sábado, 31 de agosto de 2019
Em 31 de agosto de 1997, falecia Lady Diana Spencer, em um acidente automobilístico no túnel da Ponte de l'Alma, em Paris, França.
Em 31 de agosto de 1997, falecia Lady Diana Spencer, em um acidente
automobilístico no túnel da Ponte de l'Alma, em Paris, França, quando
era perseguida por sete paparazzis. Diana estava jantando com Dodi
Al-Fayed, herdeiro da cadeia de lojas Harrods e então namorado da
princesa, em um restaurante quando começou a perseguição por parte dos
paparazzis.
No carro, Diana estava acompanhada de Dodi Al-Fayed e o motorista Henri Paul. A Mercedes-Benz S280 sedan deles bateu fortemente no 13° pilar do túnel. Como não havia barras metálicas entre os pilares, uma pequena mudança na direção do veículo poderia facilmente resultar numa colisão frontal.
No carro, Diana estava acompanhada de Dodi Al-Fayed e o motorista Henri Paul. A Mercedes-Benz S280 sedan deles bateu fortemente no 13° pilar do túnel. Como não havia barras metálicas entre os pilares, uma pequena mudança na direção do veículo poderia facilmente resultar numa colisão frontal.
Diana foi transportada para o Hospital Pitié-Salpêtrière, onde, apesar
das numerosas tentativas de reanimação cardiorrespiratória, ela morreu
às 4 da madrugada. Seu funeral, em 6 de setembro de 1997, foi assistido
por aproximadamente dois bilhões de pessoas em todo o mundo.
Texto>> Frederico Guilherme Mello.
Texto>> Frederico Guilherme Mello.
Magni Brasilis.
" Magni Brasilis - grande terra do Brasil que
confina com as antilhas do rei de Castela, e que os seus habitantes são
antropófagos e muito úteis no uso do arco e das flechas, e que nessa
mesma terra abundam os papagaios e as feras, E que também há lá muitas
árvores do pau-Brasil, tão útil para tingir de vermelho os tecidos "
Este texto é aquele que você tem em latim na cartucho da parte superior do mapa, mesmo ao lado da Foz do Amazonas.
Este mapa foi realizado entre o ano de 1517 e 1519 pelos cartógrafos Pedro reinel e seu filho Jorge reinel. As miniaturas são obra do famoso pintor mingau antonio da Holanda.
É o mapa mais lindo que já foi pintado do Brasil. Faz parte do Atlas Miller, o atlas da primeira circunavegação da terra. Encarregou-o e pagou Manuel I de Portugal para seduzir o seu cunhado Carlos I de Espanha da ideia de chegar às ilhas molucas, as ilhas das especiarias, por uma rota diferente a que pelo tratado de tordesilhas era propriedade de Portugal.
A publicação deste mapa é a minha homenagem particular a todos os que desejam que o Brasil continue contando com árvores, água e essa fauna tão fantástica que assombra pela Amazônia brasileira.
Obrigado, obrigado, obrigado... por compartilhar este post e levar a imagem de um Brasil lindo e eterno a todos os cantos do mundo.
Este texto é aquele que você tem em latim na cartucho da parte superior do mapa, mesmo ao lado da Foz do Amazonas.
Este mapa foi realizado entre o ano de 1517 e 1519 pelos cartógrafos Pedro reinel e seu filho Jorge reinel. As miniaturas são obra do famoso pintor mingau antonio da Holanda.
É o mapa mais lindo que já foi pintado do Brasil. Faz parte do Atlas Miller, o atlas da primeira circunavegação da terra. Encarregou-o e pagou Manuel I de Portugal para seduzir o seu cunhado Carlos I de Espanha da ideia de chegar às ilhas molucas, as ilhas das especiarias, por uma rota diferente a que pelo tratado de tordesilhas era propriedade de Portugal.
A publicação deste mapa é a minha homenagem particular a todos os que desejam que o Brasil continue contando com árvores, água e essa fauna tão fantástica que assombra pela Amazônia brasileira.
Obrigado, obrigado, obrigado... por compartilhar este post e levar a imagem de um Brasil lindo e eterno a todos os cantos do mundo.
Exército de Terracota: Uma das maiores descobertas do século 20 realizada por acaso.
Quem olha de longe vê apenas um morro
coberto por vegetação rasteira na província de Xian, na China. Mas, por
baixo da terra, existe uma majestosa pirâmide, construída para que Qin
Shihuangdi (260-210 a.C.) tivesse em morte todo o poder e a riqueza que
gozou em vida.
Não é por acaso que alguns historiadores acreditam que o nome China vem de Qin (que se pronuncia tchin): ele unificou o país, tornou-se seu primeiro imperador e deu início à construção da Grande Muralha. É perto de sua tumba que ficam os guerreiros de Xian.
O mausoléu do imperador Qin é mundialmente conhecido por causa de sua guarda simbólica, encontrada a 1,5 quilômetro do mausoléu: mais de 8 mil figuras de guerreiros, outras de 520 cavalos e 130 de carruagens, tudo modelado artesanalmente em tamanho natural. Cada peça é única e os militares portam armas de bronze reais.
Criadas com grande realismo e variedade de posições, as estátuas, que originalmente eram coloridas, pesam 260 quilos cada uma. Elas formam um verdadeiro exército, dividido em batalhões com quatro diferentes hierarquias e localizado de costas para a tumba do imperador e de frente para o antigo território inimigo. Elas foram descobertas por acaso em 1974, quando agricultores escavavam a região para construir poços.
Segundo o historiador Sima Qian, cujos registros do século 2 a.C. são a principal fonte de informações sobre a construção, mais de 700 mil pessoas de todos os cantos do país trabalharam nas obras, que demoraram 38 anos. Embora já venha sendo investigado há muitas décadas, o mausoléu continua envolto em grande mistério. Isso porque ninguém entrou ali.
As escavações são proibidas, porque não há garantias de que elas não causariam sérios e irremediáveis danos à estrutura da construção. Tudo o que se sabe é sustentado pelos textos de Qian e por investigações feitas com sondas ao redor do local.
Por dentro do mausoléu
Céu de joias
Sobre o corpo do imperador Qin, no teto da câmara subterrânea, pedras preciosas e pérolas representam as estrelas, o Sol e a Lua. O conjunto forma uma constelação milionária
Seguro contra roubo
Para evitar o ataque de ladrões, armas foram preparadas para atirar automaticamente. "Qualquer um que invadisse o local certamente teria uma morte violenta", escreveu Qian.
Passagem para a alma
No topo do mausoléu, existe uma câmara fechada. Os arqueólogos especulam que ela tenha servido como um corredor de passagem para a alma do imperador. Acredita-se que exista ali uma grande quantidade de moedas.
Chão de mercúrio
O caixão do imperador foi colocado sobre um grande mapa da China, com os rios e mares representados com mercúrio. Isso prova que os chineses já tinham conhecimentos avançados de topografia.
Tesouro soterrado
Não há como quantificar as riquezas enterradas junto com o imperador. Segundo o historiador Qian, existem lá dentro centenas de pedras preciosas, objetos raros, livros e até instrumentos musicais espalhados por todo o mausoléu.
Camuflagem Artificial
O morro que fica por cima da obra não é natural; foi construído ali com a técnica do solo batido, na qual trabalhadores escavam uma outra região, empilham a terra e chegam a fincar plantas e árvores sobre o morro.
Não é por acaso que alguns historiadores acreditam que o nome China vem de Qin (que se pronuncia tchin): ele unificou o país, tornou-se seu primeiro imperador e deu início à construção da Grande Muralha. É perto de sua tumba que ficam os guerreiros de Xian.
O mausoléu do imperador Qin é mundialmente conhecido por causa de sua guarda simbólica, encontrada a 1,5 quilômetro do mausoléu: mais de 8 mil figuras de guerreiros, outras de 520 cavalos e 130 de carruagens, tudo modelado artesanalmente em tamanho natural. Cada peça é única e os militares portam armas de bronze reais.
Criadas com grande realismo e variedade de posições, as estátuas, que originalmente eram coloridas, pesam 260 quilos cada uma. Elas formam um verdadeiro exército, dividido em batalhões com quatro diferentes hierarquias e localizado de costas para a tumba do imperador e de frente para o antigo território inimigo. Elas foram descobertas por acaso em 1974, quando agricultores escavavam a região para construir poços.
Segundo o historiador Sima Qian, cujos registros do século 2 a.C. são a principal fonte de informações sobre a construção, mais de 700 mil pessoas de todos os cantos do país trabalharam nas obras, que demoraram 38 anos. Embora já venha sendo investigado há muitas décadas, o mausoléu continua envolto em grande mistério. Isso porque ninguém entrou ali.
As escavações são proibidas, porque não há garantias de que elas não causariam sérios e irremediáveis danos à estrutura da construção. Tudo o que se sabe é sustentado pelos textos de Qian e por investigações feitas com sondas ao redor do local.
Por dentro do mausoléu
Céu de joias
Sobre o corpo do imperador Qin, no teto da câmara subterrânea, pedras preciosas e pérolas representam as estrelas, o Sol e a Lua. O conjunto forma uma constelação milionária
Seguro contra roubo
Para evitar o ataque de ladrões, armas foram preparadas para atirar automaticamente. "Qualquer um que invadisse o local certamente teria uma morte violenta", escreveu Qian.
Passagem para a alma
No topo do mausoléu, existe uma câmara fechada. Os arqueólogos especulam que ela tenha servido como um corredor de passagem para a alma do imperador. Acredita-se que exista ali uma grande quantidade de moedas.
