Após a chegada de Colombo à América, os reis da Espanha apressaram-se em garantir seus direitos de pose sobre a nova terra. Para isso, pediram a intervenção do papa Alexandre VI (também espanhol), autoridade respeitaada entre os reinos católicos.
Assim, em 4 de maio de 1493, por meio de um documento chamado Bula Inter Coetera, o papa estabeleceu que as terras que viriam a ser chamadas de América seriam divididas entre os reis de Portugal e de Espanha. Um merridiano (linha imaginária) situado 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde seria a linha divisória dessas terras: tudo o que estivesse a oeste pertenceria à Espanha, e tudo o que estivesse a leste pertenceria a Portugal. Com base na Bula, os espanhóis teriam assegurada a posse das terras americanas descobertas ou ainda por descobrir. Restaria a Portugal a posse das terras africanas.
Inconformado com a divisão estabelecida, o governo português forçou a negociação de um novo acordo direto com a Coroa espanhola, conhecido pelo nome de Tratado de Tordesilhas, por meio do qual se deslocava a linha imaginária para 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. Ratificado por ambas as partes, esse tratado novamente defenia que as terras a oeste dessa linha pertenceriam à Coroa da Espanha, enquanto as terras a leste seriam dos reis de Portugal.
O "mundo descoberto" foi, assim, dividido entre portugueses e espanhóis.
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