Em 31 de março de 1492 era assinado o Decreto de Alhambra, expulsando os
judeus da Espanha. Como pairava a dúvida de que aqueles que se
converteram continuavam a praticar o judaísmo ilegalmente, isso deu
início à verdadeira Inquisição Espanhola, muito pior que a medieval.
sexta-feira, 31 de março de 2017
quinta-feira, 30 de março de 2017
Picasso e sua arte de repúdio à guerra.
Leitura e análise de “Guernica": a pintura que denunciou a brutalidade
das guerras e a violência das ditaduras, sob qualquer bandeira
político-ideológica.
quarta-feira, 29 de março de 2017
Paris é saqueada.
Em 29 de março de 845: Paris é saqueada pelo líder viking Ragnar
Lodbrok. Ele exige um imenso resgate de 7 mil libras (2.570 quilos) em
ouro e prata para voltar para casa.
O ex-embaixador americano no Brasil Charles Elbrik
50 anos do #GolpeMilitar:
O ex-embaixador americano no Brasil Charles Elbrik teria se recusado a
ajudar a polícia a identificar os militantes que o sequestraram em 1969. Saiba mais sobre a ação, uma das mais emblemáticas da ditadura, na voz de um dos sequestradores: http://bbc.in/1jCsFaW. Ouça esse e e outros áudios do período aqui: http://bbc.in/1mapuEE
Marcos Pontes primeiro cosmonauta brasileiro.
No dia 29 de março de 2006, Marcos Pontes, cosmonauta brasileiro,
torna-se o primeiro nativo da Língua portuguesa a ir para o espaço.
René Descartes.
René Descartes nasceu em 31 de março de 1596 em Turena, na França.
Considerado o pai da filosofia moderna e chamado, no século XVII, de
"novo filósofo", inaugurou um deslocamento fundamental no pensamento
crítico.
terça-feira, 28 de março de 2017
domingo, 26 de março de 2017
O primeiro "gueto" do mundo
O primeiro "gueto" do mundo
Há 500 anos, exatamente em 29 de março de 1516, o Senado da Sereníssima República de Veneza emitiu um decreto declarando que "os judeus deveriam viver todos juntos em uma área" longe de "corpore civitatis", o corpo da cidade.
O lugar escolhido para confinar e segregar os judeus foi o distrito de "Cannaregio", longe dos centros de poder. O seu nome se tornou sinônimo de segregação.
O judeus só poderiam sair da propriedade durante o dia apenas com um chapéu amarelo para distingui-los como judeus.
A partir da meia-noite até o amanhecer eles foram forçados a ficar trancados naquele perímetro, duas portas foram muito bem vigiadas por guardas cristãos que a própria comunidade judaica foi obrigada a pagar.
Na Idade Média tinham sido gradualmente expulsos da maior parte dos sindicatos e incapazes de possuir profissões imobiliárias. Assim, os habitantes do gueto ganhavam seu pão como vendedores de roupa usada, médicos e credores. A usura era proibida pela religião católica e rotulava os judeus como impuros.
O gueto de Veneza, atraiu muitos judeus em busca de um lugar seguro para viver. Na Verdade, durante o Renascimento até o séc. XVII, judeus vinham da Alemanha, Itália, Espanha, Portugal ou do Império Otomano ...
Os ponentinos (os judeus sefarditas que se converteram ao cristianismo para evitar a expulsão, mas continuaram a praticar a religião judaica em segredo, por isso eles foram perseguidos pela Inquisição) foram recebidos de 1589. Nesse período já haviam 5.000 judeus vivendo no gueto.
O gueto, apesar de todas as restrições que sofreu, teve uma vida cultural florescente. A prova é que veio obras intelectuais importantes, como de Leon Modena, Sara Sullam ou Simone Luzzatto.
O próprio Henrique VIII da Inglaterra se dirigiu aos estudiosos do gueto em busca de argumentos religiosos sobre como conseguir seu divórcio com Catarina de Aragão.
O primeiro Talmud (livro principal do judaísmo) na história foi impresso em Veneza em 1523. Um terço de todos os livros hebraicos impressos na Europa até 1650 estavam em Veneza.