Chão de mercúrio
O caixão do imperador foi colocado sobre um grande mapa da China, com os rios e mares representados com mercúrio. Isso prova que os chineses já tinham conhecimentos avançados de topografia.
Tesouro soterrado
Não há como quantificar as riquezas enterradas junto com o imperador. Segundo o historiador Qian, existem lá dentro centenas de pedras preciosas, objetos raros, livros e até instrumentos musicais espalhados por todo o mausoléu.
Camuflagem Artificial
O morro que fica por cima da obra não é natural; foi construído ali com a técnica do solo batido, na qual trabalhadores escavam uma outra região, empilham a terra e chegam a fincar plantas e árvores sobre o morro.
CARNAÚBEIRAS NO SERTÃO DO CEARÁ.
Nomes populares: carnaúba, carnaíva, carandaúba
Nome científico: Copernicia prunifera (Miller) H. E. Moore.
Nome científico: Copernicia prunifera (Miller) H. E. Moore.
Pode ser encontrada em todo o nordeste brasileiro e no Ceará, onde a
espécie é considerada árvore símbolo do estado. Ocorre em diversas
áreas, principalmente em vales, rios e áreas alagadas.
A carnaúba é um palmeira que chega a atingir até 15 m de altura. As folhas são longas (0,60 - 1,0 m) com coloração verde-clara. As flores são pequenas de cor creme e distribuídas em uma inflorescência longa (3,0 - 4,0 m). Os frutos são carnosos e pretos quando maduros.
Da carnaúba podem ser utilizadas todas as partes da planta, por isso também é denominada “Árvore da Vida”. A espécie apresenta uma multiplicidade de usos, e a cera é empregada nas indústrias polidora, de informática, alimentícia, farmacêutica e de cosméticos.
Ela está presente na composição de bombons, escovas de dente, microchips e peças de computador. A carnaúba tem ótimo aspecto paisagístico podendo ser plantada em parques, jardins e avenidas.
Texto: Associação Caatinga
Foto: Helloysa Sampaio
A carnaúba é um palmeira que chega a atingir até 15 m de altura. As folhas são longas (0,60 - 1,0 m) com coloração verde-clara. As flores são pequenas de cor creme e distribuídas em uma inflorescência longa (3,0 - 4,0 m). Os frutos são carnosos e pretos quando maduros.
Da carnaúba podem ser utilizadas todas as partes da planta, por isso também é denominada “Árvore da Vida”. A espécie apresenta uma multiplicidade de usos, e a cera é empregada nas indústrias polidora, de informática, alimentícia, farmacêutica e de cosméticos.
Ela está presente na composição de bombons, escovas de dente, microchips e peças de computador. A carnaúba tem ótimo aspecto paisagístico podendo ser plantada em parques, jardins e avenidas.
Texto: Associação Caatinga
Foto: Helloysa Sampaio
Joana d'Arc.
Uma moça pobre ouvia vozes que a incumbiram de uma missão divina:
libertar seu país de uma guerra que já durava quase 100 anos. Conseguiu
ser ouvida pelo rei e dele recebeu um
exército de 7 mil homens. Capturada pelo inimigo, foi acusada de
bruxaria e queimada viva. Hoje, é santa e uma das maiores mártires de
seu país.
30 de Agosto de 1821: Nasce Anita Garibaldi.
Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, também conhecida como Anita Garibaldi, foi esposa do herói italiano Giuseppe Garibaldi.
Nasceu no município de Laguna, em Santa Catarina. Os seus pais eram
descendentes de imigrantes dos Açores. Depois de falecer o pai,
casou-se, aos 15 anos, por insistência da mãe, com Manuel Duarte Aguiar.
Esse casamento sem filhos foi um fracasso e durou pouco tempo.
Em 1837, durante a Guerra dos Farrapos, Giuseppe Garibaldi, a serviço
da República Rio-Grandense, tomou a cidade portuária de Laguna,
transformando-a na primeira capital da República Juliana. Ali, conheceu
Anita - e desde então permaneceram juntos. Entusiasmada com os ideais
democráticos e liberais de Garibaldi, ela aprende a lutar com espadas e
usar armas de fogo, convertendo-se na guerreira que o acompanharia em
todos os combates.
Durante a batalha de Curitibanos, o casal separa-se, inadvertidamente, e Anita é capturada pelo exército imperial. Presa, os oficiais informam-na que Garibaldi morreu. Anita, que estava grávida, pede então que a deixem procurar o corpo de seu companheiro entre os mortos. Sem encontrá-lo, e suspeitando que estivesse vivo, ela aproveita-se de um descuido dos soldados, salta sobre um cavalo e foge dos seus perseguidores. Poucos quilómetros depois, depara-se com o rio Canoas e, sem hesitar, lança-se nas águas. A perseguição cessa, pois os soldados acreditaram que ela estivesse morta. Mas Anita passa para a outra margem e reencontra os rebeldes e, na cidade de Vacaria, une-se novamente a Garibaldi. Poucos meses depois nasceria o primeiro filho dos quatro que tiveram.
Anita e Garibaldi casaram-se em 26 de Março de 1842. Em 1847, Garibaldi enviou Anita a Itália, como sua embaixadora, a fim de preparar o terreno para o retorno aquele país acompanhado por um exército de mil homens. Garibaldi pretendia desembarcar em Itália para lutar na primeira guerra da independência italiana, contra a Áustria. Depois da chegada de Garibaldi, seguem para Roma, onde se proclama a República Romana. A cidade, contudo, é atacada por tropas franco-austríacas, e Anita, grávida do quinto filho, luta ao lado de Garibaldi na batalha de Gianicolo. Obrigados a bater em retirada, o casal foge acompanhado de um exército de quase quatro mil soldados. São perseguidos, contudo, por forças francesas, napolitanas e espanholas. Durante a fuga, quando chegam a San Marino, que também se havia libertado dos austríacos, Garibaldi e Anita não aceitam o salvo-conduto oferecido pelo embaixador norte-americano e decidem prosseguir na fuga. Anita, entretanto, contrai febre tifoide e não resiste. Falece perto de Ravenna, a 4 de Agosto de 1849.
Fontes:educacao.uol.com.
Durante a batalha de Curitibanos, o casal separa-se, inadvertidamente, e Anita é capturada pelo exército imperial. Presa, os oficiais informam-na que Garibaldi morreu. Anita, que estava grávida, pede então que a deixem procurar o corpo de seu companheiro entre os mortos. Sem encontrá-lo, e suspeitando que estivesse vivo, ela aproveita-se de um descuido dos soldados, salta sobre um cavalo e foge dos seus perseguidores. Poucos quilómetros depois, depara-se com o rio Canoas e, sem hesitar, lança-se nas águas. A perseguição cessa, pois os soldados acreditaram que ela estivesse morta. Mas Anita passa para a outra margem e reencontra os rebeldes e, na cidade de Vacaria, une-se novamente a Garibaldi. Poucos meses depois nasceria o primeiro filho dos quatro que tiveram.
Anita e Garibaldi casaram-se em 26 de Março de 1842. Em 1847, Garibaldi enviou Anita a Itália, como sua embaixadora, a fim de preparar o terreno para o retorno aquele país acompanhado por um exército de mil homens. Garibaldi pretendia desembarcar em Itália para lutar na primeira guerra da independência italiana, contra a Áustria. Depois da chegada de Garibaldi, seguem para Roma, onde se proclama a República Romana. A cidade, contudo, é atacada por tropas franco-austríacas, e Anita, grávida do quinto filho, luta ao lado de Garibaldi na batalha de Gianicolo. Obrigados a bater em retirada, o casal foge acompanhado de um exército de quase quatro mil soldados. São perseguidos, contudo, por forças francesas, napolitanas e espanholas. Durante a fuga, quando chegam a San Marino, que também se havia libertado dos austríacos, Garibaldi e Anita não aceitam o salvo-conduto oferecido pelo embaixador norte-americano e decidem prosseguir na fuga. Anita, entretanto, contrai febre tifoide e não resiste. Falece perto de Ravenna, a 4 de Agosto de 1849.
Fontes:educacao.uol.com.
sexta-feira, 30 de agosto de 2019
quinta-feira, 29 de agosto de 2019
O misterioso dinossauro que tinha cabeça de crocodilo, garras de urso e ainda nadava.
Uma das coisas mais incríveis do nosso passado é, sem sombra de dúvidas, a existência dos dinossauros. Os animais extintos
dominaram as terras e partes do ar, mas nunca conseguimos compreender o
motivo deles não terem dominados os mares. No entanto, o gigante
predador semi-aquático conhecido como Espinossauro está causando muito.
Algumas descobertas a respeito do animal estão revelando muitas coisas.
Cientistas têm se dedicado nos estudos sobre esse, que provavelmente foi
um dos animais mais temidos do mundo. As mandíbulas do Espinossauro são
muito parecidas com as de um crocodilo raivoso pronto para atacar.
Suas garras gigantescas mais se pareciam com as de um urso pardo. Os olhos largos e chatos do dinossauro eram como os de uma ave pernalta. Os cientistas ficam ainda indignados com a aparência mista do animal. Como poderia ter existido uma espécie com características tão conflitantes assim? "É quase como trabalhar em um extraterrestre", diz Nizar Ibrahim no Museu Carnegie de História Natual em Pittsburgh, na Pensilvânia.
