nos projetos
pedagógico, apresentamos neste momento as ações desenvolvidas no sub projeto
“Racismo? Tô fora! Somos todos iguais”.
O presente relatório busca
apresentar o desenvolvimento das aços do projeto que visou mitigar
e combater de forma continua o racismo na Escola Senador José Gaudêncio,
transformando os educandos e educadores em agentes multiplicadores da percepção
que nós seres humanos somos todos iguais, independente da cor de nossa pele.
O
mesmo contempla ações a serem desenvolvidas ao longo das quatro unidades do ano
letivo de 2014através do componente curricular de história e do macrocampo
Produção e Fruição das Artes. O mesmo objetivou o estudo e pesquisas
relacionadas à cultura africana e afro-brasileira, fazendo pesquisas diversas,
releituras de obras de artistas famosos e debates sobre o contexto histórico da
obra juntamente com o conteúdo das aulas e do livro didático para apresentar o
resultado das pesquisas em forma de mural, pinturas ou atividades lúdicas que
melhor se apliquem ao contexto.
O projeto surge das ações iniciadas no ano de 2013 e
parte da confirmada existência de racismo não apenas na escola, mas em nossa
sociedade, sendo este um processo continuo de investigar de como se dá a sua
produção e reprodução no cotidiano escolar, através de observações
sistemáticas, debates, diálogos e exposições das causas do racismo em nosso
país e no mundo.
Buscaremos abordando o racismo numa perspectiva
micro social e micropolítica, percorre o cotidiano escolar, destacando práticas
e discussões que veiculam o racismo, percebendo,contudo, que a maior parte das
pessoas do universo escolar não são vistas, nem se vêem como racistas.
Nesta perspectiva o projeto busca
uma visão interdisciplinar sobre os desafios de combater o racismo, buscando
novos significados para o ensino da história e do macrocampo Produção e Fruição
da arte, com o intuito de proporcionar reflexões sobre um tema tão complexo e
atual como este.
RESUMO DO PROJETO
O
mito da democracia racial, ainda presente no imaginário da população brasileira[2],
foi um avanço sociológico na época de sua criação, nos anos de 1930, quando se
consolidava um “racismo científico” e com características eugênicas. Contudo,
ao mesmo tempo em que incorpora a presença da contribuição negra na formação
nacional, naturaliza os espaços subordinados que negros e negras ocupam na
sociedade e invisibiliza as relações de poder entre as populações negra e
branca. O resultado é uma sociedade em que o racismo e as desigualdades sociais
dele resultante não se revelam, não se debatem, parecem não existir. O
problema, dizem, não é o racismo, é a pobreza; as desigualdades não são
raciais, são sociais. Essa invisibilidade começa a mudar, com o processo de
(re)significação de ser negro, que tenta vencer os diversos estereótipos
negativos associados à negritude e reproduzidos nas relações sociais e nos
meios de comunicação de massa. A valorização da negritude tem como conseqüência
o questionamento dos lugares sociais de subordinação em que a população negra
está inserida: no mercado de trabalho, no território, nas representações
simbólicas da sociedade brasileira, dentre outros espaços. Isso vem gerando uma
mudança na auto-estima da população negra e uma maior consciência das
desigualdades raciais alimentadas pelo racismo.
No
presente projeto, buscaremos despertar nos educandos a necessidade de que os
mesmos entendam que mesmo com abolição da escravidão, a massa negra continuou a
mercê da sociedade, ou seja, acreditava-se que seriam incorporados como mão de
obra livre para atuar no setor industrial. Mas não foi bem assim, pois
continuaram sendo excluídos de toda benfeitoria e a única alternativa
encontrada foi se dirigir para as periferias onde foram exercer trabalhos
autônomos.
OBJETIVOS:
Geral
·
Valorizar a diversidade étnico-racial e
combater o racismo sobre os negros no espaço escolar e na sociedade de forma
geral. Conscientizando a comunidade escolar sobre a importância do debate para
o respeito ao próximo, e a valorização do outro, em especial dentro da temática
de Direitos Humanos, a fim de que, efetivamente, a escola passe a trabalhar a
diversidade de raça, gênero e todas as diferenças, e dar as mesmas condições e
oportunidades para todos.
Específicos
·
Refletir, com toda a comunidade escolar, sobre
as suas ações diárias em relação à questão racial;
·
Valorizar as atitudes relacionadas com o bem
estar individual e coletivo;
·
Discutir as formas de combate ao racismo e a
questão crime;
·
Estimular a prática correta adquirindo métodos
preventivos do racismo na sociedade;
·
Buscar, com os alunos, importantes métodos em
busca de soluções para o problema ao buscar uma ação reparadora e repressora,
como denúncias e encaminhamentos.