Não confunda o gueto de Veneza com o de Varsóvia. O gueto de Veneza, segregavam os judeus, era um lugar de vida. O gueto de Varsóvia era um lugar de morte.
No gueto de Veneza os judeus viviam. Mas onde enterravam os mortos? Eles sepultavam seus entes queridos em um meio hectare de terra na ilha de Lido. Depois de muita controvérsia com alguns monges beneditinos que tinham um convento próximo, as autoridades venezianas determinaram que os judeus poderiam ter esse pedaço de terra para sepultar.
As autoridades permitiram construir uma cerca para proteger o local e evitar as numerosas profanações de túmulos que foram objeto de saques. Os judeus suportaram insultos e difamação quando transportavam seus mortos no barco para o cemitério de Lido especialmente quando o barco fúnebre passava sob a ponte de San Pietro di Castello.
E em 1688, a comunidade judaica pediu para que fosse aberto uma canal alternativo para que o gueto tivesse acesso até Lido. As autoridades concederam e o acesso ficou conhecido como " O canal dos judeus".
Tradução: © C.Wittel
Fonte: http://www.elmundo.es/…/2016/04/20/5717b1fee2704e3b4a8b4637…
© ARCHIVO HISTÓRICO DE VENECIA
Foto: Porta de entrada do gueto de Veneza. © PAOLA BALDARI
Há 500 anos, exatamente em 29 de março de 1516, o Senado da Sereníssima República de Veneza emitiu um decreto declarando que "os judeus deveriam viver todos juntos em uma área" longe de "corpore civitatis", o corpo da cidade.
O lugar escolhido para confinar e segregar os judeus foi o distrito de "Cannaregio", longe dos centros de poder. O seu nome se tornou sinônimo de segregação.
O judeus só poderiam sair da propriedade durante o dia apenas com um chapéu amarelo para distingui-los como judeus.
A partir da meia-noite até o amanhecer eles foram forçados a ficar trancados naquele perímetro, duas portas foram muito bem vigiadas por guardas cristãos que a própria comunidade judaica foi obrigada a pagar.
Na Idade Média tinham sido gradualmente expulsos da maior parte dos sindicatos e incapazes de possuir profissões imobiliárias. Assim, os habitantes do gueto ganhavam seu pão como vendedores de roupa usada, médicos e credores. A usura era proibida pela religião católica e rotulava os judeus como impuros.
O gueto de Veneza, atraiu muitos judeus em busca de um lugar seguro para viver. Na Verdade, durante o Renascimento até o séc. XVII, judeus vinham da Alemanha, Itália, Espanha, Portugal ou do Império Otomano ...
Os ponentinos (os judeus sefarditas que se converteram ao cristianismo para evitar a expulsão, mas continuaram a praticar a religião judaica em segredo, por isso eles foram perseguidos pela Inquisição) foram recebidos de 1589. Nesse período já haviam 5.000 judeus vivendo no gueto.
O gueto, apesar de todas as restrições que sofreu, teve uma vida cultural florescente. A prova é que veio obras intelectuais importantes, como de Leon Modena, Sara Sullam ou Simone Luzzatto.
O próprio Henrique VIII da Inglaterra se dirigiu aos estudiosos do gueto em busca de argumentos religiosos sobre como conseguir seu divórcio com Catarina de Aragão.
O primeiro Talmud (livro principal do judaísmo) na história foi impresso em Veneza em 1523. Um terço de todos os livros hebraicos impressos na Europa até 1650 estavam em Veneza.
Não confunda o gueto de Veneza com o de Varsóvia. O gueto de Veneza, segregavam os judeus, era um lugar de vida. O gueto de Varsóvia era um lugar de morte.
No gueto de Veneza os judeus viviam. Mas onde enterravam os mortos? Eles sepultavam seus entes queridos em um meio hectare de terra na ilha de Lido. Depois de muita controvérsia com alguns monges beneditinos que tinham um convento próximo, as autoridades venezianas determinaram que os judeus poderiam ter esse pedaço de terra para sepultar.
As autoridades permitiram construir uma cerca para proteger o local e evitar as numerosas profanações de túmulos que foram objeto de saques. Os judeus suportaram insultos e difamação quando transportavam seus mortos no barco para o cemitério de Lido especialmente quando o barco fúnebre passava sob a ponte de San Pietro di Castello.