Suas garras gigantescas mais se pareciam com as de um urso pardo. Os olhos largos e chatos do dinossauro eram como os de uma ave pernalta. Os cientistas ficam ainda indignados com a aparência mista do animal. Como poderia ter existido uma espécie com características tão conflitantes assim? "É quase como trabalhar em um extraterrestre", diz Nizar Ibrahim no Museu Carnegie de História Natual em Pittsburgh, na Pensilvânia.
Durante 13 dias, em outubro de 1962, o mundo esteve muito perto de uma guerra nuclear.
Durante 13 dias, em outubro de 1962, o mundo esteve muito perto de uma
guerra nuclear. Neste período, mísseis nucleares soviéticos estavam
apontados para o território americano, a menos de 100 quilômetros da
Flórida.
28 de Agosto de 1963: Martin Luther King profere o célebre discurso "I Have a Dream"("Eu tenho um sonho")
No dia 28 de Agosto de 1963 a histórica “Marcha sobre Washington”,
liderada pelo activista Martin Luther King, deu força ao movimento dos
direitos civis e a um projecto concreto de igualdade social nos EUA. Na
época, foi a tentativa mais contundente em séculos contra as marcas da
segregação racial e da exclusão social das minorias norte-americanas. No
final da Marcha, que reuniu mais de 250 mil manifestantes, Martin
Luther King pronunciou um dos mais marcantes discursos de todos os
tempos.
O discurso de Martin Luther King, proferido na escadaria do Monumento a Lincoln, em Washington, foi ouvido por mais de 250.000 pessoas de todas as etnias, reunidas na capital dos Estados Unidos da América, após a «Marcha para Washington por Emprego e Liberdade». A manifestação foi pensada como uma maneira de divulgar de uma forma dramática as condições de vida desesperadas dos negros no Sul dos Estados Unidos, e exigir ao poder federal um maior comprometimento na segurança física dos negros e dos defensores dos direitos civis, sobretudo no Sul.
Devido a pressões políticas exercidas pela Presidência dos Estados Unidos - ocupada por John Kennedy -, as exigências a apresentar no comício tornaram-se mais moderadas, mas mesmo assim foram feitos pedidos claros: o fim da segregação no ensino público, passagem de legislação clara no que respeita aos direitos civis, assim como de legislação proibindo a discriminação racial no emprego; para além do fim da brutalidade policial contra militantes dos direitos civis e a criação de um salário mínimo para todos os trabalhadores, que beneficiaria sobretudo os negros.
Realizado num clima muito tenso, a manifestação foi um estrondoso sucesso, e o discurso conhecido sobretudo pela frase permanentemente repetida no meio do discurso «I have a Dream» (Eu tenho um sonho), mas também pela frase que é repetida no fim - «That Liberty Ring» (Que a Liberdade ressoe), que retoma o poema patriótico «América», tornou-se, com o discurso de Lincoln em Gettysburg, um dos mais importantes da oratória americana.
Em 1964 a Lei dos Direitos Civis foi votada e promulgada por Lyndon B. Johnson e em 1965 a Lei sobre o Direito de Votar foi aprovada.
Martin Luther King, Jr. foi escolhido como Prémio Nobel da Paz no ano seguinte, em 1964.
O discurso de Martin Luther King, proferido na escadaria do Monumento a Lincoln, em Washington, foi ouvido por mais de 250.000 pessoas de todas as etnias, reunidas na capital dos Estados Unidos da América, após a «Marcha para Washington por Emprego e Liberdade». A manifestação foi pensada como uma maneira de divulgar de uma forma dramática as condições de vida desesperadas dos negros no Sul dos Estados Unidos, e exigir ao poder federal um maior comprometimento na segurança física dos negros e dos defensores dos direitos civis, sobretudo no Sul.
Devido a pressões políticas exercidas pela Presidência dos Estados Unidos - ocupada por John Kennedy -, as exigências a apresentar no comício tornaram-se mais moderadas, mas mesmo assim foram feitos pedidos claros: o fim da segregação no ensino público, passagem de legislação clara no que respeita aos direitos civis, assim como de legislação proibindo a discriminação racial no emprego; para além do fim da brutalidade policial contra militantes dos direitos civis e a criação de um salário mínimo para todos os trabalhadores, que beneficiaria sobretudo os negros.
Realizado num clima muito tenso, a manifestação foi um estrondoso sucesso, e o discurso conhecido sobretudo pela frase permanentemente repetida no meio do discurso «I have a Dream» (Eu tenho um sonho), mas também pela frase que é repetida no fim - «That Liberty Ring» (Que a Liberdade ressoe), que retoma o poema patriótico «América», tornou-se, com o discurso de Lincoln em Gettysburg, um dos mais importantes da oratória americana.
Em 1964 a Lei dos Direitos Civis foi votada e promulgada por Lyndon B. Johnson e em 1965 a Lei sobre o Direito de Votar foi aprovada.
Martin Luther King, Jr. foi escolhido como Prémio Nobel da Paz no ano seguinte, em 1964.
Fontes: O Portal da História
estoriasdahistoria1 2.blogspot.com.br
estoriasdahistoria1 2.blogspot.com.br
quarta-feira, 28 de agosto de 2019
28 de agosto de 1963 ocorre a Marcha sobre Washington.
A Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade foi uma manifestação
política de grandes proporções ocorrida na cidade de Washington D.C.,
capital dos Estados Unidos, em 28 de agosto de 1963, organizada e
liderada entre outros pelo advogado, pastor, ativista dos direitos
humanos e pacifista Martin Luther King, que reuniu mais de 250.000
pessoas na cidade para clamar, discursar, orar e cantar por liberdade,
trabalho, justiça social e pelo fim da segregação racial contra a população negra do país.
Durante o dia, manifestantes de toda parte do país, cuja maior percentagem era de negros (75 a 80 %), chegaram a Washington, muitos deles após caminharem pelas estradas, para a manifestação programada pelas lideranças negras dos EUA, causando grande preocupação ao governo do Presidente John Kennedy, um político simpático à causa, de que a aglomeração acabasse causando conflitos e transtornos irreparáveis, que prejudicassem a aprovação da legislação dos direitos civis, então em curso de aprovação pelo Congresso e manchasse a imagem do país internacionalmente.
Entretanto, esses temores não se concretizaram, com o ato transcorrendo em profunda ordem e civismo, e sua repercussão mundial o tornou na maior força política para a aprovação das leis de direitos civis e direito de voto, em 1964 e 1965.
Foi nesta manifestação de massas que Luther King fez o discurso com a frase que entraria para a história da oratória americana e seria adaptada e copiada a partir dali por oradores de todo tipo de causas em todas as partes do mundo: “Eu tenho um sonho!” (I Have a Dream!)”.
Durante o dia, manifestantes de toda parte do país, cuja maior percentagem era de negros (75 a 80 %), chegaram a Washington, muitos deles após caminharem pelas estradas, para a manifestação programada pelas lideranças negras dos EUA, causando grande preocupação ao governo do Presidente John Kennedy, um político simpático à causa, de que a aglomeração acabasse causando conflitos e transtornos irreparáveis, que prejudicassem a aprovação da legislação dos direitos civis, então em curso de aprovação pelo Congresso e manchasse a imagem do país internacionalmente.
Entretanto, esses temores não se concretizaram, com o ato transcorrendo em profunda ordem e civismo, e sua repercussão mundial o tornou na maior força política para a aprovação das leis de direitos civis e direito de voto, em 1964 e 1965.
Foi nesta manifestação de massas que Luther King fez o discurso com a frase que entraria para a história da oratória americana e seria adaptada e copiada a partir dali por oradores de todo tipo de causas em todas as partes do mundo: “Eu tenho um sonho!” (I Have a Dream!)”.
Alan Turing foi um matemático e cientista da computação, responsável formalmente pela criação do conceito de algoritmo, que revolucionou a informática e abriu espaço para os PCs, notebooks, supercomputadores e celulares que conhecemos hoje, também foi um dos primeiros cientistas a trabalhar com inteligência artificial.
Alan Turing foi um matemático e cientista da computação, responsável
formalmente pela criação do conceito de algoritmo, que revolucionou a
informática e abriu espaço para os PCs, notebooks, supercomputadores e
celulares que conhecemos hoje, também foi um dos primeiros cientistas a
trabalhar com inteligência artificial.
Através de seu invento, a máquina de Turing, construído durante a Segunda Guerra, os britânicos foram capazes de decifrar códigos de comunicação alemães e desmantelar muitos planos dos exércitos nazistas.
Através de seu invento, a máquina de Turing, construído durante a Segunda Guerra, os britânicos foram capazes de decifrar códigos de comunicação alemães e desmantelar muitos planos dos exércitos nazistas.
Pós guerra, Turing foi condenado por crimes de comportamento
homossexual e precisou escolher entre a prisão ou a castração química.
Optou pela segunda pena e acabou se suicidando com cianeto.
Em 10 de setembro de 2009, após uma campanha de internet, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown fez um pedido oficial de desculpas público, em nome do governo britânico, devido à maneira pela qual Turing foi tratado após a guerra, apenas pelo fato de ser homossexual.
Hoje, pessoas usam o computador(que sem Turing certamente não existiria) para pregar ódio contra homossexuais.
Texto - Joel Paviotti
Imagem: Sherborne School/Arquivo/AFP.
Colorização: Reinaldo Elias
Em 10 de setembro de 2009, após uma campanha de internet, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown fez um pedido oficial de desculpas público, em nome do governo britânico, devido à maneira pela qual Turing foi tratado após a guerra, apenas pelo fato de ser homossexual.
