Nem bem o sol iluminou o lago Texcoco, no imenso Vale do México, os
dois maiores líderes do Novo Mundo colocaram-se frente a frente. Era 8
de novembro de 1519 e havia anos que espanhóis e nativos se pegavam em
violentas batalhas nas terras recém-descobertas da América. De um lado,
Hernán Cortez personificava a figura do conquistador europeu como
ninguém. Do outro, o todo-poderoso imperador asteca Montezuma II
permanecia impassível. Apesar da expectativa de um encontro amigável, a
tensão era tão óbvia quanto inevitável. Espanhóis e astecas trocavam
olhares, até que Montezuma desceu de sua pequena tenda e foi em direção
aos invasores. Cortez repetiu o gesto. Saltou do cavalo e seguiu ao
encontro do imperador. A tensão aumentava a cada passo. Olhos nos olhos,
eles esboçaram saudações de respeito mútuo, mas não trocaram mais do
que poucas palavras, com a ajuda de um intérprete. De qualquer forma, a
diplomacia prevaleceu. E, pacificamente, todos tomaram o rumo de
Tenochtitlán, a capital do império asteca. Alguns meses depois, os dois
lados voltariam a se encontrar. Mas, desta vez, numa sangrenta batalha
que culminaria com a morte de Montezuma e faria de Cortez o homem mais
poderoso do América espanhola.
Até hoje, muitos historiadores
consideram este episódio como o maior símbolo do encontro entre dois
continentes. E não por acaso. Pela primeira vez, um imperador nativo
acolheu em suas terras o representante de um povo que estava ali
justamente para conquistá-las. Além disso, as diferenças culturais entre
os dois grupos nunca estiveram tão expostas quanto naquela manhã de
novembro. Estas diferenças, além das idiossincrasias do século 16,
ajudaram a perpetuar pelos séculos o que o historiador americano Matthew
Restall, professor da Universidade da Pensilvânia, chama de “sete mitos
da conquista espanhola das Américas” em seu livro Seven Myths of the
Spanish Conquest (inédito em português)
Esses mitos podem ser
identificados na figura de Cortez, até hoje citado por sua genialidade
militar, pela forma como usou e inovou a tecnologia disponível na época,
pela maneira astuta como manipulou “índios supersticiosos” e pelo modo
heróico com que levou algumas centenas de espanhóis à vitória, contra um
império de milhares de guerreiros. Mas a história não foi bem assim.
Desde a primeira vez que Cristóvão Colombo pisou nas ilhas do Caribe, os
homens enviados para cá se encarregaram de capitalizar o feito em
benefício próprio, aumentando uma coisinha aqui, inventando uma ali.
1. Meia dúzia de aventureirosO mito dos homens excepcionais e seus feitos extraordinários
Cristóvão
Colombo estava em algum lugar do Atlântico, em 1504, quando a rainha da
Espanha enviou uma esquadra para prendê-lo e levá-lo acorrentado para a
Europa. Desde sua primeira viagem pelo Novo Mundo, seu prestígio já não
era o mesmo. Sua insistência na mentira de que havia achado uma nova
rota para as Índias, fato que lhe rendeu títulos e status, havia deixado
a coroa espanhola irritada depois que Vasco da Gama contornou o Cabo da
Boa Esperança e deu aos portugueses a liderança na corrida por um
caminho mais curto para o Oriente.
A fama de Colombo estava
irreversivelmente abalada, ele caiu em descrédito e tornou-se um pária.
Mas como, depois de morto, ele se tornaria um herói? Para Restall, a
idéia de que ele foi um visionário, um homem à frente de seu tempo
surgiu durante as comemorações do tricentenário da descoberta da
América, num país que também acabava de nascer: os Estados Unidos.
Colombo foi tomado como símbolo dessa nova terra: aventureiro,
destemido, um gênio a frente de seu tempo. “Mas a coisa mais espetacular
sobre a visão geográfica de Colombo era a de que estava errada. A
percepção de que a Terra era redonda, fato geralmente citado para
imputar-lhe a condição de visionário, por exemplo, era comum a qualquer
pessoa escolarizada da época”, diz Restall.
Esse é só um exemplo
do mito de que a conquista da América só foi possível graças à coragem e
à genialidade de meia dúzia de conquistadores e que surgiu desde os
primeiros relatos dos colonizadores enviados à Espanha. Para obter a
permissão de explorar novas terras, eles precisavam provar que a
colonização era rentável e, para tanto, escreviam qualquer lorota:
omitiam fatos, inventavam histórias, exaltavam a si mesmos. Hernán
Cortez e Francisco Pizarro, responsáveis pelos tombos dos impérios
asteca e inca, respectivamente, foram especialmente beneficiados por
tais relatos e elevados à categoria de heróis. Biógrafos, cronistas e
religiosos que participaram das expedições ajudaram a construir esta
imagem, por meio das cartas enviadas à coroa, chamadas de probanzas de
mérito (ou “provas de mérito”).
Pelo menos num ponto, porém, os
relatos tinham razão: a desvantagem numérica dos espanhóis – fato que os
levou a derrotas freqüentemente ignoradas nas tais probanzas de mérito.
Como, então, os conquistadores conseguiram expandir seus domínios e
subjugar milhares de nativos? A resposta não está na genialidade militar
de Cortez ou Pizarro. Em nenhum momento eles apresentaram novas táticas
de guerra e, na maior parte do tempo o que fizeram foi seguir rotinas
adotadas em conflitos anteriores ao descobrimento. Uma das mais
importantes foi a aliança com os nativos (que veremos mais adiante).
Mesmo assim, eles não abriram mão de procedimentos igualmente
eficientes, mas que nada tinham de inventivos: o uso da violência
indiscriminada para intimidar os resistentes. Nos casos extremos,
pessoas eram decepadas ou queimadas vivas em praça pública, tinham
braços e mãos amputados e suas famílias recebiam seus corpos, o que
costumava garantir a submissão de outros nativos.
2. Nem pagos, nem forçadosO mito de que os espanhóis que desembarcaram na América eram todos militares
A
esquadra de Colombo mal aportou na praia da ilha de Hispaniola, no
Caribe, e um grupo de soldados já estava perfilado na areia. Vestiam
armaduras reluzentes, carregavam as mais potentes armas da época e
aguardavam apenas a ordem de seu capitão para marchar em direção às
terras do Novo Mundo. Disciplinados, estavam prontos para enfrentar o
inimigo. Faziam parte de uma grande operação militar. Afinal, eram
soldados. Esta cena jamais aconteceu, mas passa a idéia, constantemente
repetida em filmes, ilustrações e livros, de que os conquistadores eram
militares enviados pelo rei e faziam parte de uma máquina de guerra.