E em 1688, a comunidade judaica pediu para que fosse aberto uma canal alternativo para que o gueto tivesse acesso até Lido. As autoridades concederam e o acesso ficou conhecido como " O canal dos judeus".
Tradução: © C.Wittel
Fonte: http://www.elmundo.es/…/2016/04/20/5717b1fee2704e3b4a8b4637…
© ARCHIVO HISTÓRICO DE VENECIA
Foto: Porta de entrada do gueto de Veneza. © PAOLA BALDARI
Vestígios da Babilônia.
Em 26 de março de 1899 o arqueólogo alemão Robert Koldewey encontra
vestígios da BABILÔNIA. Em 14 anos, acharia restos da Torre de Babel, da
avenida principal e das muralhas externas
HINO DE SERRA BRANCA
LETRA : Paulo Lopo Saraiva
MÚSICA : Maestro Artur Aprígio Altaneira cidade querida
O teu nome tão cheio de amor
É bandeira na luta reunida
É alento seguro na dor
MÚSICA : Maestro Artur Aprígio Altaneira cidade querida
O teu nome tão cheio de amor
É bandeira na luta reunida
É alento seguro na dor
Refrão:
Serra Branca teus filhos te amam
Pois em ti sempre querem viver
Tuas glórias ridentes proclamam
Solo amado que a nós viu nascer
Da beleza e do teu esplendor
Este céu que é teu estrelado
Estes campos cobertos de flores
São as provas ò meu solo amado
Serra Branca ditosa e querida
Símbolo augusto do meu Redentor
Qual uma hóstia tão santa esculpida
Nas paragens de luz e esplendor
Serra Branca de luz e grandeza
Nós vivemos felizes em ti
És a glória, o fulgor e a beleza
Deste nosso feliz cariri.
Serra Branca teus filhos te amam
Pois em ti sempre querem viver
Tuas glórias ridentes proclamam
Solo amado que a nós viu nascer
Da beleza e do teu esplendor
Este céu que é teu estrelado
Estes campos cobertos de flores
São as provas ò meu solo amado
Serra Branca ditosa e querida
Símbolo augusto do meu Redentor
Qual uma hóstia tão santa esculpida
Nas paragens de luz e esplendor
Serra Branca de luz e grandeza
Nós vivemos felizes em ti
És a glória, o fulgor e a beleza
Deste nosso feliz cariri.
Pesquisa genética revela que DNA de índios botocudos é da Polinésia
Na época da colonização portuguesa,
diversos grupos indígenas que ocupavam as regiões onde hoje se encontram
os estados de Minas Gerais e Espírito Santo receberam o nome genérico
de “botocudos”, em referência aos botoques que utilizavam para
ornamentar o rosto – aqueles grandes discos de madeira que alargavam a
boca e as orelhas. Apesar de terem sido muito numerosos naquela época,
hoje estão praticamente extintos.
Um artigo publicado na última quinta-feira (23/10) na revista Current Biology
revelou os resultados obtidos a partir de testes genéticos realizados
nos crânios de dois índios botocudos, que viveram por volta de 1800. Os
pesquisadores não encontraram no DNA nenhum traço de ancestralidade de
americanos nativos, mas sim de grupos originários da Polinésia.
“As populações humanas primitivas exploraram extensivamente o planeta”, disse a autora Anna-Sapfo Malaspinas ao site EurekAlert. “As versões de apostila dos eventos da colonização humana – o povoamento das Américas, por exemplo – precisam ser reavaliadas utilizando dados genômicos”, afirmou. A pesquisadora também colaborou com outro artigo publicado na mesma edição do periódico que oferece uma explicação embasada na genética e na arqueologia ao mistério dos genes polinésios dos botocudos do Brasil.