Hoje, pessoas usam o computador(que sem Turing certamente não existiria) para pregar ódio contra homossexuais.
Texto - Joel Paviotti
Imagem: Sherborne School/Arquivo/AFP.
Colorização: Reinaldo Elias
Estrada de Ferro Mauá.
Na tarde de 6 de setembro de 1853, uma pequena locomotiva, a Manchester,
conduziu jornalistas e políticos por 2,8 km da Estrada de Ferro Mauá,
ainda em construção. Aquele dia via nascer o que por quase um século seria o meio de transporte mais importante do Brasil.
terça-feira, 27 de agosto de 2019
segunda-feira, 26 de agosto de 2019
26 de agosoto de 1789 é \preovada a Declaração dos Direitos do homem e do cidadão.
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão era aprovada em um dia
como este, no ano de 1789, pela Assembleia Nacional Constituinte da
França revolucionária. Este documento da Revolução Francesa define como
universais os direitos individuais e coletivos dos homens (esta última
palavra tem o sentido de "seres humanos" ou "humanidade"). Inspirada nos
pensamentos dos iluministas, a Declaração com os seus 17 artigos foi
votada de maneira definitiva em 2 de outubro. Ela foi reformulada
em uma segunda versão em 1793. O documento serviu de base para as
constituições francesas de 1848 (Segunda República Francesa) e para a
atual. Também serviu de inspiração para a Declaração Universal dos
Direitos Humanos, das Nações Unidas.
Entre os seus artigos, estão afirmações de que "os homens nascem e são livres e iguais em direitos" (artigo 1); "a liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo" (artigo 4); "a lei é a expressão da vontade geral" (artigo 6); "a livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem" (artigo 11); e "a sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração" (artigo 15).
Entre os seus artigos, estão afirmações de que "os homens nascem e são livres e iguais em direitos" (artigo 1); "a liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo" (artigo 4); "a lei é a expressão da vontade geral" (artigo 6); "a livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem" (artigo 11); e "a sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração" (artigo 15).
Os meninos espartanos .
Os meninos espartanos eram apartados de casa quando faziam 7 anos. O
Estado se encarregava de treiná-los como guerreiros - mas não qualquer
guerreiro.
domingo, 25 de agosto de 2019
Descobrimento do Brasil. 22 de abril.
Além do Dia da Terra, no dia 22 de abril é comemorado o
Descobrimento do Brasil. Nessa data, em 1500, os navegadores portugueses
chegaram ao território brasileiro. Sob o comando de Pedro Álvares Cabral, eles
tomaram posse da nova terra. Hoje, iremos descercar essa expedição, e esse
vídeo vai dar início a uma nova série da história do Brasil por uma perspectiva
um pouco diferente. Vamos então!
Introdução
Pedro Álvares Cabral nasceu na cidade de Belmonte, na província da Beira Baixa, em Portugal, provavelmente em 1467. Seu pai, Fernão Cabral, tinha cargos no governo da região. Por causa de sua origem nobre, Cabral conseguiu estudar em Lisboa, onde aprendeu sobre humanidades, ciências e artes militares.
Em 1499, Cabral foi nomeado capitão-mor, ou comandante, da expedição que viajaria à Índia para continuar o trabalho de Vasco da Gama que havia retornado a Lisboa em agosto daquele ano.
É importante ressaltar que para os padrões da época, o mar era tido como algo temido e obscuro, muitos acreditavam que haviam criaturas estranhas e um abismo no qual as embarcações eram lançadas.
Na ânsia de novas terras a serem exploradas, e detendo um capital financeiro significativo, Portugal e Espanha, sendo as nações mais poderosas da época, entraram nessa jornada integrado também ao objetivo de chegar as Índias, um centro comercial de alta lucratividade com os produtos de especiaria, contornando o Mar Mediterrâneo.
Então, um Pouco depois do retorno de Vasco da Gama a Lisboa, em agosto de 1499, D. Manuel I, em parceria com investidores particulares, organizava uma nova expedição para Calicute. Decidido a impressionar o monarca local, ou a convencer ele pelas armas, o rei enviava agora uma expedição ostensivamente rica e poderosa, composta de 13 navios com uma tripulação estimada de 1.500 homens. Seu comando foi confiado a Pedro Álvares Cabral. A bordo, estavam presentes alguns dos mais experientes navegadores portugueses, como Bartolomeu Dias, o mesmo que dobrou o cabo da Boa Esperança, atingindo pela primeira vez o oceano Índico. Para saber mais sobre esse feito, assista o vídeo sobre a expansão marítima, esse vídeo está sensacional.
Mas Enfim, estima-se que em dezembro de 1498, uma frota de oito navios, sob o comando de Duarte Pacheco Pereira, atingiu o litoral brasileiro e chegou a explorá-lo, à altura dos atuais Estados do Pará e do Maranhão. Essa primeira chegada dos portugueses ao continente sul-americano supostamente foi mantida em rigoroso segredo. Estadistas hábeis, os dois últimos reis de Portugal entre os séculos 15 e 16 – D. João II e D. Manuel I – procuravam impedir que os espanhóis tivessem conhecimento de seus projetos.
A partida da armada de Cabral foi programada para 8 de março de 1500, embora tenha sido adiada para o dia seguinte, devido ao mau tempo. Uma cerimônia espetacular foi organizada na ocasião pelo rei de Portugal. Toda a população de Lisboa – cerca de 60 mil pessoas – foi convocada para assistir, isso era uma forma de oficializar o pioneirismo português no caminho da Índia, assegurando para o reino luso os direitos do comércio com o Oriente.
A expedição que saiu de Lisboa, era composta por 10 naus e 3 caravelas, 1500 homens, sendo 700 soldados; os demais eram pessoas comuns que não tinham nenhum treinamento ou experiência em combate anterior. Os navegadores mais experientes foram destacados para acompanhar Cabral, entre eles:
Bartolomeu Dias, Diogo Dias irmão de Bartolomeu, Nicolau Coelho: experiente nessa rota marítima sendo que participou da viagem de Vasco da Gama.
A nau de Cabral era formada por sete soldados da guarda pessoal do comandante, mais 80 marinheiros, 70 soldados e 33 passageiros, dentre os quais sete serviçais, dois presos, oito frades franciscanos e oito intérpretes. Havia, portanto, 190 homens no navio de Cabral.
Os marinheiros da frota de Cabral tinham salários de 10 cruzados por mês. Os soldados recebiam 5 cruzados.
Afonso Furtado era o escrivão e notário da frota de Cabral. Também era responsável pela despensa, onde estavam guardados os víveres. Todos a bordo recebiam rações rigorosamente iguais: 15 quilos de carne salgada por mês, mais cebola, vinagre, vinho e azeite.
Foi no dia 23 de março de 1500, às 8 horas da manhã, que a primeira de uma série de tragédias se abateu sobre a frota de Cabral: um dos navios, comandado por Vasco de Ataíde, simplesmente desapareceu, sem que houvesse motivo para tal. Cento e cinquenta homens então podem ter sido engolidos pelo mar.
Entediados pela viagem que durou cerca de um mês e meio até o Brasil, os marinheiros criavam passatempos. Os preferidos eram apostas, como jogos de cartas e dados. Os padres, responsáveis por manter a moral a bordo, monitoravam a jogatina, celebravam missas e cuidavam dos doentes, já que não havia médicos. Os barbeiros, que aparavam o cabelo e a barba dos marujos, auxiliavam os padres no atendimento aos enfermos.
Apenas os mais graduados tinham o luxo de um quarto e uma cama. Os marinheiros dormiam sob o castelo da popa, a estrutura mais alta do navio. Como não cabia muita gente ali, o jeito era dormir no convés, ao relento, em frágeis colchões de palha. Os porões eram reservados para guardar água, mantimentos e munição.
A sujeira reinava. Como não havia banheiros, as necessidades eram feitas no mar ou nos porões. Ratos infestavam os navios e transmitiam doenças. A falta de banho também contribuía para tornar a higiene a bordo calamitosa. Não à toa, das 1,5 mil pessoas que embarcaram, apenas 500 voltaram vivas a Portugal.
As condições de alimentação e higiene eram precárias e nocivas. A falta de vitamina C causava o escorbuto, doença que provoca perda de dentes, dificuldades de cicatrização, anemia e hemorragias. O contato com bichos a bordo causava diarreia e piolhos. Os males mais frequentes eram enjoos e vômitos. O castigo para quem não cumpria as regras nos navios era ficar no porão, tirando a água que entrava pelo fundo da embarcação.
A base da alimentação a bordo era um biscoito duro e salgado, geralmente podre e muito fedorento.
O vinho e a água eram entregues diariamente. Cada homem a bordo tinha direito a 1,4 litro diário de vinho, que era armazenado em cerca de 200 pipas em cada navio. A água, para beber e cozinhar, era fornecida também na mesma quantidade do vinho. Armazenada em tonéis de madeira, essa água cheirava mal por causa da falta de higiene dos recipientes. Infecções e diarreias eram muito comuns.
A viagem de Cabral foi a primeira a usar sistematicamente o astrolábio. Parecido com uma pequena roda, o aparelho mede a altura do Sol ao meio-dia, a das estrelas à noite e fornece a latitude. Por outro lado, a medição da longitude nunca foi precisa.
Ao lado de Cabral viajava um cirurgião chamado Mestre João, homem que se tornaria célebre ao redigir uma das únicas cartas relativas à viagem do Descobrimento do Brasil.