Mas,
então, quem eram eles? Nobres aventureiros ou plebeus em busca da terra
prometida? A rigor, nem uma coisa, nem outra. Em sua maioria, os
espanhóis eram artesãos, comerciantes e empreendedores de pequeno porte,
com menos de 30 anos de idade, alguma experiência em viagens desse tipo
e sem qualquer treinamento militar. Armavam-se como podiam e entravam
na primeira companhia que pudesse lhes render a quantia necessária para
investir em outras expedições. Assim, poderiam acumular riquezas até
receber as chamadas encomiendas – ou seja, o direito de cobrar taxas e
impostos sobre a produção de uma determinada área conquistada e faturar
em cima do trabalho de um grupo de nativos.
A maioria dos
conquistadores não recebia ajuda financeira da coroa. Em geral, viajava
por sua conta e risco em busca de status e dinheiro. Ou, no máximo,
tinha um vínculo com eventuais patrocinadores, em nome dos quais as
terras recém-descobertas eram exploradas. De qualquer forma, eles não
eram pagos, tampouco obrigados a viajar. E muito menos soldados aptos a
lutar pelos interesses da Coroa.
3. Guerreiros invisíveisO mito de que poucos soldados brancos venceram milhares de guerreiros índios
Quando
o conquistador Bernal Díaz de Castillo viu a capital asteca pela
primeira vez, não conseguiu descrever a visão que teve do alto do Vale
do México. A metrópole pontilhada de pirâmides, irrigada por canais
navegáveis, engenhosamente construída para ser a referência de outras
grandes cidades do império, poderia ser comparada às maiores capitais
européias. Uma pergunta talvez lhe tenha surgido: como poucos de nós
poderemos subjugá-la? Seguindo o mesmo raciocínio, como apenas centenas
de europeus poderiam vencer os milhões de índios espalhados pelo
continente? Nem a “genialidade” de seus líderes, a pólvora ou o aço
espanhol dariam conta. Há algumas respostas para essas questões.
A
primeira é que os espanhóis sempre foram minoria nos campos de batalha
da América, mas jamais lutaram sozinhos. Os nativos nunca formaram uma
unidade política, nem no caso de astecas e maias, que fosse imune às
rivalidades e intrigas. E os conquistadores se aproveitaram, desde muito
cedo, dessa desunião, conseguindo formar verdadeiros exércitos índios,
dispostos a eliminar seus inimigos. Na primeira vez que Cortez chegou a
Tenochtitlán, mais de 6 mil aliados davam cobertura aos espanhóis, que
eram cerca de 200. Na batalha final, alguns meses depois, ele conseguiu
reunir mais de 200 mil homens para tomar a capital asteca. “As pessoas
tendem a imaginar que os povos americanos eram unidos em torno de uma
identidade nativa. Na verdade, acontecia o contrário. Quando os
espanhóis chegaram à América, encontraram várias tribos rivais, que não
precisavam de mais que um empurrãozinho para entrar em conflito”, afirma
Restall.
Além disso, no final do século 16, cerca de 100 mil
africanos desembarcaram na América. A princípio, eles trabalhavam como
serventes e auxiliares dos espanhóis, mas, sempre que necessário,
recebiam armas para lutar contra os inimigos. Como recompensa, ganhavam a
liberdade e logo eles também se tornavam conquistadores.
4. Sob a tutela do reiO mito de que, em pouco tempo, toda a América estava sob jugo espanhol
Palavras
de Cortez: “Deixei a província de Cempoala totalmente segura e
pacificada, com 50 mil guerreiros e 50 cidades. Todos estes nativos têm
sido e continuam sendo fiéis vassalos de Vossa Majestade. E acredito que
eles sempre serão”. A carta de Cortez enviada ao rei da Espanha dá uma
boa idéia de como funcionava a burocracia da conquista. Para o monarca,
não bastava o conquistador encontrar uma terra e reivindicar o direito
de explorá-la. Ele precisava convencê-lo de que aquela região era
economicamente viável, de preferência com minas de ouro e prata, e
contava com mão-de-obra para tirar dali tais riquezas. Como resultado,
os líderes espanhóis não pensavam duas vezes antes de carregar seus
pedidos com informações exageradas.
Essa combinação de fatores
contribuiu para a criação do mito de que a conquista total dos povos
americanos foi alcançada logo nos primeiros anos da presença espanhola.
Muitas cidades, no entanto, resistiram à dominação durante décadas. No
Peru, alguns estados independentes só foram dominados depois de 1570,
após a morte de líderes como Túpac Amaru. Quando os espanhóis fundaram
Mérida, em 1542, boa parte da península de Yucatán, na América Central,
permaneceu sob a influência dos maias – e muitas políticas elaboradas
por eles sobreviveram até 1880. A experiência espanhola na atual
Flórida, nos Estados Unidos, foi ainda mais desastrosa. Pelo menos seis
expedições foram enviadas para lá entre 1513 e 1560, quando a região
finalmente foi controlada pelos europeus. Mas um dos exemplos mais
curiosos vem da bacia do Prata, onde os fundadores de Buenos Aires, em
1520, viraram jantar de tribos canibais.
Outro aspecto que mostra
que a conquista não foi total era a relativa autonomia que alguns
nativos mantiveram em relação aos seus dominadores – condição sancionada
pelos próprios oficiais espanhóis, que procuravam não intervir nas
regras que vigoravam antes de eles chegarem. E não por acaso. Esta era
mesmo a melhor forma de garantir a manutenção das fontes de trabalho e
da produção agrícola. Além disso, membros da elite nativa participavam
dos conselhos das cidades coloniais, onde eram tomadas as decisões mais
importantes. Ou seja, além de continuar influenciando politicamente,
eles mantiveram o status que tinham antes da descoberta.
5, As palavras de La MalincheO mito de que a falta de comunicação levou ao massacre indígena
Foi
na praça central da cidade inca de Cajamarca que Pizarro e Atahualpa se
viram pela primeira vez, em 1532, numa espécie de versão peruana do
encontro entre Montezuma e Cortez. Ao lado do conquistador, menos de 200
homens armados pareciam não temer os mais de 5 mil nativos leais ao
imperador. E, de fato, eles não tinham porque se intimidar: a maioria
dos locais não possuía uma arma sequer. O primeiro espanhol a se
aproximar de Atahualpa foi um frei dominicano que segurava uma pequena
cruz numa das mãos e a Bíblia na outra. Em poucos minutos, a batalha
havia começado. Mas, apesar da desvantagem numérica, os invasores
conseguiram dizimar um terço dos nativos. Atahualpa foi capturado.
Há
várias versões sobre os motivos que causaram a briga e sobre como a
batalha de Cajamarca começou. Francisco de Jerez, presente no local,
escreveu que o imperador atirou a Bíblia ao chão, porque não a entendia.