"As versões de apostila dos eventos da colonização humana precisam ser reavaliadas utilizando dados genômicos"
Anna-Sapfo Malaspinas, autora da pesquisa
“As populações humanas primitivas exploraram extensivamente o planeta”, disse a autora Anna-Sapfo Malaspinas ao site EurekAlert. “As versões de apostila dos eventos da colonização humana – o povoamento das Américas, por exemplo – precisam ser reavaliadas utilizando dados genômicos”, afirmou. A pesquisadora também colaborou com outro artigo publicado na mesma edição do periódico que oferece uma explicação embasada na genética e na arqueologia ao mistério dos genes polinésios dos botocudos do Brasil.
sábado, 25 de março de 2017
Dez Dias que Mudaram o Mundo
No
ano em que comemoramos o centenário da Revolução Russa, temos o prazer
de oferecer aos nossos amigos esse documentário com imagens originais
que nos explicam como se desenvolveu o processo que culminou com a
Revolução de Outubro de 1917 e a chegada ao poder do primeiro governo
dos operários e camponeses da história – a República dos Sovietes.
Assista o vídeo, acesse: http://otrabalho.org.br/ os-dez-dias-que-modificaram -o-mundo/
Assista o vídeo, acesse: http://otrabalho.org.br/
D. Pedro I aprova a Primeira Constituição do Brasil. 1824.
No dia 25 de março de 1824, o imperador Dom Pedro I, aprova a Primeira Constituição do Brasil - a Constituição de 1824.
Algumas características desta constituição:
* O governo era uma monarquia unitária e hereditária;
* A existência de 4 poderes: o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Poder Moderador, este acima dos demais poderes, exercido pelo Imperador;
* O Estado adotava o catolicismo como religião oficial. As outras religiões eram permitidas com seus cultos domésticos, sendo proibida a construção de templos com aspecto exterior diferenciado;
* As eleições eram censitárias e indiretas;
* Submissão da Igreja ao Estado, inclusive com o direito do Imperador de conceder cargos eclesiásticos na Igreja Católica (padroado);
Algumas características desta constituição:
* O governo era uma monarquia unitária e hereditária;
* A existência de 4 poderes: o Legislativo, o Executivo, o Judiciário e o Poder Moderador, este acima dos demais poderes, exercido pelo Imperador;
* O Estado adotava o catolicismo como religião oficial. As outras religiões eram permitidas com seus cultos domésticos, sendo proibida a construção de templos com aspecto exterior diferenciado;
* As eleições eram censitárias e indiretas;
* Submissão da Igreja ao Estado, inclusive com o direito do Imperador de conceder cargos eclesiásticos na Igreja Católica (padroado);
Na imagem, capa do exemplar que pertenceu ao imperador Dom Pedro I.
CURIOSIDADE: A data inspirou o nome da rua 25 de março, em São Paulo, considerada o maior centro comercial da América Latina.
CURIOSIDADE: A data inspirou o nome da rua 25 de março, em São Paulo, considerada o maior centro comercial da América Latina.
sexta-feira, 24 de março de 2017
Padre Cícero Romão Batista.
Cícero Romão Batista (Crato, 24 de março de 1844 — Juazeiro do
Norte, 20 de julho de 1934) foi um sacerdote católico cearense. Na
devoção popular, é conhecido como Padre
Cícero ou Padim Ciço. Carismático, obteve grande prestígio e influência
sobre a vida social, política e religiosa do Ceará bem como do Nordeste.
Em março de 2001, foi escolhido "O Cearense do Século" em votação promovida pela TV Verdes Mares em parceria com a Rede Globo de televisão.
Em julho de 2012, foi eleito um dos "100 maiores brasileiros de todos os tempos" em concurso realizado pelo SBT com a BBC.
Enciclopédia Nordeste:
Biografia de Padre Cícero - http://goo.gl/I0WGaa
Estátua de Padre Cícero - http://goo.gl/wODvaW
Curta a Fanpage do portal www.onordeste.com
Em março de 2001, foi escolhido "O Cearense do Século" em votação promovida pela TV Verdes Mares em parceria com a Rede Globo de televisão.
Em julho de 2012, foi eleito um dos "100 maiores brasileiros de todos os tempos" em concurso realizado pelo SBT com a BBC.
Enciclopédia Nordeste:
Biografia de Padre Cícero - http://goo.gl/I0WGaa
Estátua de Padre Cícero - http://goo.gl/wODvaW
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Isolado o bacilo da Tuberculose.