Mas, os fatos a respeito do descobrimento do Brasil começam a ficar estranhos, sem um motivo claro, os navegadores saíram da rota inicial e passaram a navegar pelo Atlântico, também chamado de “oceano longo”. Entretanto, o mais interessante de tudo é que, além de Cabral, estavam nessa viagem navegadores experientes.
Por muito tempo, os estudiosos afirmaram que a frota de Cabral se desviou do rumo previsto devido a ventos e tempestades. Assim, a chegada à costa brasileira teria acontecido por acaso. Mais tarde, essa versão foi questionada. Os historiadores ainda discutem se Cabral planejou chegar à América ou não.
Em 22 de abril, marinheiros deram o grito de “terra à vista”. Segundo registros, o primeiro pedaço de terra que a tripulação viu foi uma pequena montanha. Como era época de Pascoal, ela recebeu o nome de monte Pascoal. Cabral permaneceu em seu navio e mandou à terra Nicolau Coelho, Gaspar da Gama, um marinheiro da Guiné e um escravo de Angola, como interpretes. Quando chegaram à praia, estavam à espera deles cerca de vinte índios. Por causa do barulho do mar e a diferença de línguas, não foi possível um entendimento entre eles.
Os portugueses, para obter água potável dos índios, ofereciam toucas vermelhas que os marinheiros usavam durante a viagem, e ainda recebiam dos índios papagaios e araras.
Cabral nomeou a terra de Ilha de Vera Cruz, achando, a princípio se tratar de uma porção de terra menor do que o imaginado. Pero Vaz de Caminha escreveu uma carta para o rei de Portugal, contando sobre as terras e os índios que ali já habitavam. Essa carta é considerada o primeiro documento da história do Brasil.
No dia 24 de Abril, Andreza Balbino e Cabral receberam os nativos no seu navio. Então, acompanhado de Sancho de Tovar, Simão de Miranda, Nicolau Coelho, Aires Correia e Pero Vaz de Caminha, recebeu o grupo de índios que reconheceram de imediato o ouro e a prata que tinha no navio, o que fez com que os portugueses inicialmente acreditassem que havia muito ouro naquela terra. Entretanto, Caminha, em sua carta, confessa que não sabia dizer se os índios diziam mesmo que ali havia ouro, ou se o desejo dos navegantes pelo metal era tão grande que eles não conseguiram entender diferentemente. Posteriormente, se provou que a segunda alternativa era a verdadeira.
O encontro entre portugueses e índios também está documentado na carta escrita por Caminha. O choque cultural foi evidente. Os indígenas não reconheceram os animais que traziam os navegadores, à exceção de um papagaio que o capitão trazia consigo; ofereceram-lhes comida e vinho, os quais os índios rejeitaram. A curiosidade tocou-lhes pelos objetos não reconhecidos — como umas Contas de Rosário, e a surpresa dos portugueses pelos objetos reconhecidos — os metais preciosos. Foi curioso e absurdo aos portugueses o fato de Cabral está vestido com todas as vestimentas e adornos os quais tinha direito um capitão-mor na frente dos índios e eles, por sua vez, terem passado por sua frente sem diferenciá-lo dos demais tripulantes.
Os indígenas começaram a tomar conhecimento da fé dos portugueses ao assistirem a primeira Missa rezada por Frei Henrique de Coimbra, em um domingo, 26 de abril de 1500.
No dia 1º de maio, uma outra missa foi rezada e também realizada a posse oficial da terra. A cruz feita para a celebração da segunda missa no Brasil tinha aproximadamente sete metros e foi fincada para assinalar o local onde ficariam dois degredados e onde os futuros navegantes poderiam encontrar boa água. Depois de dez dias na “ilha de Vera Cruz”, Cabral ordenou a partida da frota. Providenciou que a nau comandada por Gaspar de Lemos retornasse a Portugal para dar as boas novas ao rei. O navio, tripulado por 80 homens, levava toras de pau-brasil, amostras de plantas recolhidas na nova terra e artefatos indígenas como arcos, flechas, cocares, bodoques, além de duas araras que causaram espanto na Corte. Junto foram enviadas cartas de Cabral e dos outros capitães, dos escrivães incluindo Pero Vaz de Caminha (que não era o escrivão oficial da expedição), religiosos, fidalgos e as mensagens enviadas pelos soldados e marujos a seus familiares. De toda essa documentação só restaram a Relação do Piloto Anônimo e as cartas de Mestre João Faras e de Pero Vaz de Caminha. Todo o restante desapareceu no grande incêndio que se alastrou por Lisboa em 1580 ou no terremoto seguido de incêndio de 1755. Na “ilha de Vera Cruz” ficaram, ainda, dois degredados – Afonso Ribeiro e João de Thomar – além de dois ou cinco grumetes que desertaram da nau capitânia. Os degredados permaneceram vinte meses na terra tendo sido resgatados na expedição de Gonçalo Coelho, em 1501-1502. No regresso a Portugal, os dois tiveram que dar um depoimento minucioso sobre o que viram durante os quase dois anos que permaneceram no que hoje é o sul da Bahia.
A Relação do Piloto Anônimo é o único testemunho direto sobre a continuação da viagem de Cabral. Graças a esse documento ficamos sabendo o que aconteceu com Cabral na Índia. A frota de Cabral, agora com 11 navios, retomou sua missão rumo à Índia em 3 de maio de 1500. Navegando ao longo da costa brasileira, em direção ao sul, se convenceu pela extensão da terra que se tratava de um continente, ao invés de uma ilha. No dia 23 ou 24 de maio, quando se aproximava do Cabo da Boa Esperança, caiu uma violenta tempestade que ergueu ondas tão altas capazes de engolirem os navios. Quatro naus naufragaram se perdendo 380 homens, entre eles Bartolomeu Dias que doze anos antes havia contornado, com sucesso, o mesmo cabo, então chamado Cabo das Tormentas. O navio de Diogo Dias se desgarrou e, navegando sozinho, foi parar em Mogadíscio, na Etiópia. Foi o primeiro europeu a navegar o Mar Vermelho. Só seria encontrado um ano depois, na viagem de regresso de Cabral.
Com a expedição reduzida a seis navios, Cabral chegou em Calicute em 13 setembro de 1500, seis meses depois de deixar Lisboa. Calicute, era a mais importante cidade da costa ocidental da Índia, onde mercadores árabes e chineses comercializavam havia séculos. Era governada pelo Samorim, governante hindu de Calicute. Foi em Calicute que Vasco da Gama chegou dois anos antes, e não teve sucesso em suas negociações. Vasco da Gama, contudo, conseguiu obter uma carta ambígua de concessão de direitos para comercializar. Cabral presenteou o Samorim com moedas de ouro e prata e teve êxito nas negociações: foi autorizado a instalar uma feitoria e um armazém na cidade. Por três meses, os portugueses permaneceram neste rico centro comercial do Índico. Até que a situação mudou.
A chegada dos portugueses não foi bem-vinda pelos mercadores muçulmanos que controlavam as principais rotas comerciais do Índico. E as tensões logo se transformaram em conflito armado. Em dezembro a feitoria sofreu um ataque de surpresa de árabes muçulmanos e indianos hindus. Os relatos divergem no número dos atacantes: de 300 a milhares. Morreram cerca de 50 portugueses, entre eles Pero Vaz de Caminha e seis franciscanos. Cabral esperou 24 horas para obter uma explicação do governante de Calicute, mas nenhum pedido de desculpas foi apresentado. Indignado, ordenou o ataque e o saque de 10 navios mercantes árabes ancorados no porto matando cerca de 600 tripulantes. Ordenou, também, o bombardeio de Calicute por dois dias. Em seguida, a expedição de Cabral zarpou para Cochim, cidade hindu ao sul de Calicute. A cidade era território vassalo de Calicute e viu nos portugueses a oportunidade de se libertar do samorim. O rajá de Cochim autorizou a instalação de uma feitoria portuguesa. Foi ali que Cabral acumulou as tão cobiçadas especiarias para retornar a Portugal.
Introdução
Pedro Álvares Cabral nasceu na cidade de Belmonte, na província da Beira Baixa, em Portugal, provavelmente em 1467. Seu pai, Fernão Cabral, tinha cargos no governo da região. Por causa de sua origem nobre, Cabral conseguiu estudar em Lisboa, onde aprendeu sobre humanidades, ciências e artes militares.
Em 1499, Cabral foi nomeado capitão-mor, ou comandante, da expedição que viajaria à Índia para continuar o trabalho de Vasco da Gama que havia retornado a Lisboa em agosto daquele ano.
É importante ressaltar que para os padrões da época, o mar era tido como algo temido e obscuro, muitos acreditavam que haviam criaturas estranhas e um abismo no qual as embarcações eram lançadas.
Na ânsia de novas terras a serem exploradas, e detendo um capital financeiro significativo, Portugal e Espanha, sendo as nações mais poderosas da época, entraram nessa jornada integrado também ao objetivo de chegar as Índias, um centro comercial de alta lucratividade com os produtos de especiaria, contornando o Mar Mediterrâneo.
Então, um Pouco depois do retorno de Vasco da Gama a Lisboa, em agosto de 1499, D. Manuel I, em parceria com investidores particulares, organizava uma nova expedição para Calicute. Decidido a impressionar o monarca local, ou a convencer ele pelas armas, o rei enviava agora uma expedição ostensivamente rica e poderosa, composta de 13 navios com uma tripulação estimada de 1.500 homens. Seu comando foi confiado a Pedro Álvares Cabral. A bordo, estavam presentes alguns dos mais experientes navegadores portugueses, como Bartolomeu Dias, o mesmo que dobrou o cabo da Boa Esperança, atingindo pela primeira vez o oceano Índico. Para saber mais sobre esse feito, assista o vídeo sobre a expansão marítima, esse vídeo está sensacional.