A blasfêmia teria sido o motivo para Pizarro dar o sinal de ataque. Na
versão inca, no entanto, a ofensa partiu dos espanhóis, que teriam se
recusado a tomar uma bebida sagrada oferecida por Atahualpa.
É
praticamente impossível saber o que aconteceu de fato naquele dia, mas o
encontro sangrento entre incas e espanhóis é um bom exemplo de como as
supostas falhas na comunicação serviram para justificar as ações dos
europeus e, por conseqüência, a própria conquista. Mas estas falhas não
eram tão freqüentes assim. O diálogo entre Montezuma e Cortez, por
exemplo, apesar de ter gerado diferentes interpretações, mostra que os
dois lados podiam se entender muito bem. Isso graças a uma figura
central durante todo o processo de colonização: os intérpretes. O papel
deles foi tão importante que um dos principais procedimentos de guerra
era justamente encontrar e “formar” tradutores. Alguns destes tradutores
se deram tão bem que alcançaram status inimagináveis para um nativo.
Receberam encomiendas e chegaram a ser citados nas cartas enviadas ao
rei. O exemplo mais famoso é o de La Malinche, a amante e intérprete que
acompanhou Cortez durante anos e esteve presente no encontro com
Montezuma.
6. O fim dos índiosO mito de que a conquista só trouxe desgraça para os nativos
A
derrota de Cortez era inevitável. Havia horas que ele e seus guerreiros
lutavam contra a união de três exércitos inimigos na grande praça
central de Tlaxcala, uma comunidade nativa aliada aos espanhóis, e a
derrocada do conquistador se aproximava a cada golpe. Finalmente ele
seria vencido. E foi mesmo. Ainda no chão, Cortez pôde ouvir os aplausos
efusivos da platéia. Aquela encenação do dia de Corpus Christi ficou
conhecida como o evento teatral mais espetacular e sofisticado do ano de
1539. Numa curiosa inversão de papéis, o conquistador interpretou o
Grande Sultão da Babilônia e Tetrarca de Jerusalém. O papel dos reis da
Espanha, Hungria e França ficou com os nativos da comunidade.
O
Corpus Christi de Tlaxcala não foi o único festival do século 16 no Novo
Mundo. A imensa maioria das colônias da Mesoamérica e dos Andes
encenou, dançou e até representou as batalhas contra os espanhóis.
Muitas dessas manifestações culturais sobrevivem até hoje. Mas o curioso
é que o objetivo não era reconstruir a conquista como algo traumático.
Ao contrário. Para os nativos, os festivais significavam uma celebração
de sua integridade e vitalidade cultural. “Eram eventos que transcendiam
aquele momento histórico particular e não estavam associados à
lembrança de algo ruim. Até porque o sentimento de derrota não era algo
comum a todos os povos nativos”, afirma Restall.
Manifestações
desse tipo eram apenas uma das formas pelas quais os nativos mostravam
que o impacto da conquista não foi tão traumático quanto sugere boa
parte da retórica comum. Muitas comunidades mantiveram seu estilo de
vida e outras tantas evoluíram rapidamente com a necessidade de se
adaptar às novas tecnologias e demandas trazidas pelos espanhóis.
Aprenderam novas formas de contar, construir casas, planejar cidades e,
sobretudo, guerrear. Assim, houve nativos que enriqueceram com o
comércio de alimentos e com o aluguel de mulas. O povo Nahua, por
exemplo, depois de lutar ao lado dos espanhóis por anos, organizaram
campanhas militares próprias e expandiram seus domínios para além das
terras onde hoje estão Guatemala, Honduras e parte do México.
7. Macacos e homensO mito da superioridade e da predestinação dos europeus
“Os
espanhóis têm a governar estes bárbaros do Novo Mundo. Eles são em
prudência, ingenuidade, virtude e humanidade tão inferiores aos
espanhóis quanto as crianças são para os adultos, e as mulheres, para os
homens”, escreveu o filósofo Juan Ginés de Sepúlveda, em 1547. O mito
da superioridade espanhola é visto em todos os relatos do período
colonial. Para Restall, ele vem desde as primeiras expedições e está
ligado à justificativa de que os europeus tinham a aprovação divina para
conquistar novas terras. Eles acreditavam que eram os escolhidos de
Deus, os encarregados de levar o cristianismo a outros povos.
Existem
outros fatores, no entanto, que ajudaram a perpetuar este mito. Um
deles combina a crença de que os nativos seriam incapazes de evitar a
invasão dos europeus porque eles (os nativos) também acreditavam que os
espanhóis eram deuses. De fato, os povos americanos enxergavam os
conquistadores como seres poderosos, mas em nenhum momento – nem mesmo
nos relatos dos cronistas do período colonial – os nativos comparam os
espanhóis a seres supremos, ou deidades. Além disso, a diferença brutal
entre as armas dos dois grupos também ajudou a construir a idéia da
superioridade espanhola.
Mas Deus não foi o principal aliado dos
espanhóis. A expansão dos europeus só foi possível graças a três
fatores. O primeiro e mais determinante foram as doenças que os
estrangeiros trouxeram. Sem oferecer nenhuma resistência para varíola,
sarampo e gripe, os nativos morreram tão rápido que em poucas décadas
tribos inteiras foram extintas. O impacto das epidemias foi tão
devastador que, um século e meio após a chegada de Colombo, a população
de nativos havia caído mais de 90%. Os astecas sentiram o poder desses
males. “As ruas estavam tão cheias de gente morta e doente que nossos
homens caminhavam sobre corpos”, escreveu o padre Bernardino de Sahagún,
quando os conquistadores tomaram Tenochtitlán.
O segundo aliado
foi a desunião dos nativos. A rivalidade entre diferentes grupos étnicos
e intrigas entre vizinhos levou dezenas de milhares de pessoas a
lutarem ao lado dos espanhóis. As armas que os conquistadores trouxeram
para estas batalhas são o terceiro fator mais importante. Nas primeiras
expedições, várias delas fizeram diferença. Cavalos e até cachorros
acabaram entrando nos campos de batalha. Mas a mais eficiente foi mesmo a
espada, mais longa e resistente que os machados dos nativos. No campo
da guerra, Matthew Restall considera ainda um outro fator. Os nativos
lutavam em sua própria terra. Precisavam, portanto, proteger a família,
defender suas casas, pensar no plantio, calcular a colheita e fazer o
possível para não deixar que a guerra prejudicasse e interferisse no seu
dia-a-dia. Por isso, eles sempre estiveram mais dispostos a negociar e a
protelar os confrontos com os conquistadores. Já os espanhóis não
tinham muito a perder. Basicamente, precisavam se preocupar apenas com
suas próprias vidas. E com o que teriam de fazer para continuar
conquistando novas cidades e acumulando mais riquezas.
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
A Guerra do Golfo.