Em 24 de março de 1882 o alemão Robert Koch anuncia ter isolado o bacilo
causador da TUBERCULOSE. O feito foi possível ao cultivar a bactéria
fora do corpo de animais doentes e usar corantes para identificá-la.
quinta-feira, 23 de março de 2017
Guerra do Pacífico: O martírio da Bolívia
Todo dia 23 de março, os bolivianos vão às ruas vestidos de marinheiros,
empurrando carros alegóricos de navio. É o Dia do Mar. Só que a Bolívia
não tem mar: o dia é para lembrar que o mar foi tomado brutalmente
pelos chilenos em 1879 e eles querem de volta. Entenda a mais viva
ferida histórica do continente sul-americano.
Tomada do forte paraguaio de Curupaiti.
No dia 23 de março de 1868, durante a Guerra do Paraguai, após dois
anos impedindo o progresso das forças aliadas, o forte paraguaio de
Curupaiti é tomado pelas forças lideradas pelo comandante-em-chefe do
Exército brasileiro no Paraguai, o então Marquês de Caxias.
Na imagem, representação da Batalha de Curupaiti, por Candido Lopez.
quarta-feira, 22 de março de 2017
Massacre de Shaperville: 69 mortos e 186 feridos
21
de Março, Dia Internacional contra a Discriminação Racial, faz uma
referência ao Massacre de Shaperville. Neste mesmo dia, em 1960, a
polícia sul-africana abriu fogo contra os manifestantes do Congresso
Pan-Africanista (CPA), liderados por Robert Subukwe, matando 69 pessoas e
deixando 186 feridas. A data é uma das recordações mais tristes e
violentas da resistência negra em todo o mundo.
Assine o Alma Preta: http://almapreta.com/assinaturas/planos
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Qual é a origem da palavra moreno?
Moreno vem de mouro - nome que os espanhóis e outros europeus davam
aos habitantes de todo o norte da África, excluindo o Egito. Reinos
islâmicos desses povos dominaram a Península Ibérica entre os séculos 8 e
15, de forma que mouros eram uma visão bastante comum em Portugal e na
Espanha medievais.
Os habitantes da região eram de ao menos três perfis étnicos: berberes, árabes e negros, ou qualquer mistura entre eles. O nome mouro, por sua vez, vem de Mauritânia, que era como os antigos romanos e gregos chamavam a região que estava entre a Argélia e o Marrocos, por causa de uma extinta tribo berbere chamada Mauri. Daí deriva também o nome do país atual, que fica ao sul do lugar que os romanos chamavam Mauritânia - e também o nome Mauro, para quem nascia na região.
A elite cristã de Portugal e da Espanha, que reconquistou a Península Ibérica entre os séculos 9 e 15, descendia dos visigodos, um povo germânico que se estabeleceu na região na época das invasões bárbaras do Império Romano. Assim, uma aparência mais escura, de pele ou cabelo, era relacionada aos mouros.
As pessoas com essas características foram chamadas de "morenos", cujo sentido era bastante pejorativo em sua origem. Nos séculos 15 e 16, ser considerado descendente de mouros (ou de judeus, que também tinham a pele mais escura) fechava quase todas as possibilidades de ascensão social em Portugal e na Espanha - e podia significar até ser perseguido pela Inquisição.
Os habitantes da região eram de ao menos três perfis étnicos: berberes, árabes e negros, ou qualquer mistura entre eles. O nome mouro, por sua vez, vem de Mauritânia, que era como os antigos romanos e gregos chamavam a região que estava entre a Argélia e o Marrocos, por causa de uma extinta tribo berbere chamada Mauri. Daí deriva também o nome do país atual, que fica ao sul do lugar que os romanos chamavam Mauritânia - e também o nome Mauro, para quem nascia na região.
A elite cristã de Portugal e da Espanha, que reconquistou a Península Ibérica entre os séculos 9 e 15, descendia dos visigodos, um povo germânico que se estabeleceu na região na época das invasões bárbaras do Império Romano. Assim, uma aparência mais escura, de pele ou cabelo, era relacionada aos mouros.
