quarta-feira, 31 de maio de 2017

RamsésII

Em 31 de maio de 1279 A.C. RAMSÉS II se torna faraó do Egito antigo. Seu reinado foi um dos mais longos da História egípcia e respeitado nos aspectos cultural, econômico, militar e administrativo.

Capoeira: A arte renegada.

Ela já foi parte do repertório de gangues, bandidos e rebeldes. Acabou gerando pânico entre os brancos, reprimida só por existir. A capoeira já foi caso de polícia, mas acabou por se tornar um dos símbolos do Brasil.

Joana D'arc

Em 30 de maio de 1431 aos 19 anos, JOANA D’ARC é queimada viva na Praça do Mercado Velho, em Rouen, na França, sob a acusação de heresia e feitiçaria. Em 1920 ela foi canonizada pela Igreja Católica.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

29 de maio dia do geógrafo.

Geógrafo é o profissional que estuda a sociedade humana em sua relação com o espaço natural e 29 de maio é o Dia do Geógrafo. No Brasil, a profissão foi regulamentada por lei nos anos 1970.
A palavra Geografia é resultante da junção dos radicais gregos "geo" e "graphos", significando, respectivamente, “Terra” e “escrever”. Geografia é, portanto, o estudo científico da superfície da Terra, com o objetivo de descrever e analisar a variação espacial de fenômenos físicos, biológicos e humanos.
O geógrafo brasileiro Milton Santos (foto) afirmou: "O papel da Geografia é explicar as relações que se estabelecem, ao longo da História, entre a Humanidade e o Planeta e a constituição das paisagens e espaços resultantes".

Os turcos otomanos tomam Constantinipla.

Em 29 de maio de 1453 os turcos otomanos tomam Constantinopla, capital do Império Bizantino. A queda de CONSTANTINOPLA é o marco tradicional entre a Idade Média e a Idade Moderna.