Em 28 de fevereiro de 1991: Fim da GUERRA DO GOLFO, iniciada com a
invasão do Iraque ao Kuwait. Em janeiro de 1991, os Estados Unidos
interferem no conflito, que matou cerca de 100 mil iraquianos.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017
Gestapo: Terror e paranoia Como a polícia secreta de Hitler controlava um país inteiro
Em 1934, a estudante de música Ilse Sonja Totzke chamou a atenção dos
moradores da pequena Wurtzburgo, na Alemanha. Volta e meia, era vista
conversando com judeus. Graças a denúncias anônimas, em 1936, sua caixa
de correio passou a ser vigiada pela Gestapo. Três anos depois, o médico
Ludwig Kneisel foi ao quartel-general da polícia secreta do regime
nazista para delatar o "comportamento suspeito" da vizinha.
Em 1940, foi a vez da jovem Gertrude Weiss. Ela informou aos agentes que a estudante nunca respondia à saudação "Heil Hitler!". Questionada no ano seguinte, Totzke confirmou que tinha amigas, mas não amigos judeus. Corria o risco de ser acusada de ter relações sexuais com eles - um grave delito de "desonra racial". Em vários interrogatórios, a Gestapo advertiu que a mandaria a um campo de concentração se mantivesse as amizades. Mas ela deu de ombros: declarou que não apoiava o antissemitismo do Reich. Em 1943, sob ameaça crescente, fugiu com a judia Ruth Basinsky para Estrasburgo (atual França), sua cidade natal. As duas cruzaram a fronteira com a Suíça, mas foram detidas na aduana e entregues à Gestapo. Totzke foi enviada ao campo de concentração de Ravensbruck - e nunca mais voltou.
Em 1940, foi a vez da jovem Gertrude Weiss. Ela informou aos agentes que a estudante nunca respondia à saudação "Heil Hitler!". Questionada no ano seguinte, Totzke confirmou que tinha amigas, mas não amigos judeus. Corria o risco de ser acusada de ter relações sexuais com eles - um grave delito de "desonra racial". Em vários interrogatórios, a Gestapo advertiu que a mandaria a um campo de concentração se mantivesse as amizades. Mas ela deu de ombros: declarou que não apoiava o antissemitismo do Reich. Em 1943, sob ameaça crescente, fugiu com a judia Ruth Basinsky para Estrasburgo (atual França), sua cidade natal. As duas cruzaram a fronteira com a Suíça, mas foram detidas na aduana e entregues à Gestapo. Totzke foi enviada ao campo de concentração de Ravensbruck - e nunca mais voltou.
‘Holocausto Brasileiro’, o angustiante documentário sobre um genocídio no maior hospício do Brasil
O filme baseado no livro de mesmo nome da jornalista Daniela Arbex conta a história da morte de mais de 60 mil internos que eram mantido em condições subumanas em um manicômio no interior de Minas Gerais.
Você vai ficar em frente à TV por uma hora e meia e, depois que o documentário terminar, não vai saber o que sentir. A reflexão após Holocausto Brasileiro (HBO e Vagalume Filmes, 2016), filme baseado no livro homônimo da jornalista Daniela Arbex, lançado em 2013 pela Geração Editorial e segundo lugar no prêmio Jabuti na categoria livro-reportagem, é dolorosa. Choca, enoja, emociona. Conta a história vexatória do Hospital Colônia, em Barbacena, no interior de Minas Gerais (MG).O Dia D
LIVRO [O DIA D-A BATALHA CULMINANTE DA 2ª GM] ... O livro O Dia D-A Batalha Culminante da Segunda Grande Guerra, de Stephen Ambrose, foi baseado em relatos
orais e escritos a partir de fatos verídicos, testemunhados por homens
que participaram da invasão da Normandia, no dia 06 de junho de 1944.
O livro foi lançado em 2003 (4ª edição) e contém 755 páginas.
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Ao ler, você vai conferir
* O desejo do autor foi concluir o livro a tempo de coincidir com o 50º aniversário da invasão da Normandia, em 06 de junho de 1994.
* O livro foi baseado em 1.400 relatos compilados pelo Eisenwover Center of American of Studies e constitui-se na mais completa coleção de memórias de que se tem notícia.
* O então General Eisenhower, comandante Supremo das Forças Aliadas, ao ser entrevistado, declarou que a batalha do Dia D demonstrou ao mundo o triunfo da democracia sobre o nazismo e o fascismo.
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Incêndio no Reichstag, o parlamento alemão.
domingo, 26 de fevereiro de 2017
80 anos de ‘Guernica’, obra-prima de Pablo Picasso
“Não, não é uma pintura de
bom gosto para decorar apartamentos. Ela é uma arma de ataque e defesa
contra um inimigo terrível chamado fascismo.”– Pablo Picasso
O “Guernica” tem um importante “significado não apenas do ponto de vista artístico, no qual o seu valor universal é indiscutível, mas também por seu valor simbólico contra a guerra e toda a violência” – explica Rosario Peiró, Chefe de Coleções do Reina Sofía.
Guernica é a obra mais emblemática da carreira de Pablo Picasso, que nasceu em Espanha, em 1881, e morreu em França, em 1973, e talvez também da arte do século XX.
A pintura a óleo sobre tela, de 349,3cm de altura e 776,6cm de largura, mostra os horrores do bombardeamento à cidade basca de Guernica, por aviões alemães do regime nazista, apoiando o ditador Francisco Franco, em 26 de abril de 1937, durante a Guerra Civil espanhola, naquele que foi visto como um teste dos bombardeamentos aéreos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Alguns anos antes de morrer, Picasso pediu para que o quadro só fosse devolvido a Espanha quando as liberdades públicas fossem restauradas nesse país.
Guernica chegou a Espanha em 1981, depois da morte do ditador Francisco Franco (1939-1975) e da restauração da democracia, em 1977.
O “Guernica” tem um importante “significado não apenas do ponto de vista artístico, no qual o seu valor universal é indiscutível, mas também por seu valor simbólico contra a guerra e toda a violência” – explica Rosario Peiró, Chefe de Coleções do Reina Sofía.
Guernica é a obra mais emblemática da carreira de Pablo Picasso, que nasceu em Espanha, em 1881, e morreu em França, em 1973, e talvez também da arte do século XX.
A pintura a óleo sobre tela, de 349,3cm de altura e 776,6cm de largura, mostra os horrores do bombardeamento à cidade basca de Guernica, por aviões alemães do regime nazista, apoiando o ditador Francisco Franco, em 26 de abril de 1937, durante a Guerra Civil espanhola, naquele que foi visto como um teste dos bombardeamentos aéreos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Alguns anos antes de morrer, Picasso pediu para que o quadro só fosse devolvido a Espanha quando as liberdades públicas fossem restauradas nesse país.
