Na África ocidental, ao sul do deserto do Saara, formou-se o Reino de Gana. Esse reino se desenvolveu aproximadamente entre os séculos IV e XII, em decorrência da união política de diversas aldeias. Atingiu seu apogeu político e econômico do século IX a meados do século XI, sob a dinastia Tunkara.
Uma das importantes fontes de poder dos reis ganeses era a grande quantidade de ouro existente na região. Estima-se que, até a conquista da América, esse reino tenha sido o principal fornecedor de ouro para regiões europeias e árabes. No comércio entre Gana e o norte da África, feito por caravanas que cruzavam o Saara, os ganeses trocavam ouro principalmente por sal. O comércio de sal na época era bastante importante, dada a raridade desse mineral. Tanto é assim que, em algumas ocasiões, o ouro era permutado por quantidade equivalente de sal.
Segundo Alberto da Costa e Silva, o Reino de Gana pode ser considerado um Estado. Como tal, possuía um rei (gana), uma corte, um exército permanente e uma população que viva sob a influência do rei.
A sociedade ganesa estava organizada de forma hierárquica e apresentava uma divisão entre pessoas livres e pessoas escravizadas. Entre as pessoas livres existiam subdivisões sociais geradas por diferentes motivos, entre eles a ancestralidade e as atividades laborais desempenhadas. A unidade familiar era muito importante naquele reino: regida pelo homem, caracterizava uma forma de organização patrilinear.
Uma das principais cidades do Reino de Gana foi Kumbi Saleh, provavelmente localizada no sudeste da atual Mauritânia. No século XI essa cidade possuía edificações confortáveis, com paredes grossas que protegiam contra as variações térmicas entre o dia e a noite, frequentes na região. Outra localidade importante era Audagost, que ficava ao norte de Kumbi Saleh.
A partir do século XI o Reino de Gana passou a ser invadido por tropas muçulmanas. A presença da religião muçulmana nessa região pode ser atestada por templos islâmicos e por uma grande mesquita instalada na cidade de Audagost.
A riqueza de Gana atraiu a cobiça de outros povos africanos. No início do século XII, guerreiros do Reino de Mali invadiram e conquitaram a cidade de Kumbi Saleh.
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