domingo, 28 de maio de 2017

1871: A primeira revolução comunista

Os livros didáticos costumam dedicar pouco espaço à Comuna de Paris. Talvez porque esse seja apenas mais um dos tantos episódios revolucionários da história da França. Ou porque tenha sido um movimento popular, que não deixou uns poucos heróis, e sim muitos pequenos grandes homens. Mas os ideais socialistas pregados pelo povo parisiense em 1871 influenciaram revoltas ao redor do mundo – incluindo a Revolução Russa de 1917. De Londres, o próprio Karl Marx, alemão que se tornou o principal teórico do comunismo, acompanhou a Comuna, exaltando os feitos dos operários, soldados, artistas, prostitutas e malandros. Eram pessoas simples, cansadas da profunda desigualdade social e saudosas dos velhos ideais de “liberdade, igualdade, fraternidade”.
A Paris da segunda metade do século 19, já era conhecida como a “cidade-luz”. Havia passado por uma renovação urbanística que dera origem a grandes avenidas (chamadas de bulevares), bosques suntuosos e luxuosos palácios. Mas, para as camadas populares, a situação era bem diferente. A miséria das periferias contrastava com a riqueza da elite. Enquanto os pobres moravam em cortiços, os parisienses mais abastados viviam em Versalhes, subúrbio que no século anterior havia abrigado a realeza derrubada pela Revolução Francesa.
Versalhes não era apenas um refúgio contra a miséria. Servia também para os ricos se protegerem contra uma eventual invasão inimiga, já que a França estava no meio de um confronto. Em 1870, o imperador Napoleão III havia declarado guerra contra a Prússia, nação que liderava a tumultuada unificação política da Alemanha. O soberano francês esperava se aproveitar da confusão para abocanhar alguns territórios germânicos.
Mas o tiro de Napoleão III saiu pela culatra. Após ser derrotado numa importante batalha, ele foi preso e destituído pelos franceses. Os mesmos políticos e militares que antes apoiavam o imperador acabaram com a monarquia e criaram uma república. Comandado pelo general Louis-Adolph Thiers, eleito presidente do Conselho de Estado, o novo governo logo rendeu-se ao exército germânico de Otto von Bismarck. Era fevereiro de 1871. A França estava desarmada e vulnerável: a única força oficial ainda em operação era a Guarda Nacional, frágil demais para conter o exército prussiano.
Mas na capital francesa o clima não era de medo. Entre a população, predominava a revolta contra a submissão dos políticos, outrora nacionalistas, às forças inimigas. Quando os prussianos chegaram às portas de Paris, o povo tomou conta dos canhões e, heroicamente, conseguiu ajudar a Guarda Nacional a repelir a invasão. Em março, em vez de serem recompensados pela bravura, os parisienses foram surpreendidos por um aumento de impostos e aluguéis.
A França contra Paris
Além de ser espremida financeiramente, a população foi destituída de suas armas. A pretexto de restaurar a ordem, o governo retomou a posse sobre os canhões das regiões parisienses de Montmartre, Chaumont e Belleville. Em 18 de março, uma manifestação de protesto saiu às ruas. A ordem dada à Guarda Nacional foi sufocar o movimento com violência. Mas os soldados se recusaram a cumpri-la. Percebendo que eram tão humildes quanto os manifestantes, eles se uniram aos revoltosos.
Os generais Lecomte e Clément Thomas, comandantes da Guarda Nacional, foram aprisionados e fuzilados por seus ex-subordinados. Percebendo a extensão do levante, os defensores do governo fugiram para o isolamento de Versalhes. Os batalhões da Guarda Nacional, então, se posicionaram em pontos estratégicos nos limites de Paris, enquanto barricadas eram erguidas nas ruas. Dessa vez, não era apenas para defender a cidade de ataques estrangeiros, mas para dar segurança a um novo governo. O poder agora era do povo. Nascia a Comuna de Paris.
Enquanto durou, a comunidade criada pelos parisienses promoveu mudanças radicais, em nome do comunismo e anarquismo, que então ainda andavam de mãos juntas. A separação entre Igreja e Estado foi instituída e os religiosos, encarcerados – alguns deles, fuzilados. A cobrança de aluguéis foi abolida. Os palácios dos considerados traidores da pátria, exilados em Versalhes, foram saqueados. Monumentos que simbolizavam o poder de Napoleão Bonaparte e Napoleão III foram destruídos, como a coluna imperial da praça Vendôme.
Enquanto isso, o governo francês estabelecido em Versalhes pensava em como sufocar a Comuna. Segundo o armistício assinado com os alemães, a França não podia reunir mais de 40 mil soldados de uma vez. Mas Thiers conseguiu fechar um acordo com Bismarck, que permitiu a mobilização de 170 mil soldados franceses para a retomada de Paris – boa parte deles eram prisioneiros de guerra que a Alemanha aceitou libertar.
Em 21 de maio, as tropas francesas invadiram Paris, dando início à Semana Sangrenta, em que nenhum dos lados fazia prisioneiros – inimigos eram assassinados a sangue frio. Ao final, os homens de Thiers saíram vitoriosos. A Comuna de Paris seria liquidada em 28 de maio, tendo durado 72 dias e deixando um saldo de 35 mil presos, cerca de 20 mil mortos e uma capital arrasada. No fim da revolta, para rechaçar o exército francês que se aproximava, os próprios revolucionários acabaram ateando fogo em diversos edifícios, como o Hotel de Ville, onde os membros da Comuna tinham se reunido em assembléia.
Karl Marx, um dos inspiradores ideológicos da coluna, também sairia inspirado por ela. Diria que foi o primeiro exemplo da "ditadura do proletariado". Mas achou que não foi dura o suficiente. Ele acreditava que a Coluna poderia vencer se a ação dos revolucionários tivesse sido mais fulminante contra os opositores, estabelecido imediatamente o recrutamento em massa e centralizado as decisões num comitê revolucionário. Enfim, criado um Estado como Lênin criaria 46 anos depois. Não por acaso, levando muito a sério as lições de Paris e a análise de Marx. O caos e indecisão da liderança de 1871 inspiraria seu estilo autoritário e fulminante, que se mostraria vencedor.
Os anarquistas eram contra a ideia desse Estado provisório dos comunistas. Queriam o fim do Estado aqui e agora, não após a criação do novo homem comunista pela ditadura do proletariado. Por isso, no ano seguinte, a Primeira Internacional, organização mundial de comunistas e anarquistas, racharia entre os dois. 