Guernica chegou a Espanha em 1981, depois da morte do ditador Francisco Franco (1939-1975) e da restauração da democracia, em 1977.
Quando todos os europeus eram negros
O estudo genético de restos mortais de europeus que morreram há milhares de anos, abriu uma janela única para a pré-história do continente.
O trabalho abrange grande parte do Paleolítico Superior, de 45.000 até
7.000 anos atrás, e revela vários episódios até agora desconhecidos.
“O que vemos é uma história das populações tão complexa quanto a dos últimos 7.000 anos, com muitos momentos em que populações substituem outras, imigração em uma escala dramática e em um momento no qual o clima estava mudando radicalmente”, resumiu David Reich, geneticista da Universidade de Harvard e principal autor do estudo, publicado na revista Nature.
O estudo analisou o DNA de 51 euroasiáticos, uma amostra 10 vezes maior que qualquer estudo anterior. Abarca
desde os humanos modernos mais antigos registrados aos
caçadores-coletores que viveram pouco antes da revolução neolítica que
trouxe consigo a agricultura ao continente.
A primeira conclusão do estudo é que, embora os neandertais e os humanos modernos (os Homo sapiens) se cruzaram e tiveram filhos férteis, a percentagem de DNA dessa outra espécie que carregamos diminuiu rapidamente, passando de 6 % para os 2% de hoje. Isto implica certa incompatibilidade evolutiva que já tinha sido destacada por outros estudos recentes.
Embora os primeiros sapiens tenham chegado à Europa há cerca
de 45.000 anos, sua marca genética desapareceu completamente nas
populações atuais. As primeiras populações que possuem algum parentesco
com os europeus de hoje remontam a uns 37.000 anos atrás. Os autores do
trabalho identificam essa população com o período aurignaciano.
“Estão associados a esta cultura os primeiros exemplos de
arte e música, assim como as pinturas da caverna de Chauvet na França ou
as flautas de ossos”, diz Manuel González Morales, pesquisador da
Universidade da Cantábria e coautor do trabalho.
Naquela época, a Europa vivia a última idade do gelo, com geleiras avançando do norte da Europa e empurrando povos inteiros à migração ou ao extermínio. Segundo dados do trabalho, há 33.000 anos outro grupo substitui quase totalmente o anterior e é associado com o período gravetiano, caracterizado por pinturas com as mãos em negativo e as redondas estatuetas das Vênus paleolíticas esculpidas em osso, explica González.
Inesperadamente, há cerca de 19.000 anos, reaparecem os descendentes do período aurignaciano. Os restos humanos encontrados na Cantábria mostram agora que os habitantes desta região estavam diretamente relacionados com eles.
Uma das possíveis explicações é que aquele povo migrou para refúgios quentes do sul da Europa, em particular a Península Ibérica. Depois do momento mais frio da última idade do gelo esta população volta a se expandir para o norte da Europa, recuperando o território perdido e substituindo seus habitantes.
“O que vemos é uma história das populações tão complexa quanto a dos últimos 7.000 anos, com muitos momentos em que populações substituem outras, imigração em uma escala dramática e em um momento no qual o clima estava mudando radicalmente”, resumiu David Reich, geneticista da Universidade de Harvard e principal autor do estudo, publicado na revista Nature.
A primeira conclusão do estudo é que, embora os neandertais e os humanos modernos (os Homo sapiens) se cruzaram e tiveram filhos férteis, a percentagem de DNA dessa outra espécie que carregamos diminuiu rapidamente, passando de 6 % para os 2% de hoje. Isto implica certa incompatibilidade evolutiva que já tinha sido destacada por outros estudos recentes.
Há 19.000 anos, alguém enterrou na Cantábria uma das mulheres mais
misteriosas da pré-história europeia. Trata-se da Dama Vermelha, que em
seus 35 ou 40 anos recebeu uma sepultura muito estranha, o que poderia
indicar um significado sagrado. Seu cadáver tinha decomposto ao ar livre
e, em seguida, seus ossos foram cobertos com tinta vermelha. Tanto
deviam respeitar aquela mulher que um de seus ossos foi cuidadosamente
devolvido ao túmulo depois que um animal selvagem o profanou para se
alimentar. Além de uns desenhos esquemáticos e a presença de pólen,
pouco se sabe sobre a mulher e o significado que a cultura à qual
pertencia queria dar à sua sepultura. A senhora é um dos 51 indivíduos
que foram analisados neste estudo. A equipe de Manuel González Morales
está preparando uma reconstrução do aspecto que teve essa mulher, cujo
genes mostram que era negra, explica.
Embora os primeiros sapiens tenham chegado à
Europa há cerca de 45.000 anos, sua marca genética desapareceu
completamente nas populações atuais
Naquela época, a Europa vivia a última idade do gelo, com geleiras avançando do norte da Europa e empurrando povos inteiros à migração ou ao extermínio. Segundo dados do trabalho, há 33.000 anos outro grupo substitui quase totalmente o anterior e é associado com o período gravetiano, caracterizado por pinturas com as mãos em negativo e as redondas estatuetas das Vênus paleolíticas esculpidas em osso, explica González.
Inesperadamente, há cerca de 19.000 anos, reaparecem os descendentes do período aurignaciano. Os restos humanos encontrados na Cantábria mostram agora que os habitantes desta região estavam diretamente relacionados com eles.
Uma das possíveis explicações é que aquele povo migrou para refúgios quentes do sul da Europa, em particular a Península Ibérica. Depois do momento mais frio da última idade do gelo esta população volta a se expandir para o norte da Europa, recuperando o território perdido e substituindo seus habitantes.
ENTRADA DE AUSCHWITZ
Esta foto foi capturada em 1943, na Polônia. Auschwitz II (Birkenau) é o campo que a maior parte das pessoas conhece
como Auschwitz. Ali se encerraram centenas de milhares de judeus e ali
também foram executados mais de um milhão de judeus e ciganos.
Seu objetivo principal era o extermínio em massa. Para cumprir esse
objetivo, equipou-se o campo com quatro crematórios e câmaras de gás.
Cada câmara de gás podia receber até 2.500 prisioneiros por turno. O
extermínio em grande escala começou na primavera de 1942.
sábado, 25 de fevereiro de 2017
Arqueólogos descobrem uma dinastia feminina pré-colombiana.
Análises de DNA acabam de revelar um caso relativamente raro de poder
feminino numa das sociedades mais enigmáticas da América pré-colombiana.
No túmulo que abrigava a elite de Pueblo Bonito, cidadela com cerca de mil anos de idade construída no deserto do Novo México (EUA), só podiam ser enterradas pessoas que pertenciam a uma dinastia materna específica, afirmam pesquisadores.