·
Debater sobre a problemática e desconstruir os
discursos racistas arraigados em nossa cultura;
·
Transformar educandos e educadores em
multiplicadores da política de combate aos racismo de cor.
DESENVOLVIMENTO DAS AÇÕES
Março/ Abril e Maio:
Neste período realizamos estudos
dirigidos sobre a temática do racismo no Brasil e de como a população
brasileira negra passa desapercebida pelas “franjas” da sociedade, sendo
descriminadas, marginalizadas e debatemos sobre as políticas afirmativas que
buscam a inclusão no negro na sociedade.
Nesta perspectiva definimos como
ação trabalharmos com releitura de imagens, fazendo a transversalidade com a
disciplina de artes, e o auxilio da professora Socorro Alcântara, visto ser
esta uma das ideologias do ensino médio inovador.
.Demos
inicio a leitura das imagens de obras de arte, abrimos para um debate entre os
alunos e sobre o professor, sobre como a imagem em todos os âmbitos vem sendo
apresentadas no Brasil.
Depois da percepção da realidade do negro através da interpretação de
obras de arte, fizemos releitura de forma interpretativa trazendo a realidade
para o cotidiano de cada aluno.
Junho/Julho
Neste
período realizamos exibição de filmes e documentários sobre o combate ao
racismo como: Mandela um sonho de liberdade, que trata da vida de Nelson
Mandela. Também foi um período destinado a confecção de charges pelos próprios
alunos, que utilizando sua criatividade expressaram com vêem o lugar do negro
na sociedade.
Esta
atividade foi uma oportunidade de percebermos os inúmeros talentos de nossos
alunos, pois não foram atividades de forma individual, mas em sintonia com
todos das salas de aula, trocando ideias de experiências> Outra questão é
perceber como a sociedade é dura com pessoas que não se enquadram nos padrões
esteriotipados da sociedadeeuropocentrícas.
Agosto e Setembro
Iniciamos os
preparativos para a exposição dos trabalhos que foram produzidos no projeto, a
meta é que possamos construir um espaço onde todos os alunos do educandário
possam perceber a beleza negra.
Outubro/2014
Após a organização de nosso
material, distribuimos o mesmo em todos os espaços da escola, buscando debater
com cada aluno sobre a necessidade de entrentarmos e exterminarmos essa mazela
social. O mês de outubro foi dedicado a socializaçao das ações de nosso projeto
junto a comunidade escolar, que ocorreu no dia 08 de outubro de 2014.
RESULTADOS
ALCANÇADOS:
Ao
término do projeto podemos perceber que os objetivos dos mesmos foram
alcançados com louvor, visto que neste período pudemos debater de forma
incessante a necessidade de combate ao racismo.Os alunos tiveram a oportunidade
de discutir sobre o conceito de racismo, e reconhecer que ele é a idéianegativa
que uma pessoa ou um grupo de pessoas tem sobre outra pessoa ou grupo diferente.O
racismo é um dos principais fatores estruturantes das injustiças sociais que
acometem a sociedade brasileira e, consequentemente, é a chave para entender as
desigualdades sociais que ainda envergonham o país. Expressão esta que já devia
ter sido banido da sociedade brasileira, visto que metade de nossa população é
negra. Ao termino de nosso projeto esperamoster contribuído de forma
definitiva para o fim do racismo em nossa escola, e que esta ideias e todos os
debates aqui travados seja reproduzidos nos quatro cantos de nossa cidade.
REFERÊNCIAS:
GOFFMAN, Erving. Estigma
Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. (tradução de Márcia
Bandeira de Melo leite Nunes) editora: LCT, Rio de Janeiro 2008.
PEREIRA .. Amauri M. Movimento negro. Rio de
Janeiro, s/d (Mimeo).
SANTOS,
Joel Rutino. O movimento negro e a crise brasileira. Rio de Janeiro: CLAA,
1987.
http://www.todospelaeducacao.org.br/comunicacao-e-midia/educacao-na-midia/26355/cota-nao-garante-aluno-de-escola-publica-em-vestibular/
[1] Professor de História no Ensino
Médio na Escola Senador José Gaudêncio.
[2]
Ver <http://www.portaldoservidor.ba.gov.br/sites/default/files/Racismo%20-%20texto%20do%20Peck.pdf>
acesso em: 26 de julho de 2014.