 Cidade sitiadaAcompanhe momentos cruciais dos 72 dias da Comuna
➽ 17 de março: A revolta começa quando o general Lecomte exige que a Guarda Nacional tome do povo os canhões usados contra os invasores alemães.
➽ 18 de março: As tropas da Guarda Nacional se aliam à população armada. Os rebeldes fuzilam Lecomte e o general Clement Thomas.
➽ 19 de março: Louis-Adolph Thiers, líder do governo francês, se refugia em Versalhes, nos arredores de Paris, de onde articulará a retomada da cidade.
➽ 26 de março: O novo regime é oficializado na capital, com eleições para a Comuna feitas no Hôtel de Ville. Cada distrito da cidade tem um representante.
➽ 7 de abril: A Comuna elege seu símbolo: substitui o tradicional pavilhão tricolor francês por uma bandeira vermelha.
➽ 17 de abril: As fábricas e oficinas abandonadas são expropriadas por decreto e seu controle é deixado nas mãos de sociedades de operários.
➽ 10 de maio: A Comuna decreta o sequestro dos bens de Thiers e a destruição de sua casa.
➽ 16 de maio: Na praça Vendôme, é derrubada a coluna imperial, inaugurada em 1810 para homenagear o exército napoleônico.
➽ 26 de maio: As forças contrárias à Comuna invadem Paris. Dois dias depois, tomam a região estratégica de Montmartre, no norte da cidade.
➽ 28 de maio: Após massacres, a Comuna é derrotada. Paris fica destruída.

A misteriosa infância de Zumbi.

Em um final de tarde de 3 de dezembro de 1655, o padre português Antônio Melo trancou sua igreja na cidade de Porto Calvo, à época na Capitania de Pernambuco, hoje pertencente ao estado de Alagoas, e começa a atravessar a rua de terra batida que o separava da praça principal da pequena cidade. Mas, antes de chegar ao outro lado, parou, surpreendido pelo ruído de cavalos.
Homens mal-encarados e armados de flechas, espadas e pistolas apearam de seus cavalos. Junto com eles, uns poucos negros acorrentados, com feridas abertas por todo o corpo. Cabisbaixos, olhavam para o chão com olhos vazios. Já seus algozes tinham a arrogância típica dos capitães do mato, os violentos caçadores de escravos fugitivos. O padre Melo ficou ainda mais nervoso quando viu o capitão Brás da Rocha Cardoso, herói da guerra contra os holandeses, encerrada um ano antes, que caminhava em sua direção segurando um embrulho de panos impregnado de todos os marrons da estrada. Sem beijar a mão ou pedir bênçãos, o capitão disse, seco: “Essa cria é sua, padre. Pegamos nos Palmares dos pretos e não temos serventia para ele. Faz dele o que o senhor achar melhor”.
O “Palmares dos Pretos”, sobre o qual Cardoso se referiu, era o Quilombo dos Palmares, local que ao longo de 130 anos (1580-1710) foi abrigo para escravos fugidos dos engenhos de cana nordestinos. O padre desembrulhou os panos empoeirados e se compadeceu na mesma hora da criança, nascida havia poucos dias.
Tão logo os capitães do mato e seus presos partiram, padre Antônio Melo sentou-se ao pé da igreja, olhou a criança e decidiu: “Vai chamar-se Francisco, é o santo do dia”.
O tempo passou e Francisco, já adolescente, lia, escrevia, falava latim e português, interessava-se pelas estratégias do jogo do xadrez, ajudava nas missas como coroinha
e, nas palavras do próprio padre, demonstrava “engenho jamais imaginável na raça negra e que bem poucas vezes conheci em brancos”. Era um garoto brilhante, porém recluso. Vivia imerso nas letras e não tinha amigos, além do padre.
Numa manhã de domingo de 1670, Antônio Melo resolveu ir até o quartinho do garoto. Preocupara-se porque seu pupilo, sempre pontual e dedicado, não apareceu para ajudar no serviço matinal. Surpreso, constatou que Francisco havia partido com suas poucas posses. A única coisa que deixou para trás foi um bilhete, escrito a carvão: “Padre, agradeço por cada lição que o senhor me passou, mas meu sangue clama: tenho de unir-me a meus malungos de Palmares. Francisco”. Pouco depois, Zumbi se tornaria o líder absoluto do quilombo e seria o comandante na sua derradeira batalha contra a Coroa Portuguesa.