"Estamos falando de uma linhagem importante que existiu por pelo menos umas dez gerações entre os anos 800 e 1130 d.C. Alguns desses indivíduos tinham parentesco próximo entre si, outros eram parentes mais distantes uns dos outros, mas todos descendiam de uma fundadora do sexo feminino que viveu antes do ano 800", explicou à Folha o coordenador do estudo, Douglas Kennett, do Departamento de Antropologia da Universidade do Estado da Pensilvânia (EUA).
No túmulo que abrigava a elite de Pueblo Bonito, cidadela com cerca de mil anos de idade construída no deserto do Novo México (EUA), só podiam ser enterradas pessoas que pertenciam a uma dinastia materna específica, afirmam pesquisadores.
"Estamos falando de uma linhagem importante que existiu por pelo menos umas dez gerações entre os anos 800 e 1130 d.C. Alguns desses indivíduos tinham parentesco próximo entre si, outros eram parentes mais distantes uns dos outros, mas todos descendiam de uma fundadora do sexo feminino que viveu antes do ano 800", explicou à Folha o coordenador do estudo, Douglas Kennett, do Departamento de Antropologia da Universidade do Estado da Pensilvânia (EUA).
Carnaval em Veneza
A primeira coisa a se fazer ao resolver apreciar um carnaval na Europa é
desapegar da visão brasileira de muito samba, frevo e folia. As festas de
carnaval na Europa antes de tudo, são contemplativas. Além de culturas
diferentes, também não se pode beber livremente nas vias públicas, então tudo é
muito educado e respeitoso. Itália e França são os países da Europa mais
famosos por suas festas de Carnaval. É possivel ir à diversas festas de
carnaval pois elas não ocorrem de forma simultânea. Não há 4 dias oficiais como
no Brasil e elas podem ocorrer antes ou depois do “Mardi Gras”, apesar da
tradição cristã.
II - Veneza
Veneza
é uma cidade italiana da região do Venêto, famosa por seus canais,
museus e uma história milenar. Veneza foi capital da "Sereníssima República de Veneza"
por cerca de mil anos, quando a partir do século X já era uma das
maiores potências comerciais da Europa. O seu vigor econômico era devido
à sua grande frota marítima e às atividades comerciais e portuárias por
ela desenvolvida.
Trailer de ‘Nise' mostra força da brasileira que revolucionou o tratamento psiquiátrico
Eu não acredito em cura pela violência.”
A declaração define boa parte da luta da psiquiatra Nise da Silveira
(1905-1999), que revolucionou o tratamento psiquiátrico no Brasil ao
propor práticas humanas e a valorização da criatividade dos pacientes
dentro de instituições voltadas para a saúde mental.
A luta antimanicomial de Silveira é retratada no filme Nise – O Coração da Loucura, dirigido por Roberto Berliner e estrelado por Gloria Pires.
Os esforços de Nise continuam atuais e necessários para o país, que segundo o Conselho Federal de Psicologia, ainda possui hospitais psiquiátricos e manicômios que “continuam reproduzindo a violência institucional e simbólica em nossa sociedade”.
Os esforços de Nise continuam atuais e necessários para o país, que segundo o Conselho Federal de Psicologia, ainda possui hospitais psiquiátricos e manicômios que “continuam reproduzindo a violência institucional e simbólica em nossa sociedade”.
Hiperinflação na Alemanha -1924.
Hiperinflação Alemã durante a República de Weimar, 1924. Na foto
observamos pilhas do Marco Alemão para serem incineradas no lugar do
carvão.
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
Professor da USP mostra as diferentes leituras da Revolução Russa
Cem anos após a derrubada da
monarquia absolutista dos czares russos, substituída pela União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), ainda há novas leituras e
divergências brotando entre os historiadores e estudiosos da Revolução
Russa de 1917. Em celebração a esse centenário, o Serviço Social do
Comércio (Sesc) realiza um ciclo de palestras a partir de fevereiro para
antecipar um seminário internacional que ocorrerá em setembro. A
primeira delas será no dia 23 de fevereiro, às 19h30, no Centro de
Pesquisa e Formação (CPF) do Sesc, com o tema História e Historiografia da Revolução Russa, ministrada pelo professor Angelo de Oliveira Segrillo, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.
Entre 1985 e 1992, Segrillo esteve na
então URSS, onde obteve seu mestrado pelo Instituto de Moscou e teve a
chance de presenciar a derrocada do regime socialista in loco. Com essa experiência, o professor baseia sua palestra no artigo Historiografia da Revolução Russa: Antigas e novas abordagens, que escreveu em 2010 para a revista História, Historiadores, Historiografia, da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.
“Há muito poucos trabalhos que reúnam a perspectiva dos próprios historiadores russos em relação à Revolução de 1917”, diz o professor. “Tem muita coisa sobre os textos dos historiadores ingleses, norte-americanos, mas, para ler sobre a perspectiva dos russos sem ser na língua russa, é muito difícil. Então eu fiz, nesse artigo, um apanhado bem completo da visão ocidental e também da visão soviética, em seus vários momentos e tendências, tratando da revolução no sentido stricto sensu, isto é, especificamente dos acontecimentos de 1917.”
“Há muito poucos trabalhos que reúnam a perspectiva dos próprios historiadores russos em relação à Revolução de 1917”, diz o professor. “Tem muita coisa sobre os textos dos historiadores ingleses, norte-americanos, mas, para ler sobre a perspectiva dos russos sem ser na língua russa, é muito difícil. Então eu fiz, nesse artigo, um apanhado bem completo da visão ocidental e também da visão soviética, em seus vários momentos e tendências, tratando da revolução no sentido stricto sensu, isto é, especificamente dos acontecimentos de 1917.”
Estudo de crânios antigos sugere que podem ter havido múltiplas migrações para as Américas
Texto: Bob Yirka
Um trio de pesquisadores afiliados a
instituições nos Estados Unidos, Europa e Brasil encontraram evidências
que sugerem que os nativos da América do Sul provavelmente vieram de
mais de um lugar. Em seu artigo publicado na revista Science Advances,
Noreen von Cramon-Taubadel, André Strauss e Mark Hubbe descrevem como
aplicaram uma tecnologia de imagem aos crânios que foram descobertos no
Brasil e o que foi revelado.
Durante muitos anos, acreditava-se que
uma única onda de antigos imigrantes se movia da Ásia para a América do
Norte e, posteriormente, para a América do Sul – as primeiras pessoas a
existirem no “Novo Mundo”. Mas esse ponto de vista tem sido desafiado em
anos mais recentes. Nesse novo esforço, os pesquisadores descrevem
evidências que eles acharam e que sugere que os primeiros colonizadores
do Novo Mundo podem ter vindo de mais de um lugar.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
Prensa: A revolução de Gutenberg Por dentro da invenção que mudou o mundo
Em 23 de fevereiro de 1455, era publicado o primeiro livro impresso do
Ocidente: a Bíblia. É difícil exagerar a importância da prensa de
Gutenberg: a democratização da leitura talvez seja a maior revolução de
todos os tempos. Entenda como ela funcionava.
