sábado, 27 de agosto de 2016
A Conjuração Baiana
Até o final do século XVIII, Salvador era o mais importante centro urbano da colônia portuguesa. Com cerca de 60 mil habitantes, fora capital da colônia até 1763, quando a administração foi transferida para o Rio de Janeiro. Localizada em um ponto priveligiado do litoral, Salvador desenvolveu-se por longo tempo como entreposto comercial. A seu porto chegavam mercadoria s da Europa, da África e da Ásia, e por ele eram exportados produtos da colônia , como açúcar, tabaco e algodão. Sua população era composta de muitas pessoas de origem africana, a maioria dela escravizada. A elite branca era formada por fazendeiros e grandes comerciantes, todos eles donos de muitos escravos. Além dos escravizados, havia entre as camadas mais baixas da população muitos mestiços de cor parda e brancos pobres. A partir de meados do séculos XVIII, as ideias iluministas de liberdade começaram a chegar ao conhecimento dos habitantes da Bahia. Da mesma forma que em Minas Gerais, elas eram trazidas principalmente por jovens da elite que haviam estudado na Europa. Em 1797, membros da elite fundaram a sociedade secreta Cavaleiros da Luz, que promovia reuniões nas quais se discutiam os ideais revolucionários difundidos na França,. A partir de então, pessoas de diversas camadas sociaais começaram a aderir ao movimento que se formava. Entre elas haviam pequenos comerciantes, soldados, alfaiates, artesãos, negros libertos, escravizados, mestiços e brancos pobres. O movimento ficaria conhecido como Conjuração Baiana, mas também tem sido chamado de Revolta dos Alfaiates, por causa da perticipação desses profissionais e de outros artesãos. Os conspiradores queriam o fim da escravidão e a formação de uma república inspirada nos princípios franceses de igualdade, liberdade e fraternidade. Em 1798 eles passaram a divulgar seus ideários revolucionários em cartazes manuscritos afixados pela cidade. Os textos falavam de igualdade e denunciavam os altos impostos e os preços dos produtos alimentícios. Alguns chegavam a propor o não pagamento dos impostos cobrados pelo governo. Em primeiro momento, a reação do governo foi prender o soldado Luís Gonzaga das Virgens, identificado pela caligrafia como autor de alguns panfletos. A resposta de grupos de apoio foi planejar uma revolta popular e, em meio à agitação, resgatar o soldado da prisão. O governo, porém, agiu mais rápido e prendeu 41 integrantes do movimento. Como no caso da Inconfidência Mineira, alguns deles se livraram da prisão por pertencer à elite ou por falta de provas. Duras penas, porém, atingiram os conspiradores mais pobres. Os que eram escravizados foram açoitados. Quatro dos acusados receberam a pena de morte: os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino e os soldados Luis Gonzaga das Virgens e Lucas Danta, enforcados em novembro de 1799. Seus corpos foram esquartejados e expostos para que todos os vissem.
MUITO INTERESSANTE
ResponderExcluirResumida e útil! Aliás, ressalta pontos que, por vezes, nos passa despercebido. Como no caso de reivindicar pelos altos preços cobrados tanto de impostos como o da comida. Mas vale lembrar que A Conjuração Baiana, apesar de não ser tão lembrada como a Mineira, foi a principal em prol da liberdade.
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