“HISTÓRIA BONITINHA”
“É bonitinha essa história, né?”, ironiza o sociólogo e historiador Jean Marcel Carvalho França, coautor de Três Vezes Zumbi. Escrito em parceria com o também historiador Ricardo Alexandre Ferreira, o livro destrincha a construção da imagem de Zumbi ao longo de três séculos. A ironia com que França trata a versão do coroinha guerrilheiro é dirigida ao pesquisador gaúcho Décio Freitas, autor do livro Palmares, a Guerra dos Escravos, no qual ele conta a pretensa infância de Francisco-Zumbi.
“Freitas transgride uma regra do meio historiográfico: se você apresenta uma notícia muito nova, tem de trazer uma documentação coetânea, um indício que comprove as suas acepções. Sobretudo, se elas são polêmicas, se elas escapam ao que você tem de expectativa, de senso comum”, afirma França.
É aí que mora o problema: Décio Freitas morreu em 2004, sem nunca apresentar alguma prova dessa versão. Em seu livro, ele afirma que teve acesso a extensa correspondência entre o religioso de Porto Calvo e outro padre português, a quem ele contava a criação do garoto quilombola. “Nesse caso específico, Décio Freitas teria que ter trazido as tais cartas”, critica França.
A versão do Zumbi coroinha teve adeptos, como o historiador Clóvis Moura, falecido um ano antes que Freitas, que em seu Dicionário da Escravidão Negra no Brasil, publicado pela Edusp, a editora da Universidade de São Paulo, publica a versão da infância do menino Francisco na companhia do padre Antônio Melo, no verbete que dedica a Zumbi. Também Jorge Landmann, que em 1998 escreveu o romance histórico Troia Negra – A Saga dos Palmares, defende que as cartas do Padre Melo existem e estão guardadas na Torre do Tombo, em Lisboa, Portugal.
O historiador Carvalho França tem uma explicação para o fato de essa versão de um Zumbi com educação formal e inteligência acima da média ter conquistado adeptos, mesmo sem apresentar evidências documentais consistentes. Segundo ele, na primeira metade dos anos 1970, época da publicação de Palmares, a Guerra dos Escravos, existia uma demanda por um herói romântico negro. E o protagonista de Décio Freitas é exatamente isso. “Primeiro, ele é naturalmente inteligente, esse é o traço romântico. É a primeira característica do herói. A segunda característica é a ideia de que o conhecimento ilumina. Ele vem, busca o conhecimento do branco e volta mais esclarecido. Ele leva a chama da liberdade.” Em posse dessa luz intelectual e moral, Zumbi comanda uma guerra dentro do quilombo contra o próprio tio, Ganga
Zumba, depois que este assina um acordo de paz com os portugueses.
O restante da história de Zumbi é mais consensual entre os historiadores. Ele permaneceria na liderança do quilombo e resistiria a várias investidas das expedições lançadas contra a comunidade de negros libertos, na Serra da Barriga. Em 1694, o quilombo foi invadido por forças lideradas pelo bandeirante paulista Domingos Jorge Velho. O quilombo foi desarticulado e seus moradores presos e tornados escravos. Zumbi foi ferido e desapareceu. Quase dois anos depois, acabou capturado e morto. Sua cabeça foi cortada, salgada e exposta em praça pública em Recife. Um selvagem recado para os escravos que sonhassem em rebelar-se contra seus senhores.

Para saber um pouco mais

O ZUMBI DE ALÉM-MAR
EM ANGOLA, OUTRO FRANCISCO FOI CRIADO POR UM PADRE
O músico, ativista e professor Antônio José do Espírito Santo nunca gostou da ideia de que o sucesso do maior ícone negro da historiografia brasileira fosse atribuído a uma concessão do branco. Resolveu, então, fazer sua própria pesquisa. Voltou sobre os passos de Zumbi, num caminho inverso, de Palmares à África. Espírito Santo não encontrou nenhuma confirmação para a tese de que Zumbi algum dia foi criado por um padre português ou que se chamou Francisco. Concluiu que a história do menino Francisco que volta para liderar os negros é bastante improvável.
Mas não impossível. Na verdade, houve de fato um menino nobre criado por um padre. Espírito Santo topou com essa história no que chama de “acaso fruto da pesquisa”: “Encontrei um manuscrito de um padre capuchinho, (Marcellino) d’Atri é o sobrenome dele. Essa figura descreve a história de um padre angolano que teria pegado o filho do rei dom Antonio I (o nome cristianizado de Vita-a-Nkanga), que perde a batalha e é decapitado”. O bebê Nkanga-a-Makaya é então levado para
Luanda, junto com o corpo do pai, e cresce sob a tutela dos capuchinhos que o batizam, curiosamente, de Francisco. Aos 20 anos, de volta ao Congo, ele afirmou que não almejava o trono porque era “português demais”.

sábado, 27 de maio de 2017

Na escola: responsabilizar é mais eficiente e educativo do que punir.