As pessoas com essas características foram chamadas de "morenos", cujo sentido era bastante pejorativo em sua origem. Nos séculos 15 e 16, ser considerado descendente de mouros (ou de judeus, que também tinham a pele mais escura) fechava quase todas as possibilidades de ascensão social em Portugal e na Espanha - e podia significar até ser perseguido pela Inquisição.
terça-feira, 21 de março de 2017
Crânio encontrado em Minas pode mudar história da migração das Américas
Hoje, quase todos os cientistas concordam que os primeiros humanos
chegaram nas Américas há cerca de 15 mil anos e se dispersaram pelo
continente. Mas a história não é tão simples assim.
Em 1988, ao estudar Luzia,
o fóssil mais antigo da América (encontrado em 1974), o pesquisador
Walter Neves percebeu que a ossada era bem diferente da dos índios
brasileiros atuais. Assim, os cientistas começaram a desconfiar que,
além da primeira, uma segunda onda migratória, com traços mais
asiáticos, poderia ter ocorrido há cerca de 12 mil anos."Quando você olha para os dados genéticos contemporâneos, a sugestão, particularmente para a América do Sul, era de uma onda de migração e que os povos indígenas sul-americanos eram todos descendentes dessa onda. Mas os nossos dados sugerem que existiram ao menos duas, senão mais ondas de pessoas entrando na América do Sul", afirmou ao jornal O Globo a antropóloga Noreen von Cramon-Taubadel, da Universidade de Buffalo, nos EUA, e coordenadora do estudo publicado na revista Science Advances.
A prova vai poder ser tirada agora com a análise de um crânio encontrado no sítio arqueológico Lapa do Santo, em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte.
"Pela morfologia, encontramos uma variedade humana muito diferente desses nativos mais recentes. O crânio que analisamos data de entre dez mil e oito mil anos. Existem indícios de que populações dessas duas ondas migratórias coexistiram, mas esse não foi o tema do estudo", explica o paleantropólogo brasileiro André Strauss, professor na Universidade de Tubinga, na Alemanha, e coautor do estudo. O trabalho continua.
segunda-feira, 20 de março de 2017
Família real portuguesa, 1808: Partiu, Brasil!
Se atravessar o oceano num barco à vela até hoje exige uma senhora
coragem, imagine 200 anos atrás. No início do século 19, cruzar o
Atlântico era um desafio repleto de perigos. Principalmente, levando-se
em conta que os navios usados na mudança da corte para o Brasil, em
1807, eram verdadeiras “latas-velhas” – desconfortáveis, vulneráveis no
caso de combate e carentes de reparos.
Ainda naquele 29 de novembro, dia da partida de Lisboa, a esquadra portuguesa – composta por 19 navios – encontrou-se com a frota britânica que a escoltaria até o Brasil – outras 13 embarcações. Essa deve ter sido uma cena monumental, de ficar gravada para o resto da vida na memória de quem a testemunhou: 32 barcos de guerra, mais uns 30 navios mercantes, preparando-se para a travessia oceânica. Às três horas da tarde, o comandante da Armada britânica, Sidney Smith, ordenou uma salva de 21 tiros de canhão. Estava marcado o início da penosa jornada da família real em direção à colônia.
Rico sofre
Algo entre 10 mil e 15 mil portugueses – cerca de 5% da população do país – estavam embarcados naqueles navios. Na maioria, era gente importante, muito afeiçoada aos luxos da nobreza. Mas as condições a bordo não eram nada agradáveis. A água era escassa, de má qualidade. E a comida não passava de carne salgada e biscoitos. Em pouco tempo, o mantimento já estava contaminado por vermes. Animais vivos também foram embarcados, para garantir um pouco de leite, ovos e alguma carne fresca que pudesse ser servida aos passageiros mais chiques. Portanto, dá para supor que as condições de higiene estavam longe do aceitável.
No Afonso de Albuquerque, navio em que viajava Carlota Joaquina, uma infestação de piolhos obrigaria todas as mulheres – incluindo a princesa – a raspar o cabelo. Ratos eram abundantes nas embarcações, o que só aumentava o risco de uma epidemia. Por causa da alimentação precária, distúrbios intestinais tornaram-se comuns. Para os nobres portugueses em fuga, a situação não poderia ser mais constrangedora.
