domingo, 14 de abril de 2019

Na década de 50, uma espécie de apartheid imperava em Campinas. Negros eram impedidos de entrar em alguns dos principais clubes da cidade.

Na década de 50, uma espécie de apartheid imperava em Campinas. Negros eram impedidos de entrar em alguns dos principais clubes da cidade. Mesmo assim, Dona Laudelina de Campos Mello utilizou da sua teimosia para conseguir a realização do I° Concurso da Pérola Negra, visando elevar a autoestima da mulher negra. Embora possuía uma formação escolar baixa, Dona Laudelina era extremamente inteligente e articulada. Lutou, lutou e conseguiu que o evento fosse realizado. Tanto que, para descrédito da elite branca campineira, o baile aconteceu e chamou atenção da revista ‘O Cruzeiro’, principal publicação daquela época. Segue um trecho da reportagem:
“Pela primeira vez no Brasil, a sociedade negra de uma cidade realizou um baile de gala e escolheu a sua rainha no ambiente suntuoso de um teatro municipal, congraçando-se numa festa que alcançou o mais amplo sucesso. Foi em Campinas (no estado de São Paulo), que o jornal “Diário do Povo” resolveu concretizar um dos velhos sonhos da numerosa família negra organizando e levando a efeito o concurso que escolheria a Pérola Negra de Campinas. Bastou que a idéia fosse anunciada para receber o integral apoio da Associação Cultural dos Negros do Estado de São Paulo” (O Cruzeiro,1957).
Na foto ao lado, Dona Laudelina ao lado do cantor Jair Rodrigues e uma das vencedoras dos inúmeros bailes destinados à comunidade negra de Campinas.
Você encontra essa e tantas outras histórias no livro Negros Heróis: histórias que não estão no gibi

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