Você já se perguntou qual o principal motivo pelo qual as crianças vão à escola? Não me refiro ao propósito dos pais de colocarem seus filhos na escola, mas sim aquilo que faz com que as crianças e jovens tenham interesse pela escola. Belinda Hopkins, especialista em abordagens restaurativas em escolas do Reino Unido, ressalta que a razão principal pela qual as crianças e jovens vão à escola é para se socializar e encontrar com seus pares e sua rede de convívio. Basta conversarmos um pouco com qualquer grupo de alunos para confirmarmos essa afirmação. Não descartamos aqui o interesse pelo conteúdo pedagógico de muitos, porém, em escala de interesses, os relacionamentos parecem assumir maior importância.
Se pensarmos sob o ponto de vista da educação, a valorização do aprender a conviver é igualmente importante, constituindo um dos quatro pilares da educação para o século XXI segundo o Relatório Delors, um dos mais importantes estudos promovidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sobre a educação do nosso século.
Se educadores e alunos reconhecem a fundamental importância da convivência, vale refletir sobre “o que” e “como” as escolas têm investido no desenvolvimento de ações promotoras do bom convívio. Aparentemente, notamos que boa parte delas possui a crença de que os relacionamentos saudáveis e respeitosos deveriam acontecer naturalmente, sem que fosse necessário construí-los e cuidar para a garantia da sustentabilidade dos mesmos.

É melhor prevenir

Pensando em ações promotoras de bom convívio, as práticas restaurativas visam a construção de relacionamentos saudáveis, a manutenção dos mesmos, bem como a reparação de relações danificadas. No entanto, nem sempre foi assim, inicialmente tanto no Brasil como em outros países ao redor do mundo, quando as práticas restaurativas começaram a ser implementadas em algumas escolas, elas tinham um caráter reativo, ou seja, eram aplicadas depois que conflitos ou situações de violência haviam acontecido. Foi somente com o passar dos anos que os integrantes da comunidade dessas escolas onde as práticas restaurativas haviam sido implementadas perceberam a grande importância de se trabalhar de forma proativa, ou seja, através de ações que promovam o senso de comunidade, a colaboração e o respeito nas relações, minimizando a ocorrência de conflitos e prevenindo a violência.
Essa característica reativa das práticas restaurativas, tem uma explicação histórica. Elas derivam da justiça restaurativa definida em 2002 pelo Conselho Econômico e Social da ONU como qualquer processo no qual a vítima e o ofensor, e quando apropriado, quaisquer outros indivíduos envolvidos ou membros da comunidade afetada pela ofensa, participam em conjunto e ativamente na resolução dos problemas nascidos da ofensa, geralmente com ajuda de um facilitador. Os procedimentos restaurativos podem incluir mediação, conferências e círculos”. Como se pode notar nessa definição, a justiça restaurativa se dá nos casos onde já ocorreu uma situação conflito e violência. O International Institute of Restorative Practices nos ajuda a adotar um olhar mais amplo ao afirmar que as práticas restaurativas devem incluir procedimentos reativos e proativos.
No Brasil, as práticas de justiça restaurativa​s chegaram ao contexto escolar pela primeira vez em 2005, pelo Projeto Piloto Justiça, Educação, Comunidade: parcerias para a cidadania, implementado em São Caetano do Sul, em São Paulo. De lá para cá, inúmeros Municípios no Estado de São Paulo e outros Estados seguiram de forma crescente o processo de implementação das práticas de justiça restaurativa em escolas públicas.
Hoje, os integrantes das escolas que adotaram as práticas restaurativas em seu cotidiano referem que o convívio é mais harmonioso e pacífico, pautado no diálogo, respeito e colaboração. E quando os conflitos acontecem, surgem os também os recursos dialógicos para lidar com tais situações. É o que ilustra o depoimento de uma diretora: "A fala comum dos alunos é 'agora sou ouvido'. Estamos realizando círculos nas escolas. Notamos que a participação dos pais na escola que era de 30 a 40% passou para 80% e acreditamos que é decorrência da receptividade da escola para com os mesmos. Acreditamos que as mudanças que ocorreram foram: "ouvimos mais e não somos detentores da verdade". Os círculos devolvem aos alunos a responsabilidade para resolver os problemas, pois acreditamos que se eles têm capacidade para criá-los também terão capacidade para resolvê-los. Hoje, ao chamar um pai para conversar não é mais a escola que conta o que aconteceu, primeiro os pais contam o que ouviram e quem conta aos pais o que aconteceu são os próprios filhos”1
Nas escolas, onde existe uma multiplicidade de relacionamentos e boa parte deles são continuados no tempo, ou seja, em locais que pessoas convivem cotidianamente, as ações proativas são imprescindíveis tanto para a construção de uma comunidade harmoniosa e colaborativa, como para o aprendizado e exercício de relacionamentos pautados no diálogo, ferramentas que também beneficiarão as ações reativas de resolução de situações conflitivas. Se o convívio está pautado no diálogo, no respeito e na colaboração, nos momentos de conflito, essa será a forma privilegiada para lidar com os mesmos.