Dom João e sua mãe, a rainha Maria I, estavam no navio Príncipe Real – acompanhados de Pedro e Miguel, os dois filhos do príncipe regente com Carlota. Quatro das seis filhas do casal viajavam com a mãe, no Alfonso de Albuquerque. E as outras duas filhas seguiam no Rainha de Portugal. Ainda havia uma tia e uma cunhada de dom João, embarcadas no navio Príncipe do Brasil.
Quando as esquadras alcançaram a linha do equador, novo imprevisto: uma calmaria tornou a frear o avanço, submetendo passageiros a dias de sol escaldante. Casos de insolação e desidratação multiplicaram-se. Até que a calmaria se foi, a viagem seguiu e 1807 chegou ao fim – uma triste passagem de ano para a corte portuguesa.
Àquela altura, o príncipe regente já havia determinado que o destino da frota seria Salvador, e não o Rio de Janeiro. Em 23 de janeiro de 1808, 55 longos dias depois de zarpar de Lisboa, a comitiva finalmente desembarcou na Bahia, para uma escala que duraria pouco mais de um mês. Estavam todos cansados e debilitados. Mas o primeiro desafio tinha sido superado: o oceano Atlântico, agora, protegeria a corte da fúria de Napoleão.
Purgatório em alto-marLotação, animais vivos, falta de higiene e privacidade... Eram terríveis as condições a bordo do Príncipe Real, navio que trouxe dom João ao Brasil
Ainda naquele 29 de novembro, dia da partida de Lisboa, a esquadra portuguesa – composta por 19 navios – encontrou-se com a frota britânica que a escoltaria até o Brasil – outras 13 embarcações. Essa deve ter sido uma cena monumental, de ficar gravada para o resto da vida na memória de quem a testemunhou: 32 barcos de guerra, mais uns 30 navios mercantes, preparando-se para a travessia oceânica. Às três horas da tarde, o comandante da Armada britânica, Sidney Smith, ordenou uma salva de 21 tiros de canhão. Estava marcado o início da penosa jornada da família real em direção à colônia.
Rico sofre
Algo entre 10 mil e 15 mil portugueses – cerca de 5% da população do país – estavam embarcados naqueles navios. Na maioria, era gente importante, muito afeiçoada aos luxos da nobreza. Mas as condições a bordo não eram nada agradáveis. A água era escassa, de má qualidade. E a comida não passava de carne salgada e biscoitos. Em pouco tempo, o mantimento já estava contaminado por vermes. Animais vivos também foram embarcados, para garantir um pouco de leite, ovos e alguma carne fresca que pudesse ser servida aos passageiros mais chiques. Portanto, dá para supor que as condições de higiene estavam longe do aceitável.
No Afonso de Albuquerque, navio em que viajava Carlota Joaquina, uma infestação de piolhos obrigaria todas as mulheres – incluindo a princesa – a raspar o cabelo. Ratos eram abundantes nas embarcações, o que só aumentava o risco de uma epidemia. Por causa da alimentação precária, distúrbios intestinais tornaram-se comuns. Para os nobres portugueses em fuga, a situação não poderia ser mais constrangedora.
Dom João e sua mãe, a rainha Maria I, estavam no navio Príncipe Real – acompanhados de Pedro e Miguel, os dois filhos do príncipe regente com Carlota. Quatro das seis filhas do casal viajavam com a mãe, no Alfonso de Albuquerque. E as outras duas filhas seguiam no Rainha de Portugal. Ainda havia uma tia e uma cunhada de dom João, embarcadas no navio Príncipe do Brasil.
Navegação arriscada
No dia 8 de dezembro, perto da ilha da Madeira, uma violenta
tempestade fez estragos consideráveis. Na esquadra portuguesa, mastros
foram quebrados e velas, rasgadas. A péssima condição de visibilidade
obrigou as embarcações a parar, sobretudo porque aquela era uma área de
navegação arriscada, cheia de rochedos submersos. A frota dispersou-se e
uma parte dela seguiu direto para o Rio de Janeiro. Alguns navios
britânicos já tinham voltado para a Europa, a fim de reforçar o cerco à
Lisboa, invadida por tropas de Napoleão.Quando as esquadras alcançaram a linha do equador, novo imprevisto: uma calmaria tornou a frear o avanço, submetendo passageiros a dias de sol escaldante. Casos de insolação e desidratação multiplicaram-se. Até que a calmaria se foi, a viagem seguiu e 1807 chegou ao fim – uma triste passagem de ano para a corte portuguesa.
