quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Aprendemos com a História?

`A criminalidade atingiu índices altíssimos nos treze anos da permanência de D. João no RJ. Roubos e assassinatos aconteciam a todo momento. No porto, navios eram alvos de pirataria. Gangues de arruaceiros percorriam as ruas atacando as pessoas a golpes de faca e estilete. Oficialmente proibidos, a prostituição e o jogo eram praticados à luz do dia. “Nesta cidade e seus subúrbios, temos sido muito insultados pelos ladrões”, relata o arquivista real Luiz Joaquim dos Santos Marrocos numa das cartas ao pai, que ficara em Lisboa
A maioria da população andava armada. O cônsul inglês James Henderson surpreendeu-se com o número de pessoas que portavam facas escondidas nas mangas de seus capotes, “as quais tiram e usam com grande destreza”. Pouca gente saía desacompanhada à rua depois do anoitecer, pedradas eram um tipo de agressão muito comum. Grande número de escravos era preso por desferir pedradas em pessoas que simplesmente passavam pela rua. A mulher do embaixador americano Thomas Sumpter foi atingida por uma delas no olho enquanto estava dentro de sua carruagem. Encarregado de botar ordem na casa, o chefe de polícia Paulo Fernandes Viana baixou o porrete nos arruaceiros, impôs toque de recolher, promoveu obras de melhorias urbanas. De nada adiantou. A violência no RJ continuou tão elevada quanto sempre tinha sido e seria.`` Laurentino Gomes

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