Mas Enfim, estima-se que em dezembro de 1498, uma frota de oito navios, sob o comando de Duarte Pacheco Pereira, atingiu o litoral brasileiro e chegou a explorá-lo, à altura dos atuais Estados do Pará e do Maranhão. Essa primeira chegada dos portugueses ao continente sul-americano supostamente foi mantida em rigoroso segredo. Estadistas hábeis, os dois últimos reis de Portugal entre os séculos 15 e 16 – D. João II e D. Manuel I – procuravam impedir que os espanhóis tivessem conhecimento de seus projetos.
A partida da armada de Cabral foi programada para 8 de março de 1500, embora tenha sido adiada para o dia seguinte, devido ao mau tempo. Uma cerimônia espetacular foi organizada na ocasião pelo rei de Portugal. Toda a população de Lisboa – cerca de 60 mil pessoas – foi convocada para assistir, isso era uma forma de oficializar o pioneirismo português no caminho da Índia, assegurando para o reino luso os direitos do comércio com o Oriente.
A expedição que saiu de Lisboa, era composta por 10 naus e 3 caravelas, 1500 homens, sendo 700 soldados; os demais eram pessoas comuns que não tinham nenhum treinamento ou experiência em combate anterior. Os navegadores mais experientes foram destacados para acompanhar Cabral, entre eles:
Bartolomeu Dias, Diogo Dias irmão de Bartolomeu, Nicolau Coelho: experiente nessa rota marítima sendo que participou da viagem de Vasco da Gama.
A nau de Cabral era formada por sete soldados da guarda pessoal do comandante, mais 80 marinheiros, 70 soldados e 33 passageiros, dentre os quais sete serviçais, dois presos, oito frades franciscanos e oito intérpretes. Havia, portanto, 190 homens no navio de Cabral.
Os marinheiros da frota de Cabral tinham salários de 10 cruzados por mês. Os soldados recebiam 5 cruzados.
Afonso Furtado era o escrivão e notário da frota de Cabral. Também era responsável pela despensa, onde estavam guardados os víveres. Todos a bordo recebiam rações rigorosamente iguais: 15 quilos de carne salgada por mês, mais cebola, vinagre, vinho e azeite.
Foi no dia 23 de março de 1500, às 8 horas da manhã, que a primeira de uma série de tragédias se abateu sobre a frota de Cabral: um dos navios, comandado por Vasco de Ataíde, simplesmente desapareceu, sem que houvesse motivo para tal. Cento e cinquenta homens então podem ter sido engolidos pelo mar.
Entediados pela viagem que durou cerca de um mês e meio até o Brasil, os marinheiros criavam passatempos. Os preferidos eram apostas, como jogos de cartas e dados. Os padres, responsáveis por manter a moral a bordo, monitoravam a jogatina, celebravam missas e cuidavam dos doentes, já que não havia médicos. Os barbeiros, que aparavam o cabelo e a barba dos marujos, auxiliavam os padres no atendimento aos enfermos.
Apenas os mais graduados tinham o luxo de um quarto e uma cama. Os marinheiros dormiam sob o castelo da popa, a estrutura mais alta do navio. Como não cabia muita gente ali, o jeito era dormir no convés, ao relento, em frágeis colchões de palha. Os porões eram reservados para guardar água, mantimentos e munição.
A sujeira reinava. Como não havia banheiros, as necessidades eram feitas no mar ou nos porões. Ratos infestavam os navios e transmitiam doenças. A falta de banho também contribuía para tornar a higiene a bordo calamitosa. Não à toa, das 1,5 mil pessoas que embarcaram, apenas 500 voltaram vivas a Portugal.
As condições de alimentação e higiene eram precárias e nocivas. A falta de vitamina C causava o escorbuto, doença que provoca perda de dentes, dificuldades de cicatrização, anemia e hemorragias. O contato com bichos a bordo causava diarreia e piolhos. Os males mais frequentes eram enjoos e vômitos. O castigo para quem não cumpria as regras nos navios era ficar no porão, tirando a água que entrava pelo fundo da embarcação.
A base da alimentação a bordo era um biscoito duro e salgado, geralmente podre e muito fedorento.
O vinho e a água eram entregues diariamente. Cada homem a bordo tinha direito a 1,4 litro diário de vinho, que era armazenado em cerca de 200 pipas em cada navio. A água, para beber e cozinhar, era fornecida também na mesma quantidade do vinho. Armazenada em tonéis de madeira, essa água cheirava mal por causa da falta de higiene dos recipientes. Infecções e diarreias eram muito comuns.
A viagem de Cabral foi a primeira a usar sistematicamente o astrolábio. Parecido com uma pequena roda, o aparelho mede a altura do Sol ao meio-dia, a das estrelas à noite e fornece a latitude. Por outro lado, a medição da longitude nunca foi precisa.
Ao lado de Cabral viajava um cirurgião chamado Mestre João, homem que se tornaria célebre ao redigir uma das únicas cartas relativas à viagem do Descobrimento do Brasil.
Mas, os fatos a respeito do descobrimento do Brasil começam a ficar estranhos, sem um motivo claro, os navegadores saíram da rota inicial e passaram a navegar pelo Atlântico, também chamado de “oceano longo”. Entretanto, o mais interessante de tudo é que, além de Cabral, estavam nessa viagem navegadores experientes.
Por muito tempo, os estudiosos afirmaram que a frota de Cabral se desviou do rumo previsto devido a ventos e tempestades. Assim, a chegada à costa brasileira teria acontecido por acaso. Mais tarde, essa versão foi questionada. Os historiadores ainda discutem se Cabral planejou chegar à América ou não.
Em 22 de abril, marinheiros deram o grito de “terra à vista”. Segundo registros, o primeiro pedaço de terra que a tripulação viu foi uma pequena montanha. Como era época de Pascoal, ela recebeu o nome de monte Pascoal. Cabral permaneceu em seu navio e mandou à terra Nicolau Coelho, Gaspar da Gama, um marinheiro da Guiné e um escravo de Angola, como interpretes. Quando chegaram à praia, estavam à espera deles cerca de vinte índios. Por causa do barulho do mar e a diferença de línguas, não foi possível um entendimento entre eles.
Os portugueses, para obter água potável dos índios, ofereciam toucas vermelhas que os marinheiros usavam durante a viagem, e ainda recebiam dos índios papagaios e araras.
Cabral nomeou a terra de Ilha de Vera Cruz, achando, a princípio se tratar de uma porção de terra menor do que o imaginado. Pero Vaz de Caminha escreveu uma carta para o rei de Portugal, contando sobre as terras e os índios que ali já habitavam. Essa carta é considerada o primeiro documento da história do Brasil.
No dia 24 de Abril, Andreza Balbino e Cabral receberam os nativos no seu navio. Então, acompanhado de Sancho de Tovar, Simão de Miranda, Nicolau Coelho, Aires Correia e Pero Vaz de Caminha, recebeu o grupo de índios que reconheceram de imediato o ouro e a prata que tinha no navio, o que fez com que os portugueses inicialmente acreditassem que havia muito ouro naquela terra. Entretanto, Caminha, em sua carta, confessa que não sabia dizer se os índios diziam mesmo que ali havia ouro, ou se o desejo dos navegantes pelo metal era tão grande que eles não conseguiram entender diferentemente. Posteriormente, se provou que a segunda alternativa era a verdadeira.
O encontro entre portugueses e índios também está documentado na carta escrita por Caminha. O choque cultural foi evidente. Os indígenas não reconheceram os animais que traziam os navegadores, à exceção de um papagaio que o capitão trazia consigo; ofereceram-lhes comida e vinho, os quais os índios rejeitaram. A curiosidade tocou-lhes pelos objetos não reconhecidos — como umas Contas de Rosário, e a surpresa dos portugueses pelos objetos reconhecidos — os metais preciosos. Foi curioso e absurdo aos portugueses o fato de Cabral está vestido com todas as vestimentas e adornos os quais tinha direito um capitão-mor na frente dos índios e eles, por sua vez, terem passado por sua frente sem diferenciá-lo dos demais tripulantes.
Os indígenas começaram a tomar conhecimento da fé dos portugueses ao assistirem a primeira Missa rezada por Frei Henrique de Coimbra, em um domingo, 26 de abril de 1500.
No dia 1º de maio, uma outra missa foi rezada e também realizada a posse oficial da terra. A cruz feita para a celebração da segunda missa no Brasil tinha aproximadamente sete metros e foi fincada para assinalar o local onde ficariam dois degredados e onde os futuros navegantes poderiam encontrar boa água. Depois de dez dias na “ilha de Vera Cruz”, Cabral ordenou a partida da frota. Providenciou que a nau comandada por Gaspar de Lemos retornasse a Portugal para dar as boas novas ao rei. O navio, tripulado por 80 homens, levava toras de pau-brasil, amostras de plantas recolhidas na nova terra e artefatos indígenas como arcos, flechas, cocares, bodoques, além de duas araras que causaram espanto na Corte. Junto foram enviadas cartas de Cabral e dos outros capitães, dos escrivães incluindo Pero Vaz de Caminha (que não era o escrivão oficial da expedição), religiosos, fidalgos e as mensagens enviadas pelos soldados e marujos a seus familiares. De toda essa documentação só restaram a Relação do Piloto Anônimo e as cartas de Mestre João Faras e de Pero Vaz de Caminha. Todo o restante desapareceu no grande incêndio que se alastrou por Lisboa em 1580 ou no terremoto seguido de incêndio de 1755. Na “ilha de Vera Cruz” ficaram, ainda, dois degredados – Afonso Ribeiro e João de Thomar – além de dois ou cinco grumetes que desertaram da nau capitânia. Os degredados permaneceram vinte meses na terra tendo sido resgatados na expedição de Gonçalo Coelho, em 1501-1502. No regresso a Portugal, os dois tiveram que dar um depoimento minucioso sobre o que viram durante os quase dois anos que permaneceram no que hoje é o sul da Bahia.