Sherazade
Era uma vez um rei que descobriu que era traído por sua rainha.
Enlouquecido, pegou uma raiva danada de mulheres e resolveu descarregar
seu ódio em todas elas. A cada dia
tomava uma nova esposa e a matava na manhã seguinte. Até que a próxima,
Sherazade, ofereceu-se para casar com o rei, mas com um plano que
salvaria a vida de todas as mulheres do reino.
Esse é o início da coletânea de histórias mais famosa de todos os
tempos: As Mil e Uma Noites. Para alguns especialistas, o livro mais
citado no mundo, depois da Bíblia: http://abr.ai/1qSGOVw
Baía de Guantánamo.
No dia 23 de fevereiro de 1903, Cuba arrenda aos Estados Unidos, de forma perpétua, a Baía de Guantánamo.
A baía localiza-se ao sul da ilha de Cuba e possui uma área de 116 km². Foi arrendada de forma perpétua pelos Estados Unidos como área de mineração e estação naval em 23 de fevereiro de 1903, em troca do pagamento de 4085 dólares por ano. É na base naval americana da baía que se encontram os prisioneiros das guerras do Afeganistão e Iraque.
A baía localiza-se ao sul da ilha de Cuba e possui uma área de 116 km². Foi arrendada de forma perpétua pelos Estados Unidos como área de mineração e estação naval em 23 de fevereiro de 1903, em troca do pagamento de 4085 dólares por ano. É na base naval americana da baía que se encontram os prisioneiros das guerras do Afeganistão e Iraque.
Na imagem, campo delta estadounidense em Guantánamo.
Por que nos EUA não tem batucada?
Não é curioso que os Estados Unidos não usem tambores em sua música
como todos os outros países que tiveram mão-de-obra escrava vinda da
África? Eu sempre fiquei me perguntando isso. Por que a música dos
negros norte-americanos é tão diferente da música brasileira, de Cuba,
do Caribe? Onde foram parar os tambores? Cadê a batucada?
Por Cynara Menezes, do Socialista morena
Pense em todos os grandes ídolos da música afro-americana: Charlie “Bird” Parker tocava sax. Louis Armstrong tocava trompete. Nina Simone tocava piano, assim como Stevie Wonder e Ray Charles. Miles Davis tocava trompete. E Wynton Marsalis, idem. Robert Johnson tocava guitarra. Chuck Berry, idem. Leadbelly tocava um violão de 12 cordas.
Os negros chegaram aos EUA vindos, em sua maioria, de regiões que hoje se conhecem como Senegal, Gâmbia, Nigéria, Camarões, Namíbia, Congo, Angola e Costa do Marfim. Os negros brasileiros vieram de Moçambique, do Benin, da Nigéria, e também de Angola, Congo e da Costa do Marfim. Com todas as diferenças existentes entre estas nações africanas, todas elas faziam uso de tambores com fins musicais e de comunicação. Por que então nós temos o samba e os gringos não? Por que não tem atabaque, agogô e cuíca na música afro-americana e sim saxofone, clarinete, trompete, instrumentos “de brancos” que os negros, aliás, aprenderam a tocar com maestria? Simplesmente porque os tambores foram proibidos na terra do tio Sam durante mais de 100 anos.
No dia 9 de setembro de 1739, um domingo, em uma localidade próxima a Charleston, na Carolina do Sul, um grupo de escravos iniciou uma marcha gritando por liberdade, liderados por um angolano chamado Jemmy (ou Cato). Ninguém sabe o que detonou a rebelião, conhecida como a “Insurreição de Stono” (por causa do rio Stono) e que é considerada a primeira revolta de escravos nos EUA. Conta-se que eles entraram numa loja de armas e munição, se armaram e mataram os dois brancos empregados do lugar. Também mataram um senhor de escravos e seus filhos e queimaram sua casa. Cerca de 25 brancos foram assassinados no total. Os rebeldes acabaram mortos em um tiroteio com os brancos ou foram recapturados e executados nos meses seguintes.
A reação dos senhores foi severa. O governo da Carolina do Sul baixou o “Ato Negro” (Negro Act) em 1740, trazendo uma série de proibições: os escravos foram proibidos de plantar seus próprios alimentos, de aprender a ler e escrever, de se reunir em grupos, de usar boas roupas, de matar qualquer pessoa “mais branca” que eles e especialmente de incitar a rebelião. Como os brancos suspeitavam que os tambores eram utilizados como uma forma de comunicação pelos negros, foram sumariamente vetados. “Fica proibido bater tambores, soprar cornetas ou qualquer instrumento que cause barulho”, diz o texto.
A proibição se espalhou pelo país e só foi abolida após a guerra civil, mais de um século depois, em 1866. Antes disso, o único lugar onde os negros podiam se reunir com certa liberdade eram as igrejas; daí o surgimento dos spirituals, a música gospel, com letras inspiradas pela Bíblia, que eles cantavam muitas vezes à capela (sem instrumentos) ou marcando o ritmo com palmas. As mãos batendo no corpo e os pés batendo no chão foram os substitutos que os escravos encontraram para os tambores, resultando em formas de dança e música conhecidas como “pattin’ juba”, “hambone” e “tap dance” (sapateado), ainda hoje utilizados por artistas negros (e também brancos) dos EUA.
Por Cynara Menezes, do Socialista morena
Pense em todos os grandes ídolos da música afro-americana: Charlie “Bird” Parker tocava sax. Louis Armstrong tocava trompete. Nina Simone tocava piano, assim como Stevie Wonder e Ray Charles. Miles Davis tocava trompete. E Wynton Marsalis, idem. Robert Johnson tocava guitarra. Chuck Berry, idem. Leadbelly tocava um violão de 12 cordas.
Os negros chegaram aos EUA vindos, em sua maioria, de regiões que hoje se conhecem como Senegal, Gâmbia, Nigéria, Camarões, Namíbia, Congo, Angola e Costa do Marfim. Os negros brasileiros vieram de Moçambique, do Benin, da Nigéria, e também de Angola, Congo e da Costa do Marfim. Com todas as diferenças existentes entre estas nações africanas, todas elas faziam uso de tambores com fins musicais e de comunicação. Por que então nós temos o samba e os gringos não? Por que não tem atabaque, agogô e cuíca na música afro-americana e sim saxofone, clarinete, trompete, instrumentos “de brancos” que os negros, aliás, aprenderam a tocar com maestria? Simplesmente porque os tambores foram proibidos na terra do tio Sam durante mais de 100 anos.