Punir ou responsabilizar?

Em nossa cultura, a forma mais tradicional de lidarmos com as transgressões, desentendimentos, conflitos e microviolências é através da punição, pois há a crença de que a punição tem um caráter educativo, ou seja, que ao receber uma punição a pessoa aprenderá o que fez de “errado” e não agirá mais de forma inadequada. Acontece, porém, que a punição não necessariamente leva os indivíduos a refletirem sobre o que está na raiz de seus atos. Também não promove a reflexão sobre os danos que causou às outras pessoas e tão pouco atende as necessidades desatendidas daqueles envolvidos no conflito.
Sob uma ótica restaurativa o foco sempre está voltado para a responsabilização pelo ocorrido e reparação de danos decorrentes de uma ação ofensiva. Segundo Kay Pranis, especialista em justiça restaurativa, a responsabilização ocorre quando a pessoa reconhece a autoria do ato, reconhece que esse ato foi resultado de uma opção, entende o impacto desse ato ao outro (vítima, família, comunidade) e compromete-se com as reparações necessárias.
Somente ao se reconhecer como autor do ato é possível comprometer-se com a reparação. E somente com a realização de ações reparadoras é possível reconquistar a confiança da comunidade e assim reintegrar-se nela, prevenindo, assim, futuras reincidências.
A responsabilização também pode ser entendida sob um viés preventivo, qual seja, todos somos responsáveis pela construção e sustentabilidade de uma comunidade escolar cooperativa que cuida de seu bem-estar tanto individual como coletivo. Em outras palavras, as práticas restaurativas buscam desenvolver uma escola autônoma, capaz de construir suas próprias soluções através de recursos próprios. Para o educador Paulo Freire, “a pessoa, grupo ou Instituição empoderada é aquela que realiza, por si mesma, as mudanças e ações que levam a evoluir e se fortalecer”.
A mudança de uma cultura punitiva para uma cultura restaurativa implica em exercitar a responsabilização individual e coletiva. Ele deve ampliar a autonomia dos integrantes da comunidade escolar na busca do atendimento constante das suas necessidades.
Uma escola restaurativa cuida ativamente dos relacionamentos. Em razão disso, tende a ser mais segura, oferecer melhores condições de aprendizagem e utilizar o diálogo respeitoso como forma de construção, manutenção e reparação do convívio e do bem-estar comum.


Se você hoje sabe o nome de Tutancâmon, agradeça aos coptas

Os hieróglifos egípcios foram decifrados com a Pedra de Rosetta, essa parte todos sabem. Menos lembrado é que isso só foi possível porque a língua egípcia não morreu. Os coptas são último remanescente linguístico dos faraós. Sua língua litúrgica foi o que permitiu conhecer seus nomes.


O soldado que desafiou o demônio, em 1944, na Polônia.

O soldado atrás da cerca é Joseph Horace "Jim" Greasley, inglês que fugiu do campo de concentração mais de 200 vezes (retornando sempre depois por não ter onde se esconder). Do outro lado da cerca (de frente e em primeiro plano) Heinrich Himmler, um dos idealizadores do holocausto judeu e considerado por muitos como a encarnação do Demônio.
Na foto, Jim Greasley está confrontando Heinrich Himmler, enquanto o SS-Reichsführer inspecionava o campo. Greasley disse que havia tirado a camisa para mostrar a Himmler o quão magro estava e pedir por mais rações. Ele foi libertado em 24 de maio de 1945, após 5 anos na prisão.
Himmler se suicidou em 1945 e Horace faleceu em 2010 aos 91 anos de idade de causas naturais.

Afrika Korps: Sangue, óleo e areia.

75 anos atrás, em 26 de maio de 1942, começava a
Batalha de Gazala, um massivo embate de tanques no deserto. Uma acachapante vitória do Eixo. Por trás dela estava o gênio de Erwin Rommel, que morreria acusado de tentar matar Hitler.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Arma de Roma antiga era tão letal quanto uma Magnum 44

Estudando um campo de batalha na Escócia, arqueólogos encontraram centenas de projéteis de funda - a arma pré-histórica com que Davi matou Golias na Bíblia. Ficou demonstrado o quanto a aparentemente humilde arma era na verdade devastadora.

Martinho Lutero: Um novo cristianismo

Em 25 de maio de 1521 Martinho Lutero foi excomungado pela Dieta de Worms por seus protestos contra a Igreja Católica. Entenda aqui a trajetória desse monge que mudaria a face do mundo ocidental.