A Relação do Piloto Anônimo é o único testemunho direto sobre a continuação da viagem de Cabral. Graças a esse documento ficamos sabendo o que aconteceu com Cabral na Índia. A frota de Cabral, agora com 11 navios, retomou sua missão rumo à Índia em 3 de maio de 1500. Navegando ao longo da costa brasileira, em direção ao sul, se convenceu pela extensão da terra que se tratava de um continente, ao invés de uma ilha. No dia 23 ou 24 de maio, quando se aproximava do Cabo da Boa Esperança, caiu uma violenta tempestade que ergueu ondas tão altas capazes de engolirem os navios. Quatro naus naufragaram se perdendo 380 homens, entre eles Bartolomeu Dias que doze anos antes havia contornado, com sucesso, o mesmo cabo, então chamado Cabo das Tormentas. O navio de Diogo Dias se desgarrou e, navegando sozinho, foi parar em Mogadíscio, na Etiópia. Foi o primeiro europeu a navegar o Mar Vermelho. Só seria encontrado um ano depois, na viagem de regresso de Cabral.
Com a expedição reduzida a seis navios, Cabral chegou em Calicute em 13 setembro de 1500, seis meses depois de deixar Lisboa. Calicute, era a mais importante cidade da costa ocidental da Índia, onde mercadores árabes e chineses comercializavam havia séculos. Era governada pelo Samorim, governante hindu de Calicute. Foi em Calicute que Vasco da Gama chegou dois anos antes, e não teve sucesso em suas negociações. Vasco da Gama, contudo, conseguiu obter uma carta ambígua de concessão de direitos para comercializar. Cabral presenteou o Samorim com moedas de ouro e prata e teve êxito nas negociações: foi autorizado a instalar uma feitoria e um armazém na cidade. Por três meses, os portugueses permaneceram neste rico centro comercial do Índico. Até que a situação mudou.
A chegada dos portugueses não foi bem-vinda pelos mercadores muçulmanos que controlavam as principais rotas comerciais do Índico. E as tensões logo se transformaram em conflito armado. Em dezembro a feitoria sofreu um ataque de surpresa de árabes muçulmanos e indianos hindus. Os relatos divergem no número dos atacantes: de 300 a milhares. Morreram cerca de 50 portugueses, entre eles Pero Vaz de Caminha e seis franciscanos. Cabral esperou 24 horas para obter uma explicação do governante de Calicute, mas nenhum pedido de desculpas foi apresentado. Indignado, ordenou o ataque e o saque de 10 navios mercantes árabes ancorados no porto matando cerca de 600 tripulantes. Ordenou, também, o bombardeio de Calicute por dois dias. Em seguida, a expedição de Cabral zarpou para Cochim, cidade hindu ao sul de Calicute. A cidade era território vassalo de Calicute e viu nos portugueses a oportunidade de se libertar do samorim. O rajá de Cochim autorizou a instalação de uma feitoria portuguesa. Foi ali que Cabral acumulou as tão cobiçadas especiarias para retornar a Portugal.
A história esquecida dos Soldados da Borracha, nordestinos recrutados pelo governo brasileiro para trabalhar nos seringais durante a Segunda Guerra Mundial, mas que, ao término do conflito, foram abandonados pelo Estado brasileiro e até hoje lutam na justiça para receber o que o Governo da época prometeu.
A história esquecida dos Soldados da Borracha, nordestinos recrutados
pelo governo brasileiro para trabalhar nos seringais durante a Segunda
Guerra Mundial, mas que, ao término do conflito, foram abandonados pelo
Estado brasileiro e até hoje lutam na justiça para receber o que o
Governo da época prometeu.
Quando o governo de Getúlio Vargas se tornou, oficialmente, aliado dos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, o Estado brasileiro, visando obter lucros, iniciou um novo ciclo da borracha na região amazônica. A ação visava coletar látex para exportar o produto aos Estados Unidos e Europa.
Para concretizar o projeto, Vargas apelou, novamente, aos homens nordestinos, mesma população que migrou para o norte do país, 4 décadas antes, para desbravar os seringais amazônicos. Então, o governo brasileiro criou o órgão SEMTA (Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia), o qual alistava compulsoriamente jovens nordestinos, obrigando-os a seguirem para os extensos seringais da região norte. O regime de contratação de trabalho pertencia ao exército brasileiro e era realizado pela FEB (Força Expedicionário Brasileira), transformando esses jovens em soldados da borracha, ou seja, no papel, eram como qualquer outro soldado do exército brasileiro.
A cidade escolhida como centro do recrutamento foi Fortaleza, no Ceará. Em dois anos de esforço, mais de 60 mil pessoas foram enviadas para a região amazônica.
Os jovens e suas famílias foram expostos a terríveis condições de sobrevivência. Parte significativa deles, mais de 10 mil, morreu de malária, ataque de indígenas e de outras causas muito comuns mata adentro. No norte, já na região amazônica, trabalhavam cerca de 14 horas por dia, e ficavam à mercê de donos de seringais. Mesmo sendo equiparados a soldados brasileiros, o Estado resolveu mantê-los como empregados normais, ajudando a enriquecer os grandes proprietários da seringa na região.
Ao fim do conflito, Vargas simplesmente esqueceu dos soldados da borracha. Quando iniciou o recrutamento, o governo brasileiro prometeu aos soldados da borracha pensão vitalícia concedida a veteranos de guerra, terras e retorno para a casa. A grande maioria, porém, não conseguiu voltar às suas cidades, por conta de dívidas contraídas em armazéns de proprietários de seringais, falta de dinheiro para o retorno ou enfermidades que dificultavam a viagem penosa de volta ao lar.
Nenhum deles recebeu um centavo, e muitos morreram de fome após serem demitidos, por causa da diminuição da demanda pelo látex. Ao contrário do tratamento dado aos pracinhas, que combateram na Europa, os soldados da borracha foram abandonados à própria sorte.
O abandono desses homens pelo Estado brasileiro, pra variar um pouco, só foi reconhecido em 1988, e as indenizações foram liberadas apenas em 2014. Nesse ano, a quantia de 25 mil reais deveria ter sido depositada na conta dos poucos homens que sobraram. No entanto, essas indenizações ainda não foram totalmente pagas aos ex-soldados.
Destino bem diferente dos benefícios que o Estado deu às famílias de donos de seringais, que, em sua maioria, continuam ricas e dominando parte significativa da economia na Região Norte.
#pracegover foto em preto e branco, em tom sépia, mostra um porto e centenas de homens acenando para a câmera. Eles vestem roupas brancas, carregam roupas e pertences dentro de sacos. Ao fundo um rio
Texto - Joel Paviotti
Foto - Arquivo/SEMPTA
Quando o governo de Getúlio Vargas se tornou, oficialmente, aliado dos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, o Estado brasileiro, visando obter lucros, iniciou um novo ciclo da borracha na região amazônica. A ação visava coletar látex para exportar o produto aos Estados Unidos e Europa.
Para concretizar o projeto, Vargas apelou, novamente, aos homens nordestinos, mesma população que migrou para o norte do país, 4 décadas antes, para desbravar os seringais amazônicos. Então, o governo brasileiro criou o órgão SEMTA (Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia), o qual alistava compulsoriamente jovens nordestinos, obrigando-os a seguirem para os extensos seringais da região norte. O regime de contratação de trabalho pertencia ao exército brasileiro e era realizado pela FEB (Força Expedicionário Brasileira), transformando esses jovens em soldados da borracha, ou seja, no papel, eram como qualquer outro soldado do exército brasileiro.
A cidade escolhida como centro do recrutamento foi Fortaleza, no Ceará. Em dois anos de esforço, mais de 60 mil pessoas foram enviadas para a região amazônica.
Os jovens e suas famílias foram expostos a terríveis condições de sobrevivência. Parte significativa deles, mais de 10 mil, morreu de malária, ataque de indígenas e de outras causas muito comuns mata adentro. No norte, já na região amazônica, trabalhavam cerca de 14 horas por dia, e ficavam à mercê de donos de seringais. Mesmo sendo equiparados a soldados brasileiros, o Estado resolveu mantê-los como empregados normais, ajudando a enriquecer os grandes proprietários da seringa na região.
Ao fim do conflito, Vargas simplesmente esqueceu dos soldados da borracha. Quando iniciou o recrutamento, o governo brasileiro prometeu aos soldados da borracha pensão vitalícia concedida a veteranos de guerra, terras e retorno para a casa. A grande maioria, porém, não conseguiu voltar às suas cidades, por conta de dívidas contraídas em armazéns de proprietários de seringais, falta de dinheiro para o retorno ou enfermidades que dificultavam a viagem penosa de volta ao lar.