No dia 9 de setembro de 1739, um domingo, em uma localidade próxima a Charleston, na Carolina do Sul, um grupo de escravos iniciou uma marcha gritando por liberdade, liderados por um angolano chamado Jemmy (ou Cato). Ninguém sabe o que detonou a rebelião, conhecida como a “Insurreição de Stono” (por causa do rio Stono) e que é considerada a primeira revolta de escravos nos EUA. Conta-se que eles entraram numa loja de armas e munição, se armaram e mataram os dois brancos empregados do lugar. Também mataram um senhor de escravos e seus filhos e queimaram sua casa. Cerca de 25 brancos foram assassinados no total. Os rebeldes acabaram mortos em um tiroteio com os brancos ou foram recapturados e executados nos meses seguintes.
A reação dos senhores foi severa. O governo da Carolina do Sul baixou o “Ato Negro” (Negro Act) em 1740, trazendo uma série de proibições: os escravos foram proibidos de plantar seus próprios alimentos, de aprender a ler e escrever, de se reunir em grupos, de usar boas roupas, de matar qualquer pessoa “mais branca” que eles e especialmente de incitar a rebelião. Como os brancos suspeitavam que os tambores eram utilizados como uma forma de comunicação pelos negros, foram sumariamente vetados. “Fica proibido bater tambores, soprar cornetas ou qualquer instrumento que cause barulho”, diz o texto.
A proibição se espalhou pelo país e só foi abolida após a guerra civil, mais de um século depois, em 1866. Antes disso, o único lugar onde os negros podiam se reunir com certa liberdade eram as igrejas; daí o surgimento dos spirituals, a música gospel, com letras inspiradas pela Bíblia, que eles cantavam muitas vezes à capela (sem instrumentos) ou marcando o ritmo com palmas. As mãos batendo no corpo e os pés batendo no chão foram os substitutos que os escravos encontraram para os tambores, resultando em formas de dança e música conhecidas como “pattin’ juba”, “hambone” e “tap dance” (sapateado), ainda hoje utilizados por artistas negros (e também brancos) dos EUA.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
Os Entrudos - Carnaval do século XVII ao século XIX
Os Entrudos - Carnaval do século XVII ao século XIX
I - Entrudos
Na
era cristã, a explicação etimológica para o termo «Carnaval» aponta
para a palavra carnisvalerium (carnis de carne, valerium, de adeus), o
que designaria o «adeus à carne» ou à «suspensão do seu consumo», em
função da quadra seguinte: a Quaresma, em que a carne é abolida da
alimentação na religião cristã.
A
própria designação «Entrudo» – ainda muito utilizada entre nós,
principalmente no meio rural –, do latim introitus (intróito), apresenta
igual significado: o de introduzir, dar entrada, começo ou anunciar a
aproximação da quadra quaresmal. Em Portugal, uma das primeiras
referências ao Entrudo, encontra-se num documento datado de 1252, no
reinado de D. Afonso III, embora não propriamente relacionado com as
festividades carnavalescas, mas com o calendário religioso.
Na época de D. Sebastião, são várias as menções que salientam as
brincadeiras do Entrudo, entre elas a do «lançamento de farelos», que
nem sempre acabavam bem.«Entrudos» (ou «entruidos») é também o nome
atribuído em diversos lugares aos próprios mascarados, consoante as
regiões de Portugal.
In “Festas e Tradições Portuguesas”, Vol.II Ed. Círculo de leitores
O costume de se brincar no período do carnaval foi introduzido no Brasil
pelos portugueses, provavelmente no século XVII, com o nome de
'Entrudo. O registro mais antigo é de 1600.
A brincadeira do entrudo, típica da região de Açores e Cabo Verde,
consistia em um jogo em que as pessoas sujavam umas às outras com
tintas, farinha, ovos e também atiravam água.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
Descobertos misteriosos templos no Sudão com arquitectura desconhecida
O arqueólogo suíço Charles Bonnet descobriu no Sudão três
templos com milhares de anos, conservados debaixo do solo, que revelaram
uma forma de construção até agora desconhecida na região.
As estruturas descobertas por Charles Bonnet datam
de entre 2000 a 1500 antes de Cristo e foram descobertas no norte do
país africano, afirmou o arqueólogo de 83 anos à agência France Presse.
Os templos são redondos, em contraste com a forma quadrangular ou retangular típica de descobertas feitas na zona, junto de Kerma, antiga cidade do reino núbio, uma das mais antigas civilizações africanas, que ocupava a região que é hoje o sul do Egito e o norte do Sudão.
“Esta arquitetura é desconhecida. Não há outros exemplos na África central ou no vale do Nilo”, afirmou Bonnet, reforçando que se trata de “algo completamente novo“.
Segundo o arqueólogo, encontrar as raízes da arquitetura destes templos será na realidade desvendar “o segredo de África”.
No local, conhecido como “colina vermelha”, foram ainda descobertas “enormes fortificações”, o que poderá indiciar que há outras riquezas à espera de ver a luz do dia.
“Isso significa que esta parte do mundo era defendida por uma coligação, provavelmente pelo rei de Kerma em conjunto com povos do Darfur e do centro do Sudão” contra os avanções dos egípcios, que queriam controlar o comércio na África central, diz.
Charles Bonnet, que dirige escavações arqueológicas no Sudão há cinquenta anos, afirmou que está à espera de ser “revelada uma história do mundo extraordinária”.
“Dentro de alguns anos, a sudanologia poderá ser uma área de estudo equivalente à egiptologia”, defende o arqueólogo.
Os templos são redondos, em contraste com a forma quadrangular ou retangular típica de descobertas feitas na zona, junto de Kerma, antiga cidade do reino núbio, uma das mais antigas civilizações africanas, que ocupava a região que é hoje o sul do Egito e o norte do Sudão.
“Esta arquitetura é desconhecida. Não há outros exemplos na África central ou no vale do Nilo”, afirmou Bonnet, reforçando que se trata de “algo completamente novo“.
Segundo o arqueólogo, encontrar as raízes da arquitetura destes templos será na realidade desvendar “o segredo de África”.
No local, conhecido como “colina vermelha”, foram ainda descobertas “enormes fortificações”, o que poderá indiciar que há outras riquezas à espera de ver a luz do dia.
“Isso significa que esta parte do mundo era defendida por uma coligação, provavelmente pelo rei de Kerma em conjunto com povos do Darfur e do centro do Sudão” contra os avanções dos egípcios, que queriam controlar o comércio na África central, diz.
Charles Bonnet, que dirige escavações arqueológicas no Sudão há cinquenta anos, afirmou que está à espera de ser “revelada uma história do mundo extraordinária”.
“Dentro de alguns anos, a sudanologia poderá ser uma área de estudo equivalente à egiptologia”, defende o arqueólogo.
Descoberta a Zelândia, um enorme continente submerso no Pacífico
Território tem 4,9 milhões de quilômetros quadrados e suas áreas visíveis são a Nova Zelândia e a Nova Caledônia