Kepler, um dos criadores da astronomia.

Kepler, um dos criadores da astronomia, fazia horóscopos nas horas vagas. Newton, fundador da física moderna, escreveu tratados de alquimia.
A ciência não foi o resultado de uma sacada genial, mas uma obra coletiva, confusa, incerta e demorada, e muitas vezes andou lado a lado com a magia e o misticismo

Colônia do Sacramento.

Colônia do Sacramento, fundada no século 17 nos confins do Uruguai, foi alvo de intensa disputa entre espanhóis e portugueses, tendo sido destruída e reerguida por diversas vezes.
Conheça a história da cidade, que é única de colonização portuguesa nas Américas não pertencente ao Brasil: http://abr.ai/1kyWDML

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Samuel Morse.

Em 24 de maio de 1844 de Washington, SAMUEL MORSE envia a mensagem “What hath God wrought!” (“Eis o que Deus realizou!”), recebida em Baltimore. Foi o primeiro telégrafo em Código Morse.

Dia Nacional do Cigano - 24 de Maio.

Estima-se que haja mais de 500* mil ciganos no Brasil. Esse povo de espírito viajante e jeito alegre vive às margens da sociedade por causa do preconceito em torno de seus costumes.

terça-feira, 23 de maio de 2017

Crianças trabalhando em uma fábrica em Macon, na Georgia, em 1909.

Além das jornadas de 16 horas, da ausência de qualquer regulação ou proteção legislativa e dos abusos, eram comuns os acidentes de trabalho que mutilavam para sempre os meninos trabalhadores da época.

Assassinato no Senado do Brasil, em 1963.

No dia 4 de dezembro de 1963, movido por uma rixa política, o senador Arnon de Mello, pai do ex-presidente Fernando Collor de Mello, desferiu tiros contra o senador Silvestre Péricles de Goés Monteiro em pleno Senado.
Tudo começou quando Péricles ameaçou matar Arnon. Ambos passaram, então, a andar armados até que o senador Arnon marcou um discurso para desafiar seu rival. Enquanto Péricles conversava com o senador Arthur Virgílio Filho, Arnon de Mello xingou o rival de "crápula", partindo para cima.
Antes que Péricles se aproximasse, como em uma cena de filmes sobre o Velho Oeste, Arnon sacou a arma e desferiu dois tiros, porém, mesmo com seus 67 anos, Péricles conseguiu se jogar no chão e se proteger. As balas atingiram José Kairala, senador pelo PSD-AC na época, que morreu horas depois no Hospital Distrital de Brasília.
Apesar do ocorrido, ambos foram absolvidos das denúncias.

1932: São Paulo contra o Brasil

m 23 de Maio de 1932, quatro estudantes morreram em confronto com partidários do governo provisório de Getúlio Vargas. Suas iniciais, MMDC, batizariam um movimento clandestino que levaria o estado a uma guerra civil em 9 de julho. Não era separatismo: pelo contrário, os paulistas acreditavam que poderiam obter o apoio de outros estados.

domingo, 21 de maio de 2017

José Gervasio Artigas

Herói nacional do Uruguai, José Gervasio Artigas criou uma nação no meio de guerras intermináveis no início do século 19, e plantou a semente do país mais liberal da América Latina.

21 de maio é o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento


"A diversidade cultural é o nosso patrimônio comum e a maior oportunidade diante da humanidade. Ela é uma promessa de renovação e dinamismo, uma força motriz de inovação e desenvolvimento. É também um convite ao diálogo, à descoberta e à cooperação. Em um mundo tão diverso, a destruição de culturas é um crime, e a uniformidade é um impasse: nosso objetivo é valorizar, em um único movimento, a diversidade que nos enriquece e os direitos humanos que nos unem." Irina Bokova, diretora-geral da UNESCO http://bit.ly/1LbZrZx
— com Kátia Fernanda Garcez Monteiro.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Os muçulmanos cercam a cidade de São João D'acre.

Em 18 de maio de 1291 os muçulmanos cercam a cidade de SÃO JOÃO D’ACRE, o último reduto cristão na Terra Santa. O prestígio da Ordem dos Templários, que protegia os peregrinos, sai abalado.


Napoleão Bonaparte.

No dia 18 de maio de 1804, Napoleão Bonaparte é nomeado Imperador da França, adotando o nome de Napoleão I.


A sobrevivência do veado-catingueiro na caatinga do Nordeste.