Nenhum deles recebeu um centavo, e muitos morreram de fome após serem demitidos, por causa da diminuição da demanda pelo látex. Ao contrário do tratamento dado aos pracinhas, que combateram na Europa, os soldados da borracha foram abandonados à própria sorte.
O abandono desses homens pelo Estado brasileiro, pra variar um pouco, só foi reconhecido em 1988, e as indenizações foram liberadas apenas em 2014. Nesse ano, a quantia de 25 mil reais deveria ter sido depositada na conta dos poucos homens que sobraram. No entanto, essas indenizações ainda não foram totalmente pagas aos ex-soldados.
Destino bem diferente dos benefícios que o Estado deu às famílias de donos de seringais, que, em sua maioria, continuam ricas e dominando parte significativa da economia na Região Norte.
#pracegover foto em preto e branco, em tom sépia, mostra um porto e centenas de homens acenando para a câmera. Eles vestem roupas brancas, carregam roupas e pertences dentro de sacos. Ao fundo um rio
Texto - Joel Paviotti
Foto - Arquivo/SEMPTA
DANDE NEGRO - CRUZ E SOUZA
Foi um poeta simbolista brasileiro. Ele foi o precursor do movimento simbolista no Brasil com a publicação de suas obras “Missal” (prosa) e “Broquéis” (poesia) em 1893.
É patrono da Academia Catarinense de Letras, representando a cadeira
número 15. Ao lado de Alphonsus de Guimaraens, ele é um dos mais
importantes poetas do movimento no país.
Cruz e Souza
João da Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, na cidade catarinense de Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis).
Ele era filho de ex-escravos, mas sua educação foi patrocinada por uma família de aristocratas (antigos proprietários de seus pais). Foi assim que ele estudou no Liceu Provincial de Santa Catarina.
Desde pequeno, tinha uma inclinação para as artes, língua e literatura. Em Santa Catarina trabalhou como escritor no jornal abolicionista “Tribuna Popular”, além de ter sido diretor.
Quando jovem, sofreu discriminação racial, posto que foi proibido de assumir o cargo de promotor público em Laguna - SC.
Mais tarde mudou-se para o Rio de Janeiro. Na cidade maravilhosa, ele foi colaborador do jornal "Folha Popular" e das revistas “Ilustrada” e “Novidades”. Ademais, trabalhou como arquivista na Estrada de Ferro Central do Brasil.
Note que as publicações de Cruz e Souza para os jornais estavam, muitas vezes, pautadas no tema do racismo e do preconceito racial.
No Rio casou-se com Gavita Gonçalves em 1893, e com ela teve quatro filhos. Infelizmente todos morreram prematuramente de tuberculose.
Esse momento trágico de sua vida está refletido em algumas de suas obras, as quais estão pautadas nos temas da solidão, dor e sofrimento. Após o ocorrido, sua esposa que sofreu muito, começa a apresentar problemas mentais.
Cruz e Souza também foi acometido pela tuberculose. Assim, resolve mudar para Minas Gerais com o intuito de melhorar sua saúde.
Faleceu na cidade mineira de Curral Novo, em 19 de março de 1898 com 36 anos, vítima de tuberculose.
Ele foi apelidado de “Dante Negro” em referência ao escritor humanista italiano Dante Alighieri.
Crédito: https://www.todamateria.com.br
Cruz e Souza
João da Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, na cidade catarinense de Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis).
Ele era filho de ex-escravos, mas sua educação foi patrocinada por uma família de aristocratas (antigos proprietários de seus pais). Foi assim que ele estudou no Liceu Provincial de Santa Catarina.
Desde pequeno, tinha uma inclinação para as artes, língua e literatura. Em Santa Catarina trabalhou como escritor no jornal abolicionista “Tribuna Popular”, além de ter sido diretor.
Quando jovem, sofreu discriminação racial, posto que foi proibido de assumir o cargo de promotor público em Laguna - SC.
Mais tarde mudou-se para o Rio de Janeiro. Na cidade maravilhosa, ele foi colaborador do jornal "Folha Popular" e das revistas “Ilustrada” e “Novidades”. Ademais, trabalhou como arquivista na Estrada de Ferro Central do Brasil.
Note que as publicações de Cruz e Souza para os jornais estavam, muitas vezes, pautadas no tema do racismo e do preconceito racial.
No Rio casou-se com Gavita Gonçalves em 1893, e com ela teve quatro filhos. Infelizmente todos morreram prematuramente de tuberculose.
Esse momento trágico de sua vida está refletido em algumas de suas obras, as quais estão pautadas nos temas da solidão, dor e sofrimento. Após o ocorrido, sua esposa que sofreu muito, começa a apresentar problemas mentais.
Cruz e Souza também foi acometido pela tuberculose. Assim, resolve mudar para Minas Gerais com o intuito de melhorar sua saúde.
Faleceu na cidade mineira de Curral Novo, em 19 de março de 1898 com 36 anos, vítima de tuberculose.
Ele foi apelidado de “Dante Negro” em referência ao escritor humanista italiano Dante Alighieri.
Crédito: https://www.todamateria.com.br
A carta testamento de Vargas. Aconteceu em 24 de agosto!
Há 65 anos, o presidente do Brasil, Getúlio Vargas, cometia suicídio no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então capital federal.
Getúlio deixou uma carta testamento endereçada a todo povo brasileiro, cujo texto transcrevemos abaixo.
"Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam; e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci.
Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo.
A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios.
Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobras, mal começa esta a funcionar a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre,não querem que o povo seja independente.
Assumi o governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo e renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser o meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos.
Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação.
Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com perdão. E aos que pensam que me derrotam respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo, de quem fui escravo, não mais será escravo de ninguém.
Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.
Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história."
Getúlio Dorneles Vargas.
24/08/1954
Getúlio deixou uma carta testamento endereçada a todo povo brasileiro, cujo texto transcrevemos abaixo.
"Mais uma vez as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam; e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.
Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci.
Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo.
A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a Justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios.
Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobras, mal começa esta a funcionar a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre,não querem que o povo seja independente.
Assumi o governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo e renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser o meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.
Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos.
Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação.
Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com perdão. E aos que pensam que me derrotam respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo, de quem fui escravo, não mais será escravo de ninguém.
Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate.
Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história."
Getúlio Dorneles Vargas.
24/08/1954
sábado, 24 de agosto de 2019
Entenda por que a Amazônia não é o pulmão do mundo.
Os incêndios que atingem a região amazônica vêm preocupando o mundo
nas últimas semanas. A floresta possui uma riqueza incalculável no que
diz respeito à biodiversidade, e perder esse patrimônio seria trágico
para o planeta. Mas é correto afirmar que a "Amazônia é o pulmão do
mundo"? A resposta é não.
Na realidade, quem merece esse título são as algas marinhas. São elas que produzem 54,7% do oxigênio da Terra. Já florestas, como a Amazônia, consomem praticamente todo o oxigênio produzido por elas. Isso acontece devido a uma situação que os cientistas classificam como "clímax ecológico".
Durante a fotossíntese, as plantas e algas fazem o processo inverso dos seres humanos e demais animais, consumindo o gás carbônico e liberando oxigênio. No entanto, as plantas também consomem o oxigênio que produzem. De dia, com a luz do Sol, elas absorvem gás carbônico do ar e liberam oxigênio. Mas à noite, elas consomem de volta parte desse mesmo oxigênio. Além disso, as florestas também liberam gás carbônico na atmosfera por meio da decomposição dos troncos, galhos, folhas e animais mortos. Assim há um equilíbrio entre a produção e consumo do oxigênio.
Apesar de não ser o pulmão do mundo, a importância da Amazônia não pode ser subestimada. A floresta é essencial para o clima do planeta. A decomposição de árvores derrubadas e as queimadas liberam gás carbônico, contribuindo com o aquecimento global. A chuva produzida na Amazônia também afeta o nível pluviométrico de outras regiões. Com o desmatamento, as chuvas diminuem, desencadeando um desequilíbrio que vai muito além da região amazônica.
Fonte: Super Interessante, Terra, eCycle e Época
Imagem: Gustavo Frazão/Shutterstock.com
Na realidade, quem merece esse título são as algas marinhas. São elas que produzem 54,7% do oxigênio da Terra. Já florestas, como a Amazônia, consomem praticamente todo o oxigênio produzido por elas. Isso acontece devido a uma situação que os cientistas classificam como "clímax ecológico".
Durante a fotossíntese, as plantas e algas fazem o processo inverso dos seres humanos e demais animais, consumindo o gás carbônico e liberando oxigênio. No entanto, as plantas também consomem o oxigênio que produzem. De dia, com a luz do Sol, elas absorvem gás carbônico do ar e liberam oxigênio. Mas à noite, elas consomem de volta parte desse mesmo oxigênio. Além disso, as florestas também liberam gás carbônico na atmosfera por meio da decomposição dos troncos, galhos, folhas e animais mortos. Assim há um equilíbrio entre a produção e consumo do oxigênio.
Apesar de não ser o pulmão do mundo, a importância da Amazônia não pode ser subestimada. A floresta é essencial para o clima do planeta. A decomposição de árvores derrubadas e as queimadas liberam gás carbônico, contribuindo com o aquecimento global. A chuva produzida na Amazônia também afeta o nível pluviométrico de outras regiões. Com o desmatamento, as chuvas diminuem, desencadeando um desequilíbrio que vai muito além da região amazônica.
Fonte: Super Interessante, Terra, eCycle e Época
Imagem: Gustavo Frazão/Shutterstock.com