Cajus e Pitangas
Depois de tanta carne seca e biscoito, imagine qual não foi a alegria
de dom João e sua comitiva ao avistar, já bem perto da costa
brasileira, um pequeno barco não identificado. Era o Três Corações, um
bergantim enviado por Caetano Pinto de Miranda, então governador de
Pernambuco, para dar as boas-vindas à Coroa portuguesa. Dentro dele, um
carregamento de frutas tropicais, como cajus e pitangas, e muitos
recipientes com refresco. Aquele certamente foi um momento de glória –
dom João e seus asseclas tirariam a barriga da miséria.Àquela altura, o príncipe regente já havia determinado que o destino da frota seria Salvador, e não o Rio de Janeiro. Em 23 de janeiro de 1808, 55 longos dias depois de zarpar de Lisboa, a comitiva finalmente desembarcou na Bahia, para uma escala que duraria pouco mais de um mês. Estavam todos cansados e debilitados. Mas o primeiro desafio tinha sido superado: o oceano Atlântico, agora, protegeria a corte da fúria de Napoleão.
Purgatório em alto-marLotação, animais vivos, falta de higiene e privacidade... Eram terríveis as condições a bordo do Príncipe Real, navio que trouxe dom João ao Brasil
BANHEIRO
Oficiais contavam com um sanitário particular, mas o resto da
tripulação – incluindo passageiros – só tinha um “banheiro público”,
cloacas sem a mínima privacidade.
ANIMAIS
Porcos, galinhas, vacas e cabras garantiam ovos, leite e alguma carne
fresca aos passageiros mais ilustres. Os bichos, obviamente, não
ajudavam em nada na higiene.
ALIMENTOS
A ração era carne salgada, biscoitos, lentilhas e ervilhas
desidratadas. A água era salobra e o vinho, péssimo. Resultado:
desarranjos intestinais freqüentes.
CONTAMINAÇÃO
Os barris de biscoito acomodados no porão acabavam contaminados por
vermes. Para eliminá-los, usava-se peixe morto: eles eram atraídos pela
carcaça, até que os biscoitos ficassem “próprios para o consumo”.
MANTIMENTOS
Os suprimentos eram mantidos em barris, com todo o asseio possível,
mas acabavam atacados por ratos, que roíam a madeira. O peso dos barris
ajudava a manter a estabilidade do navio.
REPAROS
Antigos, os navios portugueses careciam de uma série de reparos e
deram trabalho de sobra para carpinteiros e ajudantes durante toda a
travessia. Rachaduras, quando surgiam, eram preenchidas com estopa e
piche.
DISCIPLINA
Qualquer descuido da tripulação podia resultar numa tragédia (como a
disseminação de uma epidemia). Por isso, a disciplina era mantida com
rigor. Castigos corporais, como chibatadas, eram punições rotineiras.
PAIOL
A pólvora era armazenada em compartimentos no fundo, para evitar ser
atingida durante um combate. Manuseá-la era tarefa de alto risco,
reservada a especialistas.
ACOMODAÇÕES
A corte teve de se acomodar em redes estreitas e muita gente deve ter
dormido no chão. Os deques reservados aos nobres passageiros eram mal
ventilados e não garantiam a menor privacidade aos ocupantes.
CIRURGIAS
A sala de operações ficava abaixo da linha d´água, para evitar que
fosse atingida durante uma batalha. O risco de infecções era altíssimo.
As cirurgias mais comuns eram as de amputação.
DOM JOÃO
O príncipe viajou na cabine do comandante, na popa. Era o lugar mais
confortável do navio, com gabinete de trabalho, sala de refeições e
quarto. Até banho quente dom João tomava – em uma bacia, com água da
chuva aquecida num fogão.
CANHÕES
Os
chamados “navios de linha” (capazes de entrar na linha de combate)
podiam ter até 100 canhões, alinhados nas laterais de cada deque e
geralmente de três calibres diferentes. Cada canhão era operado por uma
equipe de até seis homens.