Muito se tem reclamado das secas no Sertão do Nordeste, principalmente pela mortandade dos animais domésticos, principalmente de bovinos, ovinos e caprinos. Por outro lado, temos uma fauna rica em espécies que sobrevivem a essas calamidades quase que sem sofrer quaisquer danos. Uma dessas espécies é o veado-catingueiro (Mazama gouazoubira). Sua maior ameaça é a caça indiscriminada. O veado-catingueiro é uma espécie de pequeno porte de ocorrência em todo o território nacional, contudo em algumas regiões do Brasil, principalmente no Nordeste, essa espécie vem a cada dia sendo pouco observada. Essa espécie ocorre em diferentes tipos de vegetação, como florestas, savanas, matas e áreas de cerrado e caatinga.
Nas caatingas do Nordeste o veado-catingueiro prefere as áreas de formação de pastagens, onde se alimenta de brotos, gramíneas e leguminosas da caatinga, principalmente dos frutos, além do consumo das cactáceas no período de seca.
O veado-catingueiro alimenta-se, basicamente de mandacaru, xiquexique e outros pequenos cactos da caatinga como o rabo de raposa, o caroá, etc. Não há registro de que as secas tenham afetado esses animais, visto que, eles só consomem água se encontra disponível, caso contrário, obtém a água que precisa das plantas da caatinga.
Enquanto nossos criadores de caprinos e ovinos do Sertão vêm a cada dia alterando a genética de seus rebanhos com raças importadas, pouco adaptadas a nossas condições, o veado-catingueiro continua firme e forte na convivência com a seca.
Infelizmente não temos estudos onde as características de rusticidade desses animais possam ser repassadas para os nossos rebanhos capacitando-os as adversidades climáticas da região. Nada ou quase nada mudou da colonização até agora, isto é, os colonizadores pouco tiveram interesse pela fauna do Sertão, mais priorizaram a introdução de espécies exóticas, como o caprino.
Hoje, o que temos é a continuidade dessa politica com a introdução constante de novas raças de caprinos e ovinos para os Sertões do Nordeste. Assim, uma pergunta fica sem resposta, se o veado consegue sobreviver às secas sucessivas do Nordeste, porque nossos criadores tem que esperar a mão protetora do Estado para salvar seus rebanhos no período de seca?
Texto e Foto: Nilton de Brito Cavalcante

sábado, 13 de maio de 2017

Escravidão: Um mal brasileiro

Portugal não inventou a escravidão negra. Mas transformou-a numa imensa indústria. Em nenhum outro país do Ocidente a escravidão seria tão massiva, duradoura e universal quanto no Brasil, onde até os pobres (e ex-escravos) tinham escravos. Entenda a maior chaga da história nacional e suas sequelas.

Monika Ertl: A vingadora de Che

Em 12 de maio de 1973 morria num cerco policial a guerrilheira Monika Ertl. Filha de nazistas e criada entre nazistas, deixou a família, tornou-se comunista e perpetrou uma ousada ação de assassinato em vingança pela morte de Che Guevara.

12 de maio é dia Mundial da Enfermagem.

12 de maio é Dia Mundial da Enfermagem, em homenagem ao dia de nascimento de Florence Nightingale (na imagem), considerada a fundadora da enfermagem moderna - criado por ato da Assembleia geral das Nações Unidas.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Adolf Eichmann

No dia 11 de maio de 1960, Adolf Eichmann, um organizador do Holocausto, é raptado na Argentina por uma equipe de agentes secretos israelitas da Mossad, que o trouxeram para Israel, onde foi julgado, condenado (1961) e executado (1962).
Na imagem, Eichmann, de terno preto, sendo julgado em Israel.

O Protesto na Rampa, em 1984.

No final do governo Figueiredo, a Ditadura militar dava seus últimos suspiros e faltava apenas um ano para que um sucessor fosse eleito. Ainda que por uma eleição indireta, após 20 anos, o governo militar seria substituído por um presidente civil.
Figueiredo proibiu o acesso de qualquer fotógrafo ou cinegrafista ao seu gabinete e as poucas chances de fotografa-lo praticamente se reduziram a nenhuma. A partir de então, os únicos momentos propícios para tanto seriam quando o presidente subisse ou descesse a rampa do palácio.
Foi num desses episódios que os cinegrafistas-fotógrafos realizaram o protesto, visando demonstrar ao ditador o quanto era importante a documentação fotográfica no jornalismo. No dia fatídico, o militar começara a descer a rampa, quando todos os fotógrafos presentes colocaram suas câmeras no chão, não registrando o momento.
O acontecimento foi registrado apenas por J. França, encarregado de fazer a foto-protesto, distribuindo para todos os jornais, virando notícia mundial.